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Notícias
  • Jorge Vieira
  • 14/maio/2012

MP do governo amplia licitação simplificada

Governo negocia emenda em MP para
permitir que o RDC, um novo regime de contratação menos complicado
criado para a Copa, seja usado também em obras do PAC, escolas, creches,
quadras esportivas e postos de saúde

Deputado Jerônimo Goergen, relator da MP do governo
O governo federal quer ampliar o uso das licitações simplificadas, o
polêmico Regime Diferenciado de Contratação (RDC), para construir e
reformar escolas, creches, quadras, e postos de saúde, além de tocar as
grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para
tanto, pretende valer-se de um expediente que se tornou rotineiro e
igualmente polêmico: a inclusão de emendas em medidas provisórias com
assuntos inteiramente diversos do propósito original, os chamados
“contrabandos”.
Aprovado no ano passado e questionado no Supremo Tribunal Federal
porque, para o Ministério Público, abre brechas para “graves desvios de
verbas”, o sistema de compras hoje é permitido apenas para serviços e
obras relacionados à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. Ao
contrário da opinião do Ministério Público, o governo entende que o RDC
reduz o preço das obras em até 15% e, por isso, quer estendê-lo a outros
projetos além daqueles vinculados à Copa e aos Jogos Olímpicos.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, entregou uma
emenda à Medida Provisória 556/11, cujo relator é o deputado Jerônimo
Goergen (PP-RS). O deputado disse ao Congresso em Foco
que pretende acolher a permissão para mais obras usarem o RDC: “Isso tem
lógica”. A previsão de seu gabinete é votar a MP esta semana no
plenário da Câmara. Na sua proposta original, a medida provisória
relatada por Jerônimo Goergen passa longe de versar sobre licitação de
obras públicas. A sua ementa trata de isenções de impostos para vários setores
da atividade econômica. Goergen, que brigou para manter e ampliar
isenções de impostos, especialmente para setores ligados à produção
agrícola, diz que boa parte de seus objetivos foi atingida na negociação
com o Palácio do Planalto.
O relator diz que não haverá “contrabando” na MP apesar de o assunto
obras não fazer parte da redação original, que tratava de tributos.
“Chequei isso e meu consultor designado confirmou que pode”, disse o
deputado ao site.
A reportagem tentou contato com assessores de Ideli na sexta-feira
(11) e no fim de semana, mas não conseguiu. Há dez dias, a ministra
disse à agência Radioweb que “há boas possibilidades de aprovar” a
inclusão do PAC no sistema de licitações simplificadas. “O RDC diminui o
tempo e diminui também o custo da obra, pelos lances mais baixos que as
empresas acabam dando na licitação”, disse Ideli à agência. “Isso vai
agilizar em muito as obras em todo o Brasil, o que é muito importante.”
Em pronunciamento na noite de domingo (13), no Dia das Mães, a
presidente Dilma Rousseff lembrou da construção de creches, parte do
programa Brasil Carinhoso, para retirar da pobreza crianças de 0 a 6
anos de idade. “Vamos construir novas creches e, especialmente, ampliar e
estimular convênios com entidades públicas e privadas”, afirmou a
presidente. Acelerar essas obras com o RDC facilitaria a execução do
programa anunciado.
Leilão às avessas
A razão pela qual o governo defende que o RDC baixa o custo das obras
é que ele permite que o governo feche uma grande obra, em todas as suas
etapas, com uma empresa só, evitando “jogo de empurra” entre os
fornecedores, e permite que os concorrentes façam lances para baixar os
preços oferecidos, numa espécie de leilão às avessas.
Mas os procuradores do Ministério Público, críticos do RDC, lembram
que, ao contrário do que exige a Lei de Licitações, a nova modalidade
não prevê a obrigatoriedade de um projeto básico para os empreendimentos
serem licitados. Esse projeto básico é que estabelece as condições
mínimas de uma obra, e é a partir dele que se torna possível fiscalizar
se a sua execução segue o que estava previsto inicialmente. Sem ele, as
ofertas das construtoras podem ser difíceis de comparar entre si. “É
a partir [do objeto] que as propostas podem ser objetivamente
comparadas”, afirmou o procurador geral República, Roberto Gurgel
.
Além disso, fica impossível fiscalizar o que realmente foi feito ou não.
Sem ele, a definição e comparação de preços pode ser arbitrária.
Licitação três vezes mais veloz
Ao contrário do Ministério Público, o governo entende que o RDC vai
beneficiar os cofres públicos. Uma apresentação do Ministério da Fazenda
a líderes no Congresso analisou seis obras em aeroportos administradas
pela Infraero e com uso do novo sistema. O documento diz que as
licitações  ficaram três vezes mais rápidas. A duração caiu de 250 dias
em média para 80 dias.
O preço dos empreendimentos também caiu. “Nessa amostra, o desconto
médio obtido nas propostas vencedoras foi de 15%”, informou o documento
da Fazenda. “Em todos os casos houve redução de lances após as propostas
iniciais.”
De acordo com a Fazenda, nem todas as obras do PAC poderão usar o
RDC. Estão excluídas as obras antigas, aquelas em andamento. Ainda
assim, mais de 8 mil obras se beneficiariam do novo sistema. A
contratação integrada – que deixa a obra inteira na mão de uma única
construtora – só poderá ser usada em empreendimentos com valor superior a
R$ 37,5 milhões – cerca de 250 obras.
As obras menores, que não terão contratação integrada, são creches,
pré-escolas, postos de saúde, obras de saneamento básico, Unidades de
Pronto Atedimento (UPAs). Nessa conta, entrariam mais de 7.500
empreendimentos.
Entre as cerca de 250 grandes obras, que poderão usar a licitação
simplificada e mesmo a contratação integral, estão a Hidrovia
Tietê-Paraná, a adequação da BR-153 no Paraná, a duplicação da BR-381 em
Minas Gerais, a Ferrovia de Integração do Centro-oeste e o metrô de
Fortaleza (CE).
Repetição
Pelo texto da emenda enviada a Goergen pelo Palácio, o RDC poderá
servir para “serviços de engenharia no âmbito do sistema público de
ensino”, obras do PAC e em aeroportos a serem utilizados na Copa e nas
Olimpíadas em capitais distantes até 350 km das sedes das competições,
caso, por exemplo, de Goiânia. Mas, nesses casos, a emenda simplesmente
repete o que já está no inciso 3º do primeiro artigo da lei do RDC.

