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  • Jorge Vieira
  • 22/nov/2012

Desafios da Saúde em São Luís

Simplício Araújo*

O Sistema Único de Saúde é a maior política pública com garantia de direitos
para a população que conseguimos traduzir na Constituição Brasileira, o acesso
à saúde é uma obrigação do Estado e
desde a criação do SUS (Sistema Único de Saúde) o poder publico tenta
concretiza-lo na plenitude, no entanto o máximo que conseguiu foi que alguns
governos o coloquem como política prioritária que tenta cumprir as garantias
constitucionais dos cidadãos.

A população fica a mercê de cada governante, quando este entende o processo, o
sistema de saúde avança e melhora, porém quando não entendem, as consequências
são danosas para a população e o sistema retrocede, de tal forma que pode
exibir requintes de crueldades para quem precisa dele.

As capitais brasileiras, no que se refere à implantação e desenvolvimento do
SUS, têm um papel de suma importância na composição desse Sistema em cada
estado. De forma regionalizada, hierarquizada, e descentralizada com a
participação popular, devem buscar oferecer à população um sistema de saúde
eficiente na atenção primária de saúde, ações de saúde de Média e Alta
Complexidade, Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Saúde do
Trabalhador e Vigilância Ambiental, dando respostas aos grandes problemas de
saúde da população. Por ser capaz de oferecer um grande número de serviços nos
mais diversos graus de complexidade à sua população, a capital é também na
maioria das vezes referência de atendimentos para outros municípios que não
dispõem desses serviços mais especializados.

As capitais devem caminhar para ser um exemplo de modelo de gestão em saúde no
estado. É imprescindível o entendimento de todos que o SUS é de
responsabilidade tripartite (governos estadual, municipal e federal) em todo o
país e que os fóruns de pactuação (COMISSÕES INTERGESTORAS BIPARTITE e
TRIPARTITE) sejam respeitados, pois as mesmas definem o que cada ente federado
fará no sistema em se tratando de ações e serviços de saúde assim como o
financiamento. Importante também lembrar o papel de controle dos Conselhos de
Saúde e do Ministério Público da execução da Política de Saúde, numa lógica de
cobrança da responsabilidade tripartite pactuada pelos gestores do SUS em cada
Estado.

Nesse contexto, é lamentável no que se transformou o modelo de saúde de São
Luís, a política de atenção às Urgências é deplorável, o sistema de resgate
Pré-hospitalar, o SAMU está sucateado, sem ambulâncias, força de trabalho em
greve, sem política salarial igualitária. As duas UPAS municipais (Os
Socorrinhos), praticamente estão desativadas, os Pronto Socorros (Socorrões I e
II e Hospital da Criança) estão sempre superlotados, faltam medicamentos,
material hospitalar, manutenção de equipamento, chegando ao cúmulo de faltar
alimentação para os pacientes e trabalhadores, e o mais grave, as gratificações
dos funcionários e os salários de médicos atrasados.

A dificuldade para o usuário do SUS conseguir realizar exames laboratoriais,
consultas especializadas e internações eletivas é uma triste realidade. Aqueles
que precisam e não conseguem, pedem às pessoas que imaginam que poderão
influenciar para conseguir o direito constitucional que lhes está sendo negado.
As filas já começam a se formar nas marcações de consultas, pois com o desmonte
dos laboratórios municipais, a contratação de serviços laboratoriais privados
não consegue dar resposta às demandas de exames que são solicitados. Contribui
também para esse aumento, a escassez de consultas especializadas que ocorre em
parte pela precariedade de funcionamento do Centro de Especialidades do
Filipinho e do fechamento para reforma do Pam Diamante.

O Sistema de Regulação ainda é incipiente, não se firmou como instrumento de
controle e organização do gestor de saúde da capital, e é ignorado pelo gestor
estadual, o município não faz o seu papel com competência e eficiência, a SEMUS
é obrigada a conviver com um pequeno sistema de saúde paralelo estadual que não
informa dados do atendimento realizado e nem aceita ser regulado pelo
município. O prédio onde funciona a Central de Regulação Municipal (CEMARC)
está em péssimo estado de conservação e o pátio de computadores para realizar o
atendimento é insuficiente, obsoleto e sucateado. O problema se agravou após
algumas unidades descentralizadas de marcação de consultas serem desativadas
quando deveriam ter sido ampliadas.

