Luciana
Lima
Indignados com
a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Luiz Fux de suspender os efeitos da sessão do Congresso que
aprovou a urgência para a apreciação do veto da presidenta Dilma Rousseff sobre
a distribuição dos royalties do petróleo, deputados e senadores de Estados não
produtores ameaçam não votar a proposta orçamentária para o próximo ano.
Os parlamentares alegaram que a decisão que obriga
o Congresso a votar os vetos na ordem de chegada também atinge outras
propostas. Um dos principais articuladores da urgência para a derrubada do veto
da presidenta Dilma Rousseff, deputado Marcelo Castro (PMDB-SP), criticou a
decisão do ministro.
“Vou analisar as conseqüências dessa decisão. Se o
Congresso não pode votar o veto, não pode votar nenhuma proposição. O
Orçamento, por exemplo, é uma matéria”, considerou o deputado que centralizou a
coleta de assinaturas na Câmara para poder colocar na pauta do Congresso o
requerimento de urgência. “Se não pode passar veto, não pode passar
Orçamento,
não pode passar nada”, disse o deputado.
O ministro alegou na decisão que “o rito adotado
teria violado o artigo 66, parágrafos 4º e 6º, da Constituição de 1988,
ignorando existência de mais de 3 mil vetos pendentes de exame pelo Congresso,
alguns há mais de uma década”. O ministro observou ainda que a
Constituição “exige apreciação dos vetos em ordem cronológica de comunicação ao
Legislativo”.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP)
informou que colocará em pauta hoje as votações dos créditos e nas outras
sessões do Congresso ainda nesta semana, o Orçamento 2013.
Durante a sessão do Senado, Sarney informou que
pedirá ao ministro Fux que reconsidere a anulação da sessão. Ao anunciar essa
decisão, Sarney foi aplaudido pela maioria dos presentes à sessão pertencentes
a estados não confrontantes com a produção de petróleo.
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