  • Jorge Vieira
  • 14/maio/2012

Reta final: Conheça os efeitos da provável cassação de Roseana

Os aliados mais
próximos da governadora Roseana Sarney (PMDB) já não conseguem disfarçar o
temor da cassação do seu mandato e do vice Washington Luís Oliveira (PT), por conta
dos abusos de poder político e econômico cometido na eleição de 2010.
A acusação, promovida
pelo ex-governador José Reinaldo, num recurso contra expedição de diploma que
tramita no Tribunal Superior Eleitoral, afirma que foram torrados mais de  R$ 1 bilhão em recursos públicos com a
realização de convênios eleitoreiros às vésperas da eleição.
Auxiliares próximos do
governo e deputados da base aliada já admitem, em reservado, que a única forma
de Roseana escapar da cassação será retardar o julgamento do processo até o fim
do mandato, o que não é impossível, pois já se foram quase dois anos.
Ocorre que o processo
já foi concluído e está às portas de um julgamento pelo plenário do TSE. Não
será uma tarefa fácil para os advogados da governadora, empurrarem o julgamento
para o final de seu mandato.
Os advogados de
acusação, Rodrigo Lago e Rubens Júnior, acreditam que o processo só não irá a
julgamento ainda no primeiro semestre por causa do recesso de julho, mas estão
confiantes que a matéria será deliberada no segundo semestre. .
Especialistas em
direto eleitoral, advertem que, numa eventual condenação, Roseana será
imediatamente afastada do cargo e novas eleições diretas deverão ser convocadas
pelo Presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo, dentro de
trinta dias.
No entanto, a perda do
mandato de Roseana Sarney será a mais leve das penas que lhe serão
impostas.  De acordo com a Lei da Ficha
Limpa, também recairá sobre ela a inelegibilidade pelo prazo de 08 anos,
implicando dizer que ela só poderá se candidatar a algum cargo eletivo a partir
das eleições de 2018, quando Roseana já terá quase setenta anos de idade (ela
fará 59 anos em 2012). Ou seja, sua carreira política só poderá recomeçar numa
idade quando muitos políticos já estão encerrando.
A outra pena que será
imposta a Roseana Sarney, doerá fundo em seu bolso. O Tribunal Superior
Eleitoral e a Advocacia Geral da União – AGU, firmaram parceria no sentido de
que os custos de uma nova eleição serão cobrados do candidato que deu causa à
anulação do pleito. Isso implica que Roseana Sarney deverá tirar do próprio
bolso cada centavo que a Justiça Eleitoral gastar com a realização de nova
eleição. Uma eleição direta num estado com eleitorado do Maranhão deverá ficar
em torno de oito milhões de reais, segundo um especialista em direito eleitoral
ouvido pelo blog.
Certamente o Oligarca
José Sarney não tenciona que sua carreira política e de sua filha terminem de
forma tão melancólica, e de tudo fará para livrá-la da cassação, com efeitos tão
desastrosos sob o clan que manda no
Maranhão há quase cinquenta anos.

  • Jorge Vieira
  • 11/maio/2012

Partidos gastaram R$ 310 milhões em 2010

Os diretórios nacionais dos partidos políticos registrados no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) gastaram R$ 310.533.832,70 em 2011.
Esse valor não inclui as despesas do Partido Humanista da Solidariedade
(PHS). A legenda prestou contas dentro do prazo, que se encerrou em 30
de abril, mas os dados ainda estão sendo processados pelo tribunal.