A Vigilância em Saúde, composta pela Vigilância Sanitária, Epidemiológica,
Ambiental e Saúde do trabalhador, foi colocada em segundo plano, isso é
demonstrado pelo abandono da área onde funciona, necessitando de reformas e
equipamentos, chegando ao absurdo da Vigilância Sanitária Municipal ter sido
interditada pela Vigilância Sanitária Estadual. Os Veículos utilizados para
executar as ações de saúde dessas áreas, mais de 60% estão parados precisando
de reparos, e para suprir essa deficiência foi contratada uma empresa de
locação de carros, que não conseguem atender às demandas específicas das
vigilâncias. O Centro de Controle de Zoonose está quase desativado, o controle
da população de cães e gatos está abandonado, e a vacinação é precária. O
resultado foi o aparecimento de dois casos de RAIVA HUMANA em São Luís levando
ao óbito duas pessoas por ineficiência do poder público no que se refere ao
controle de endemias na nossa capital.

O SUS tem estratégias pontuais que contribuem para a melhoria e eficiência do
Sistema de Saúde, mas o governo municipal praticamente não as utiliza. Como
exemplo, podemos citar: Saúde na Escola, estratégias de humanização do
atendimento, Academia da Saúde, Internação domiciliar, Núcleos de Apoio à Saúde
da Família entre outras.

A realidade é que o Sistema de saúde de São Luís está com muitos problemas, o
governo que entra tem que ter a competência de construir estratégias para
superar grandiosos desafios, para que possa voltar a ser um Gestor Pleno de
Saúde, pautado no Pacto Pela Saúde e protagonista de um comando único na Gestão
da Saúde Municipal.

Entre os inúmeros desafios a serem enfrentados podemos citar: o
subfinanciamento da saúde municipal, onde dos recursos Federais destinados ao
estado só 45% em média desse montante fica na gestão do município de São Luís
que é uma Macro região, responsável por 03 hospitais de Urgência sem nenhum tipo
de ajuda do tesouro estadual para executar essa missão; a necessidade de
reforma e equipamentos de todas as unidades de saúde da SEMUS, assim como a
construção de novas unidades hospitalares; a desvalorização dos servidores
públicos municipais, massacrados pela injustiça salarial e a falta de uma
política de capacitação das diversas categorias de servidores públicos para
exercer suas funções com maior competência.

Não se pode deixar de ter estratégias para acabar com o sofrimento que
demonstra requintes de crueldades do sistema saúde municipal com pacientes
depositados nos corredores dos Socorrões, direito à alimentação e direito à
privacidade sendo negado, deve se buscar atendimento e internação digna dentro
do respeito às regras de Vigilância Sanitária e da garantia do tratamento
médico adequado. É imprescindível a obrigação de pagar os prestadores do SUS no
mês subsequente à prestação de serviço à população seja cumprido, o pagamento
está atrasado há três meses, só com a assiduidade se pode garantir que a
regulação dos serviços oferecidos seja respeitada.

Reorganizar o sistema de saúde articulando a Atenção primária e aumentando sua
cobertura no PSF, com as ações de Média e Alta Complexidade é mais uma
estratégia que deve ser focada de forma contundente para mudar a realidade
desse sistema que hora se encontra em total ineficiência. É preciso que os
gestores responsáveis de forma solidária pelo Sistema de Saúde de São Luís, se
articulem mais para diminuir a superposição de ações de saúde que cada um executa,
pois só dessa maneira o bem maior que é o ser humano de nossa cidade, terá seu
direito constitucional, o direito a saúde, garantido.

*Simplício Araújo é Deputado Federal

  • Jorge Vieira
  • 22/nov/2012

PSC já discute alianças para 2014 com o governo

Os presidentes dos diretórios
estadual e municipal do PSC, deputado federal Costa Ferreira, e Israel Ferreira, respectivamente, iniciaram o processo de dicscussão para formação de aliança com um almoço do qual participaram o vice-governador Washington
Luiz, vereadores eleitos e lideranças de vários
partidos.
 