A
maior despesa foi do Partido dos Trabalhadores (PT): R$ 71.760.939,17. 
O menor gasto foi do Partido Pátria Livre (PPL), que totalizou R$
124.743,38. Esses dois partidos também foram os que mais e menos
arrecadaram. O PT teve a receita de R$ 109.882.972,81. Já a arrecadação
do PPL chegou a R$ 206.052,27. O PPL é o partido mais novo dentre os 29
registrados no TSE e teve o registro deferido em 4 de outubro do ano
passado.

Quanto à receita, os diretórios nacionais declararam ao
TSE que receberam R$ 382.506.512,44. Deste total, R$ 307.317.749,00
foram recebidos pelo Fundo Partidário.

Todos os diretórios
nacionais dos 29 partidos prestaram contas do exercício financeiro de
2011.  Os dados dos diretórios nacionais serão analisados pela Corte; os
estaduais, pelo Tribunal Regional Eleitoral do respectivo Estado; e os
municipais ou zonais, pelo juiz eleitoral.

PenalidadesAs penalidades previstas na Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995)
para as contas não apresentadas ou desaprovadas total ou parcialmente
são a suspensão das cotas do Fundo Partidário pelo período de um a 12
meses e a devolução de recursos ao erário. Em 2011, os partidos
devolveram ao erário R$ 3.409.511,21, devido a irregularidades nas
contas.

GA/CM
Partido
Data da entrega
Receitas R$
Despesas R$
PHS
25.04.2012
PPL
25.04.2012
206.052,27
124.743,38
PSD
27.04.2012
440.752,22
193.769,39
PCO
30.04.2012
522.611,50
418.857,50
PCB
30.04.2012
792.071,87
531.219,18
PSDC
27.04.2012
1.446.267,36
888.789,98
PSL
30.04.2012
1.514.948,30
1.185.808,93
PTN
30.04.2012
1.222.290,10
1.221.477,28
PSTU
30.04.2012
1.203.287,06
1.237.615,14
PTDOB
30.04.2012
1.532.821,66
1.434.976,96
PRP
25.04.2012
1.828.318,69
1.599.057,69
PRTB
30.04.2012
2.206.250,07
1.822.747,68
PTC
27.04.2012
2.637.681,45
2.906.385,50
PSOL
30.04.2012
3.611.548,69
3.438.380,67
PMN
30.04.2012
4.190.174,06
3.470.116,95
PRB
30.04.2012
6.703.019,56
4.779.384,19
PPS
30.04.2012
5.801.215,82
5.264.672,11
PCDOB
27.04.2012
11.753.715,87
9.157.985,95
PV
30.04.2012
11.515.299,63
9.249.451,22
PSC
27.04.2012
9.993.247,84
9.712.390,18
PDT
30.04.2012
16.063.885,55
10.881.769,87
PTB
26.04.2012
13.468.020,55
13.476.532,48
PR
30.04.2012
22.060.707,26
17.147.118,80
PP
30.04.2012
22.972.686,53
19.725.899,55
PSB
30.04.2012
22.603.782,66
19.775.212,29
DEM
30.04.2012
23.266.945,79
20.359.029,43
PSDB
30.04.2012
38.521.474,61
36.107.930,96
PMDB
30.04.2012
44.544.462,66
42.661.570,27
PT
27.04.2012
109.882.972,81
71.760.939,17
Total Partidos
382.506.512,44
310.533.832,70

  • Jorge Vieira
  • 11/maio/2012

Parceria TJMA/SENAC vai atender mulheres vítimas de violência

Mulheres
vítimas da violência doméstica das comarcas de São Luís, Imperatriz, Bacabal,
Caxias e Santa Inês serão atendidas com cursos profissionalizantes gratuitos
por meio de parceria firmada nesta sexta-feira, 11, entre o Tribunal de
Justiça do Maranhão e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac.

Assinaram o Termo de Cooperação Técnica o presidente do TJMA, desembargador
Antonio Guerreiro Júnior; a desembargadora Nelma Sarney, coordenadora
Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica; a juíza Sara Gama,
titular da Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a mulher da
comarca de Imperatriz e o presidente do Conselho Regional do Senac, José
Arteiro Silva.

“Esta é uma iniciativa única para mulheres vítimas de violência doméstica,
porque vai oportunizar a muitas delas trabalho, renda e meios de saírem da
dependência exclusiva do marido ou companheiro. Sem dúvida, devido a esse
fator, a maioria se deixa violentar e mantém as torturas em silêncio. O
Judiciário estadual quer acabar com essa nova forma de escravidão humana”,
comenta Guerreiro Júnior.

A parceria do Judiciário com a entidade empresarial objetiva a
disponibilização gratuita de vagas nos cursos oferecidos nas unidades do
Senac para as mulheres assistidas pelo projeto “Justiça Social – Além dos
Limites Processuais”, sendo até quatro vagas por bimestre, nas unidades da
capital e Imperatriz, e até duas vagas nas demais unidades do interior.

A iniciativa visa, essencialmente, à reinclusão das mulheres vítimas de
violência, a partir do momento que saem das instituições de abrigamento e
retornam ao convívio social.

“Elas saem de uma situação de risco sem condições para recomeçar. Então o
nosso objetivo é dar condições para sua subsistência, sem elas precisarem
ficar subjugadas a uma situação de violência, por conta da dependência
econômica (em relação aos companheiros)”, disse a desembargadora
coordenadora.

“O empresariado maranhense faz questão desse tipo de parceria porque temos
uma gestão focada na prestação de serviços à mulher, especialmente a mais
carente. Essa parceria dá oportunidade às vítimas da violência se
restabelecerem na sociedade”, ressaltou Arteiro.

As beneficiárias deverão ser encaminhadas formalmente pela vara judicial, de
acordo com o número de vagas previstas para os cursos profissionalizantes de
formação inicial e continuada na unidade. A programação dos cursos será
enviada pelo Senac ao TJMA.

Para a juíza Sara Gama, a dependência financeira e econômica da mulher em
relação aos seus parceiros é um dos principais fatores que fomentam a
violência doméstica, “daí a importância dessa parceria em proporcionar
qualificação profissional às vítimas para quebrar o ciclo da violência”,
destacou.

Por meio do Projeto “Justiça Social”, adotado pelo Tribunal de Justiça, mais
de 50 mulheres foram beneficiadas somente este ano em Imperatriz, comarca de
origem do projeto.

Acompanharam a assinatura do termo de cooperação a juíza Mirella Freitas e o
diretor do Senac, José Ahirton Lopes, diretor do Senac e assessores.

  • Jorge Vieira
  • 11/maio/2012

Bira diz que pistolagem é motivada pela impunidade


A Comissão de Direitos
Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa do Maranhão promoveu, na manhã desta
sexta-feira (11), uma audiência pública sobre a Pistolagem no Maranhão. O
evento foi realizado na Câmara de Vereadores de Buriticupu.
A audiência foi requerida
pelo presidente da CDH, deputado Bira do Pindaré (PT), motivada pelo Fórum de
Políticas Públicas de Buriticupu, na oportunidade do ato em protesto pelo
assassinato do líder camponês Raimundo Cabeça, ainda em abril. Na mesma semana
em que o “Cabeça” foi executado, um empresário da cidade também foi assassinado
em frente a sua família e a menos de 300 metros da comarca da cidade e da casa
do prefeito.
O deputado Bira mediou a
mesa de debate ao lado da deputada Francisca Primo (PT), do ex-deputado Vila
Nova, do promotor Gustavo Bueno, do Juiz Ailton Lima, do delegado agrário
Rubens Sérgio, representante da FETAEMA Raimundo Nonato Sousa, secretário de agricultura
do município Raimundo França, advogado do Centro de Defesa de Direitos Humanos
Antonio Filho, presidente da Câmara de Vereadores Maria José Silva,
representante da CPT padre Inaldo, coordenadora nacional do MST Dona Divina,
presidente do SINTRAF Josué dos Santos, presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais José Luiz Santos, delegado de polícia civil Carlos
Alessandro e o Padre Isaac.
De acordo com o IBGE o
Maranhão tem mais de 50% de sua população vivendo na zona rural e a questão da
reforma agrária ainda é um problema extremamente grave no Estado. A Comissão
Pastoral da Terra (CPT) entregou a CDH uma lista com 86 nomes de trabalhadores
rurais ameaçados de morte no Maranhão. 18 pessoas de Buriticupu estão na lista
de ameaçados da CPT. O estado atingiu a marca de 213 conflitos fundiários, em
2012, ultrapassando o Pará – historicamente líder de conflitos.
O padre Inaldo afirmou que o
problema da questão fundiária no Maranhão surgiu com a chamada “Lei das Terras”
assinada pelo então governador José Sarney. De 1964, quando a lei foi proposta,
até hoje 252 trabalhadores rurais maranhenses foram assassinados. A Lei retirou
camponeses de suas propriedades e entregou terras estaduais as grandes empresas
exploradoras do capital como a Varig.
O maior assentamento de
terras do Maranhão é em Buriticupu, entretanto, também é proporcionalmente a
cidade mais violenta do Estado. O INCRA, o ITERMA e o Governo do Estado
(Secretaria de Segurança Pública) foram duramente criticados pelo Juiz, pelo
delegado e pelo promotor público da cidade. Para os representantes do
judiciário municipal a omissão do estado é que alimenta a violência. A
Secretaria de Segurança Pública foi convidada para participar do evento e
justificou sua ausência.
A cidade tem apenas uma
delegacia de polícia e um contingente de 2 policiais militares para uma
população de quase 70 mil habitantes. Para o ex-deputado Vila Nova a impunidade
e a corrupção dos gestores estaduais e municipais são os principais motivadores
dos crimes de pistolagem em Buriticupu e no Maranhão.
“O descaso do poder público
é o grande crime da região. Não a cidade e cidadão que aguente os desvios do
estado e da prefeitura. O Ministério Público e o INCRA são omissos, peço aos
promotores e aos que juízes que julguem e que o INCRA pare de ser um órgão que
busque apenas votos. Os fiscais do INCRA cobram propinas para fiscalizar obras,
o órgão só serve para barganhar cargos”, protestou Vila Nova.
O advogado do Centro de
Defesa de Direitos Humanos de Açailândia também criticou a omissão do Governo
do Estado, indo além ao pedir a prisão da Governadora e do Secretário de
Segurança do Estado. Para Antônio Filho estes “representantes” do poder público
são os responsáveis pela violência, o analfabetismo e pelo déficit de mais de
300 professores na cidade de Açailândia.
Encaminhamentos