O encontro foi articulado pelo presidente estadual do PSL, vereador Francisco Carvalho, e marcou o início das conversações que visam a
consolidação de alianças políticas para o processo eleitoral de 2014, bem como
o fortalecimento de ações pelo desenvolvimento econômico do Estado do Maranhão.
 
Costa Ferreira destacou a iniciativa
de realização do encontro e os bons resultados que serão alcançados. “Este é o momento em que
o grupo se une em busca de espaço. Quando existe comprometimento, os efeitos
são satisfatórios. Devemos focar em uma nova fase para o nosso Estado que
oferece inúmeros potenciais de crescimento”, enfatizou o deputado.
 
Para Israel Ferreira o momento foi bem importante,
pois a consolidação de alianças políticas é a essência para que o Maranhão seja
administrado de forma democrática e
para que o governo represente os interesses da população. “Os
partidos unidos demonstram força. Queremos ter um acesso maior nas ações e decisões
do governo”, afirmou.
 
Ao final da reunião, o PSC sugeriu a realização de
seminários onde os dirigentes possam compartilhar com autoridades, líderes e
com a própria comunidade, os diversos anseios e prioridades do Estado. 
 

  • Jorge Vieira
  • 21/nov/2012

Maranhão vive clima de guerra civil, diz Cutrim

Em meios aos debates sobre concessão da Medalha
Manoel Bequimão ao secretário de Segurança, Aluísio Mendes, nesta manhã de quarta-feira (21), o ex-secretário
Raimundo Cutrim fez uma revelação constrangedora.
Segundo Cutrim, “a Segurança Pública do Maranhão
vive hoje apenas da mídia”. O ex-secretário observou que, nos últimos anos, o
Estado passou a ser um dos mais violentos do país.
Raimundo Cutrim fez referência a
uma matéria publicada pela revista “Veja” na qual consta que o Maranhão é o
Estado onde mais cresceu o índice de criminalidade do país nos últimos dois
anos, período em que Aluísio está ocupando a pasta.
Conforme os dados levantados por
Cutrim, em primeiro lugar no ranking da marginalidade está a Bahia, em segundo o
Maranhão e terceiro o Pará.
O parlamentar teve a preocupação
de fazer um comparativo dos índices de violência entre os estados do Maranhão e
São Paulo e chegou a conclusões preocupantes.  
Em São Paulo, na capital, com 11,3
milhões de habitante, ocorreram 1.064 homicídios, no período de janeiro a 30 de
outubro, enquanto a grande São Luís, com 1,3 milhão, registrou no mesmo período
572 homicídios.
“Se verificarmos, vamos ver que a
cada 100.000 habitantes em São Paulo temos quase 9 homicídios. Na grande São
Luís, no entanto, foram 44 mortes para cada 100.000 habitantes. Então aqui,
minha gente, estamos vivendo uma verdadeira guerra civil”, denunciou.

  • Jorge Vieira
  • 21/nov/2012

José Reinaldo diz que Flávio Dino é o nome para o governo

Por John Cutrim

Em conversa com jornalistas durante a solenidade de inauguração da obra de pavimentação e readequação da Avenida Santo Antônio (interbairros), ocorrida na tarde desta terça-feira (20), o ex-governador José Reinaldo Tavares disse que a eleição para o governo do Estado será decisiva para a manutenção do grupo politico comandado pelo senador José Sarney no Estado.

“O momento de mudança é muito forte. O Sarney vai perder poder na esfera federal quando deixar de ser presidente do Senado e se ele perder aqui o governo, o grupo que ele lidera se acaba. Vai ser a eleição da vida do Sarney”, declarou José Reinaldo.

Com semblante tranquilo e bastante sereno nas palavras, Reinaldo afirmou que o presidente da Embratur, Flávio Dino, é um candidato com potenciais chances de vencer a disputa pelo governo do Estado em 2014. “O Flávio é muito forte, agora ele vai ter que reunir a classe política, o que exige muito trabalho”, ressaltou o ex-governador.

Questionado se a eleição em São Luís, Imperatriz e outras cidades provocou uma divisão na oposição, o que acabou por estimular o surgimento de uma terceira força política a nível estadual, José Reinaldo frisou que Flávio Dino terá que ter o papel de trazer a classe política para si. “Houve uma vitória do Flávio aqui em São Luís e naturalmente isso o fortaleceu, no entanto há uma quebra na oposição”, analisou.

Segundo o ex-governador, a oposição tem que ir unida em um candidato só para vencer a família Sarney. “A oposição, ao contrário das outras eleições, está forte o suficiente para o embate e o nome é o do Flávio Dino”, asseverou.

Perguntado sobre sua relação atual com o presidente da Embratur, José Reinaldo respondeu: “meu contato com o Flávio continua muito bom, apenas sugeri um caminho e ele optou por outro”. Em relação ao seu futuro político, Tavares, filiado do atualmente no PSB, revelou que recebeu convite para ingressar no PSDB e no PPS. “Vou pensar e até setembro de 2013 vou tomar uma decisão. Vou concorrer a alguma coisa, mas não está decidido”, finalizou.

  • Jorge Vieira
  • 21/nov/2012

Legislativo proibe empresa ficha suja contratar com o Estado

O Governo do Estado está
proibido de assinar contratos ou convênios com empresas que diretamente ou
indiretamente utilizem trabalho escravo na produção de bens e serviços.
A iniciativa partiu do deputado
Bira do Pindaré (PT) e visa coibir, nos dias de hoje, a existência de
trabalhadores no Maranhão vivendo em condição análoga ao tempo da escravidão.
O Projeto
de Lei  085/2012, aprovado nesta manhã de
quarta-feira (21), disciplina vedações à formalização de contratos e convênios
com órgãos e entidades da administração pública do Maranhão.

  • Jorge Vieira
  • 21/nov/2012

Scórcio leva puxão de orelha e nega o que disse sobre Conselho Político criado por Roseana

Os jornalistas Jorge Vieira, André
Martins, Robson Paz e Raimundo Garrone são testemunhos de que o deputado federal
Francisco Scórcio (PMDB) declarou que o conselho político criado pela governadora
Roseana Sarney (PMDB), para tratar da sucessão estadual de 2014, “não ser para
nada”, publicada no blog e pelo Jornal Pequeno na edição de ontem (20).
Falastrão, Scórcio encontrou os profissionais
de imprensa no hall de aceso ao auditório do Centro de Convenções Pedro Neiva
de Santana, na manhã de segunda-feira (19), na abertura do Seminário de Integração do Estado com Municípios, e resolveu falar o que pensa da
governadora e de sua administração.
Questionado sobre o que achava da
formação do conselho político formado por Roseana, Scórcio afirmou: “conselho
que não tiver a presença do senador José Sarney, do ministro Edison Lobão e a
minha não serve para nada, não tem valor”.
Disse mais: “Se Roseana Sarney
quiser indicar o candidato terá que fazer o que prometeu, ou seja, fazer o
melhor governo de sua vida. Mas ela vai ter que trabalhar porque até agora não
fez nada de extraordinário”, disse com o tom de voz bastante elevado.
O deputado manifestou sua opinião
de livre e espontânea vontade, mas como não possui vontade própria, bastou um
puxão de orelha da governadora para ele tremer feito vara verde em ventania e
negar tudo o que disse na presença de muita gente, inclusive da imprensa.
Falou para todo mundo escutar que
“converso todos os dias com o presidente Sarney e ele tem me dito que o
candidato é Lobão”. Foi além ao afirmar que Luís Fernando, o nome preferido de
Roseana, é apenas candidato a candidato.
Como Chiquinho não sustenta o que
fala, mandou para o Jornal Pequeno uma nota classificando de mentirosa a
matéria reproduzida por mim, ontem (20), na coluna Informe JP, com o título “Conselho
Político de Roseana  não serve para nada,
diz Scórcio.

Leia a Nota de Escórcio

“Todos sabem do
persistente propósito que tem o Jornal Pequeno de me prejudicar,
distorcer minhas palavras, bem como me caluniar e me difamar. O fato é
tão notório que eu já levei à justiça, onde já ganhei mais de cinco
processos por d anos morais, difamação, calúnia e, mesmo assim, os seus
dirigentes não se emendam.