O deputado Bira do Pindaré
anunciou que vai pedir a realização de uma nova audiência pública com a
presença do INCRA, ITERMA, MDA, Banco do Nordeste, Banco do Brasil e IBAMA; a
CDH receberá reclamações de órgãos que lidem com a questão agrária; cobrar
criação e estruturação da delegacia agrária do MA; fazer indicação a Secretaria
de Segurança para ampliar o número de delegados em Buriticupu; a sociedade
precisa registrar ocorrências dos casos ameaçados; o apoio a CPI da pistolagem;
fazer indicação para construção da estrada da Siquel; fazer indicação para
instalação da Companhia de Policia de Buriticupu; designar um defensor público
para Buriticupu; instalar a 2ª Vara judicial da cidade.

  • Jorge Vieira
  • 10/maio/2012

Suzano e Vale despejam trabalhadores ribeirinhos em Vila Nova dos Martírios

A Comissão de Direitos Humanos e
minorias da Assembleia Legislativa do Maranhão promoveu, na cidade de Vila Nova
dos Martírios, uma audiência pública para discutir a ameaça de despejo das
famílias ribeirinhas ameaçadas pelos empreendimentos da Vale e da Suzano.
O evento foi realizado, na manhã
desta quinta-feira (10), no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).
O presidente da Comissão, deputado Bira do Pindaré (PT) presidiu a audiência ao
lado do autor do requerimento para realização do espaço, deputado Antonio
Pereira (DEM); Wellington Pinto (prefeito do município); João Pinto
(ex-prefeito); Maria Sousa (presidente da Câmara de Vereadores); Amadeus
Pereira (advogado dos posseiros); Natal Silva (presidente do Sindicato dos
trabalhadores rurais e Francisco de Souza (representante da igreja católica).
Vila Nova dos Martírios vive uma
situação de grave conflito fundiário. Cerca de 60 famílias das comunidades “Deus
Proteja” e Cuverlândia, posseiros das terras há mais de 30 anos estão sendo
despejados injustamente. Os trabalhadores alegam que representantes da empresa
Suzano reclamaram a posse da terra e invadiram sem aviso e sem conceder
compensação aos agricultores.
Senhor Natal, presidente do
Sindicato dos Trabalhadores rurais, afirmou que as grandes empresas trouxeram
muitos danos a população rural. “Eles não nos respeitaram e expulsaram todo
mundo de suas casas. Destruíram nossas plantações”, protestou.
De acordo com o advogado dos
posseiros, o INCRA e o IBAMA que teoricamente seriam os órgãos responsáveis
pela regulamentação e demarcação das terras não ajudam e acabam multando os
trabalhadores por permanecerem nas terras.
“O INCRA e o IBAMA multaram a
associação dos moradores em R$ 50 mil. O poder legislativo e o poder judiciário
não podem se omitir, essa reunião servirá para sensibilizar as autoridades da
situação deste povo”, cobrou Amadeus.
O deputado Antonio Pereira
destacou a importância da audiência pública e da iniciativa da Assembleia
Legislativa em ouvir os problemas do povo e dos trabalhadores de Vila Nova dos
Martírios. Para ele este instrumento da Casa Legislativa é fundamental na
resolução deste impasse com a Suzano.
Bira do Pindaré garantiu que o
trabalho da Comissão de Direitos Humanos é mediar os conflitos e no caso de
Vila Nova é abrir as portas para a Vale e para a Suzano, assim como para o
povo. Como encaminhamentos da audiência: a CDH vai requerer informações
oficiais do judiciário sobre a situação dos processos litigiosos; requerer do
INCRA, IBAMA E ITERMA procedimentos pela demarcação das terras; convidar a Vale
e a Suzano para uma reunião na ALEMA com maior celeridade possível.

  • Jorge Vieira
  • 10/maio/2012

Cassação de Roseana: Blog publica a íntegra da decisão do TSE que reconheceu a legimidade de Versianni e a rejeição dos pedidos de Roseana

Conheça a íntegra da decisão do TSE, que reconheceu que a distribuição do processo de
cassação de Roseana, ao Ministro Arnaldo Versiani, foi rigorosamente legal e os indeferimentos de todos os pedidos feitos pelos advogados de
Roseana e Washington para protelar o julgamento:

RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA Nº 8-09.2011.6.10.0000 – SÃO LUÍS –
MARANHÃO.

Recorrente: José Reinaldo Carneiro Tavares.

Recorridos: Roseana Sarney Murad

Joaquim Washington Luiz de Oliveira.

Trata-se de recurso interposto por José Reinaldo Carneiro Tavares, candidato ao
cargo de senador, contra a diplomação de Roseana Sarney Murad e de Joaquim
Washington Luiz de Oliveira, respectivamente, nos cargos de governadora e
vice-governador do Estado do Maranhão nas eleições de 2010, com fundamento no
art. 262, IV, do Código Eleitoral (fls. 2-54).

Em decisão de fls. 1.586-1.588, deferi o pedido de oitiva das testemunhas
arroladas pelas partes e determinei a expedição de carta de ordem ao Tribunal
Regional Eleitoral do Maranhão, a qual foi devolvida, consoante o ofício de fl.
4.674.

Na referida carta de ordem, os recorridos requereram, no âmbito da Corte de
origem, a intimação das respectivas testemunhas para comparecimento a audiência
designada (fl. 4.964).

O pedido foi indeferido pelo relator designado para o cumprimento da carta de
ordem (fls. 4.969-4.971), tendo sido interposto agravo regimental (fls.
4.984-4.988).

O relator manteve a decisão agravada (fls. 4.996-4.999).

No que tange à oitiva da testemunha Ricardo Jorge Murad, deputado estadual, S.
Exa. entendeu necessário o atendimento da prerrogativa do art. 411 do Código de
Processo Civil, ainda que ele estivesse licenciado do cargo parlamentar,
determinando, assim, expedição de ofício à autoridade arrolada.

A audiência foi realizada em 5 de março de 2012, ouvindo-se Hildo Augusto Rocha
Neto e Sérgio Antônio Mesquita Macedo (fls. 5.008-5.021). As demais testemunhas
dos recorridos não foram ouvidas, por não terem comparecido. Também não foram
ouvidas as testemunhas arroladas pelo recorrente, em virtude de pedido de
desistência formulado por ocasião da colheita do testemunho do Ministro de
Estado Edison Lobão, em audiência por mim realizada em Brasília/DF (fls.
5.005-5.007).

Posteriormente, o TRE/MA manteve a decisão do relator no tocante às questões
relativas às testemunhas dos recorridos (cf. acórdão a fls. 5.034-5.041).

Por intermédio da petição de fls. 4.591-4.599, o Diretório Estadual do Partido
dos Trabalhadores (PT) do Maranhão requereu a sua admissão, nestes autos, na
condição de assistente dos recorridos, invocando o art. 50, caput, do Código de
Processo Civil.

Alegou existir interesse jurídico imediato do referido diretório no deslinde do
feito, “cuja procedência ocasionaria a perda do cargo eletivo cujo
mandatário, Joaquim Washington Luiz de Oliveira, vice-governador do Estado do
Maranhão, pertence a esta sigla requerente” (fl. 4.591).

Suscitou preliminar de ausência de pedido de citação de litisconsorte passivo
necessário, qual seja do partido político, pois, conforme já reconhecido pelo
Supremo Tribunal Federal e pelo Tribunal Superior Eleitoral, o mandato
pertenceria à legenda.

Asseverou que “o requerido ingresso na lide na qualidade de assistente não
supre a necessidade de seu chamamento para defender direito próprio” (fl.
4.594).

De outra parte, levantou preliminar de incompetência do relator decorrente da
distribuição irregular do processo.

Noticiou que o presente recurso contra expedição de diploma seria o primeiro
processo oriundo do Estado do Maranhão nas eleições de 2010, tendo sucedido
indevida distribuição por prevenção e, portanto, supressão de sorteio, em face
do disposto nos arts. 260 do Código de Processo Civil e 14 do Regimento Interno
deste Tribunal. A esse respeito, alegou ofensa ao princípio do juiz natural.

Requereu, ainda, a concessão de vista dos autos, a extinção do processo, por
ausência de pedido de citação do litisconsorte necessário, e a remessa dos
autos à Presidência, para que se decida sobre a necessidade de redistribuição
do feito, por sorteio, suspendendo-se o curso do processo.

À fl. 4.649, determinei a abertura de vista ao recorrente e aos recorridos, a
fim de que, no prazo comum de cinco dias, se manifestassem, assim desejando,
sobre o pedido de assistência formulado, nos termos do

art. 51 do Código de Processo Civil.

Joaquim Washington Luiz de Oliveira pronunciou-se às

fls. 4.653-4.660, com a argumentação de que o pedido de assistência seria
perfeitamente cabível, conforme jurisprudência deste Tribunal.

Aduziu que o Partido dos Trabalhadores possui interesse jurídico imediato a
qualificar a sua admissão nos presentes autos, qual seja a perda de mandato do
recorrido pertencente à agremiação.