Volto a afirmar:
 

– Quanto à matéria “Conselho Político de Roseana não vale para nada,
diz Escórcio”, é mentirosa. A bem da verdade, o que existe é uma amizade
profunda minha à governadora Roseana Sarney, fato conhecido em todo o
Maranhão e no Br asil.

 
2º – A governadora Roseana é a maior líder política do Maranhão, isto queira ou não queira o Jornal Pequeno.
 
3º – Apoiarei decididamente o candidato indicado por ela ao Governo do Estado do Maranhão.
 

– Quanto aos nomes citados do Ministro Edison Lobão e Luis Fernando,
tenho o prazer de gozar de uma grande amizade pessoal com os dois e os
considero grandes políticos e grandes técnicos, sendo isso comprovado
pelo amplo curriculo que con struíram.

 
Atenciosamente,
 
Francisco Escórcio
 
Deputado Federal – PMDB/MA
 
Vice-Líder PMDB

Leia a nota da direção do Jornal Pequeno


que se trata de uma nota mentirosa, e, como ele próprio afirma, já
ganhou cinco processos contra o Jornal Pequeno, então que nos processe
novamente, pois tudo que a coluna relatou é verdadeiro, e o deputado
Francisco Escórcio o disse na presença de pelo menos quatro jornalistas,
que ontem confirmaram as declarações do parlamentar em contato
telefônico com o Diretor de Redação, Lourival Bogéa; todos eles
dispostos a confirmá-las onde necessário e a qualquer momento.

  • Jorge Vieira
  • 21/nov/2012

Réus da Operação Navalha podem ficar impunes

Em entrevista ao Congresso em Foco,
ministra do STJ Eliana Calmon se diz “muito amolada” com possibilidade
de processo ser mandado à Justiça de primeira instância e com o
enfraquecimento das provas. Para ela, alguns procedimentos da Justiça
servem “para livrar os figurões das penas da lei”

Passa das 13h em Brasília. O empresário
Zuleido Soares de Veras almoça num restaurante no Setor de Rádio e TV
Sul. Dono da empreiteira Gautama, conversa sobre obras e menciona
políticos. A cena, há cerca de um mês, faz esquecer por um momento que o
mesmo Zuleido, em 2007, foi preso pela Polícia Federal na Operação Navalha,
que desarticulou uma quadrilha que fraudava obras em seis estados,
prendeu 47 pessoas e embasou denúncia contra um governador,
ex-governadores e um ex-ministro.

A
cinco quilômetros daquele restaurante, no Superior Tribunal de Justiça
(STJ), a ministra Eliana Calmon se mostra “muito amolada” com o
andamento do processo contra Zuleido, que atingiu ainda vários
governadores. Passados cinco anos do caso, ela revelou ao Congresso em Foco
que vê risco da impunidade dos réus. Discussões e jurisprudências sobre
o foro privilegiado podem mandar a ação para um tribunal de primeira
instância e resultar na prescrição de alguns crimes. Isso porque o caso
já está, nas palavras da ministra, “todo retalhado” em varas de primeira
instância em vários estados.
Eliana Calmon afirma que isso enfraquece as provas e favorece a
impunidade. “Essa retalhação do processo acaba por fazer uma divisão da
prova. A prova fica fragmentada. Com a prova fragmentada, nós temos
naturalmente uma fragilidade”, contou ela ao site, na semana
passada, no gabinete da vice-presidência do STJ, que ocupa
interinamente. Para a ministra, chicanas de procedimentos nos tribunais
fazem a sociedade perder. “Os crimes de corrupção, dentre eles o de
colarinho branco, se valem dessas nuances procedimentais para livrar os
figurões das penas da lei”, disparou.
Quem perde? “A sociedade perde sem dúvida alguma”, responde a
ministra, que por dois anos foi a corregedora nacional de Justiça. No
cargo, colecionou desafetos até entre os próprios colegas. Chegou a ser
acusada de invadir dados sigilosos de juízes, acusação depois rejeitada
pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Há dois anos, o trabalho da PF – que resultou na denúncia do
Ministério Público contra empreiteiros, o governador de Alagoas,
Teotônio Vilela (PSDB), o então governador do Maranhão, Jackson Lago
(PDT), e o ex-governador de Sergipe João Alves Filho (DEM) – foi “todo
retaliado”. Os casos que envolviam réus sem foro privilegiado foram
remetidos a varas de primeira instância no Maranhão, Piauí, Bahia,
Brasília e Mato Grosso. Como os deputados estaduais de Alagoas não
autorizaram o processo contra Vilela, o caso referente ao estado também
ficou na primeira instância. No STJ, só sobrou o relato de obras
fraudadas e propinas referentes a Sergipe, porque houve participação de
um conselheiro de Contas estadual.


Eliana Calmon diz que a Operação Navalha “perdeu força”
Conselheiro
Mas o Tribunal de Contas de Sergipe (TCE-SE) aposentou o conselheiro
Flávio Conceição de Oliveira Neto por causa das denúncias de
irregularidades noticiadas pela própria Operação Navalha. Eliana aguarda
o julgamento do recurso de Conceição que está nas mãos do ministro do
STJ Humberto Martins para devolver o ex-conselheiro ao cargo ou mantê-lo
aposentado.
Se o Conceição ficar no cargo, o processo fica no STJ. Caso
contrário, Eliana vai fazer o que mandam a lei e a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal: enviar para uma vara de Sergipe a papelada de
31 volumes, 232 apensos e mais um voto com 130 folhas. Em Aracaju, o
caso vai demorar pelo menos mais três meses; ela entende que alguns
crimes vão prescrever.
A ministra pretendia colocar o caso em julgamento em maio deste ano,
mas problemas como a aposentadoria de Conceição adiaram seus planos.
Eliana Calmon diz que o recurso do conselheiro será analisado este ano
por Humberto Martins. Rindo, a ministra nega que tenha pedido para o
colega julgar de forma que o caso permaneça no STJ. “Não, eu pedi para
ele julgar. Só”, ri.
“Muito amolada”
Ou seja: a Navalha ou será julgada em 2012 pelo STJ ou será mandada
para Sergipe este ano. “Estou muito amolada, porque eu queria fazer o
julgamento. Acompanhei o processo inteiro”, disse a ministra. “A gente
acompanha o processo todo e, na hora de julgar…”
Até lá, é melhor aguardar. “Eu não vou entrar com um processo desses
sujeita a não estar competente [para julgá-lo], porque, no momento, não
sou competente”, resigna-se a ministra. Enquanto o caso ‘desce’ para a
Justiça de Alagoas, vai se contando tempo para que os réus sejam
absolvidos pelo calendário, o chamado “prazo prescricional” entre a
ocorrência do crime e o julgamento do juiz. Eliana Calmon entende que um
juiz “diligente” até conseguiria julgar tudo em três meses. Mas lembra
que o caso está dividido.
“Essa retalhação do processo acaba por fazer uma divisão da prova. A
prova fica fragmentada. Com a prova fragmentada, nós temos naturalmente
uma fragilidade”, explica.
Na visão de Eliana perde-se a noção do conjunto das provas. “Termina
sendo muito retalhado, a gente perde um pouco a prova.” A ministra
avalia que isso é bom para os réus, mas ruim para se descobrir a
verdade. “Em relação ao réu, fica bom, né? Mas em relação à analise
probatória, fica extremamente dificultado. Eu acho que a sociedade
perde. Perde o fio da meada.”
Tênue
Na entrevista ao site, Eliana Calmon afirma serem frágeis as
provas contra o ex-governador de Sergipe João Alves Filho (DEM) e seu
filho João Alves Neto. Já contra Zuleido, ao contrário, as provas seriam
fartas. “O Zuleido tem bastante provas. Em relação ao João Alves Filho,
eu acho que a prova é muito tênue, frágil, mas em relação ao grupo que
estava na empresa as provas são muito contundentes.”
A ministra não revela se seu voto é pela absolvição ou condenação dos
réus. “Não posso dizer como eu resolvi isso, porque o certo eu posso
nem ser a competente para solucionar [o caso].”

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