Reiterou, também, a preliminar suscitada por seu partido quanto à distribuição
irregular do presente processo, questão sobre a qual somente teria tomado
conhecimento com o pedido de assistência.

Defendeu que o presente recurso teria sido o primeiro recurso do Estado do
Maranhão a chegar a esta Corte Superior, tendo sucedido supressão de sorteio, o
que violaria o princípio do juiz natural.

Postulou o envio dos autos à Presidência deste Tribunal para a apreciação da
questão, suspendendo-se imediatamente qualquer ato no processo.

José Reinaldo Carneiro Tavares manifestou-se às

fls. 4.661-4.669, asseverando que, “sendo o recorrido Joaquim Washington
Luiz de Oliveira filiado ao Partido dos Trabalhadores, partido pelo qual
disputou as Eleições 2010, e tendo o pedido sido formulado pelo órgão regional
do partido, nada tem o recorrente a se opor contra o pedido de
assistência”.

Com relação à preliminar de nulidade, por ausência de citação de litisconsorte
passivo necessário, afirmou que a alegação seria incabível, conforme pacífica
jurisprudência deste Tribunal.

No que se refere à preliminar de irregularidade na distribuição do processo,
mencionou que a competência em questão seria relativa e que foram proferidas
inúmeras decisões, alusivas à instrução do processo, vindo somente agora o
pretenso assistente suscitar essa matéria.

Aduziu a configuração de preclusão temporal para a arguição de incompetência
por prevenção, nos termos do art. 114 do Código de Processo Civil.

Defendeu que descabe ao assistente inovar teses que não foram provocadas pelo
assistido.

Arguiu, ainda, que houve dois outros processos oriundos do Estado do Maranhão
distribuídos anteriormente ao mesmo relator, quais sejam o Recurso contra
Expedição de Diploma nº 339-67 e o Mandado de Segurança nº 25481, o que
reforçaria a prevenção do processo no caso concreto.

Quanto à oitiva da testemunha Ricardo Jorge Murad, o recorrente alegou que a
produção da indigitada prova estaria preclusa, porquanto constituiria fato
notório ser ele cunhado da recorrida e, portanto, impedido de prestar
depoimento sob o compromisso de dizer a verdade, nos termos do art. 405, § 2º,
I, do Código de Processo Civil.

Aduziu que o depoimento dessa testemunha seria desnecessário, pois os fatos
narrados no recurso estariam comprovados por meio da prova documental acostada
ao processo.

Por fim, assinalou que o pedido de intimação prévia das testemunhas para a
audiência realizada no TRE/MA traduziria má-fé processual, dada a sua manifesta
extemporaneidade, já que formulado após inúmeros incidentes sucedidos no
cumprimento da carta de ordem e às vésperas do ato designado, referindo-se,
então, a ato meramente protelatório.

Em petição de fl. 4.673, a recorrida Roseana Sarney Murad informou que não se
opõe ao requerimento de assistência.

Joaquim Washington Luiz de Oliveira apresentou a Petição de Protocolo nº
5.864/2012, dirigida à Presidência deste Tribunal, na qual afirmou que o
Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores do Maranhão requereu a sua
admissão, nos autos do presente recurso, na condição de assistente dos
recorridos, invocando o art. 50, caput, do Código de Processo Civil.

Alegou que o partido, entre outras questões, suscitou preliminar de
incompetência do relator decorrente da distribuição irregular do processo.

Arguiu que somente tomou ciência da questão alusiva à irregularidade da
distribuição do feito através da petição do Partido dos Trabalhadores,
defendendo, portanto, ser o momento oportuno para submeter a questão à
Presidência do TSE.

Sustentou, também, que, por se tratar de matéria administrativa, a Presidência
seria competente para a apreciação do tema alusivo à distribuição, em face do
disposto no art. 9º, letra e, do Regimento Interno deste Tribunal.

Salientou que o presente recurso foi a mim distribuído por prevenção e que o
art. 260 do Código Eleitoral determina a prevenção da competência do relator a
partir do primeiro recurso que chegar a esta Corte Superior para todos os
demais feitos do mesmo estado.

Arguiu que, conforme se extrai de relatório de distribuição, o presente recurso
se refere ao primeiro processo do Estado do Maranhão a chegar a este Tribunal.

Defendeu, então, que houve indevida supressão de sorteio, com definição prévia
do julgador, o que violaria frontalmente o princípio do juiz natural,
insculpido no art. 5º, incisos XXXVII e LIII, da Constituição Federal.

Aduziu, ainda, que este Tribunal instituiu, por meio da Portaria

nº 410, a Comissão Permanente de Distribuição de Processos por Prevenção
(CPDP), com o objetivo de padronizar e melhor regulamentar a distribuição dos
processos, segundo a regra inserta no art. 260 do Código Eleitoral.

Ponderou que “o objetivo do ato foi justamente a necessidade de padronizar
e melhor regulamentar a distribuição de processos pela regra de
prevenção”, consoante o disposto na citada disposição legal.

Acrescentou que a indigitada comissão, inclusive, já constatou irregularidades
em alguns processos, cuja relatoria foi excluída, com a consequente
redistribuição.

Reafirmou a irregularidade na distribuição do feito, com ofensa aos arts. 260
do Código Eleitoral e 14 do Regimento Interno deste Tribunal.

Alegou que, no caso em exame, “a distribuição sequer foi submetida a
sorteio ou realizada de forma alternada, é prescindível discutir inclusive a
ocorrência de má-fé ou dolo porquanto o fato já encerra irregularidade no
simples direcionamento indevido do julgado”.

Por fim, requereu que se “decida sobre a necessidade de redistribuição do
feito por sorteio, suspendendo-se imediatamente qualquer ato no processo”
.

Em petição de aditamento, da qual não consta a indicação de protocolo, o mesmo
recorrido afirmou que “o processo que determinou a prevenção ao RCED 809 é
o Recurso Contra Expedição de Diploma – RCED nº 339-67.2011.6.00.0000. Este
seria o primeiro recurso do Estado do Maranhão a chegar ao TSE, o que atrairia
a competência do Relator para todos os demais casos do mesmo Estado, conforme
regra contida no artigo 260 do Código Eleitoral”.

Arguiu que, ao consultar a forma de distribuição do citado Recurso contra
Expedição de Diploma nº 339-67, verificou que a sua distribuição também fora
efetuada por prevenção, com base no art. 260 do Código Eleitoral, a qual seria
oriunda dele próprio, o que evidencia burla à regra geral de distribuição por
sorteio.

Defendeu que em nenhuma hipótese tal vício pode ser convalidado e não se opera
a preclusão.

A Presidência determinou o encaminhamento do protocolo à Comissão Permanente de
Distribuição de Processos por Prevenção para regular manifestação.

Determinou, ainda, que, posteriormente, o protocolo fosse a mim encaminhado para
análise.

A referida comissão emitiu informação sobre a distribuição do presente recurso.

1. Inicialmente, a propósito da preliminar de incompetência do relator
suscitada pelo Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores, em virtude da
distribuição irregular do processo, noto que o recorrido Joaquim Washington de
Oliveira submeteu a mesma questão à Presidência do TSE por meio da Petição de
Protocolo nº 5.864/2012.

A Presidência determinou, então, o encaminhamento do expediente à Comissão
Permanente de Distribuição de Processos por Prevenção para que, após a
respectiva apreciação, ele fosse analisado pelo relator do presente recurso.

A referida comissão emitiu informação, nos seguintes termos:

Em consulta ao Sistema de Acompanhamento de Documentos e Processos do Tribunal
Superior Eleitoral (SADP), verifica-se que o RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE
DIPLOMA N° 8-09.2011.6.10.0000 diz respeito a pedido de cassação de diploma do
Governador do Estado do Maranhão e foi distribuído, em 24/03/2011, por prevenção
nos termos do art. 260 do Código Eleitoral ao Ministro Arnaldo Versiani.

Tal distribuição deve-se ao fato do primeiro recurso que questiona a eleição no
Estado do Maranhão referente ao pleito de 2010 foi distribuído ao Ministro
Arnaldo Versiani, o RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA N°
339-67.2011.6.00.0000.

No que tange à distribuição do RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA N°
339-67.2011.6.00.0000, também questionado na petição em análise, consta no
SADP: “Distribuição AUTOMÁTICA, gerando prevenção art. 260, CE/Estadual em
21/02/2011”. Entretanto, em razão da data da distribuição é possível que a
descrição que constava no SADP era diversa e causava confusão entre os
usuários, pois poderia levar a crer que a distribuição teria sido por prevenção
em razão do próprio processo e não por sorteio.

Importante informar, ainda, que à época em que esta Comissão foi criada, foi
sugerida a alteração na descrição utilizada pelo SADP, para fazer constar no
sistema a informação de que a distribuição é automática e que se trata do
primeiro processo relativo àquela unidade da Federação, gerando, para os
processes vindouros, a prevenção do art. 260, CE, o que foi acatada pela
Presidência do Tribunal Superior Eleitoral nos autos do RECURSO ESPECIAL
ELEITORAL N° 9587280-08/CE.

Como se vê, a distribuição por prevenção do presente recurso teve origem na
distribuição por sorteio e de forma automática do RCED nº 339-67, que
constituiu a primeira distribuição do Estado do Maranhão, para os fins
previstos no art. 260 do Código Eleitoral, e que acarretou exatamente a
respectiva prevenção, não havendo que se cogitar de nenhuma irregularidade.

Logo, em face da informação prestada pela Comissão Permanente de Distribuição
de Processos por Prevenção, de que não houve a distribuição irregular do
presente recurso, julgo prejudicado o pedido de remessa dos autos à Presidência
para exame da necessidade de redistribuição do feito por sorteio, requerida
pelo Diretório Estadual do PT (fl. 4.599) e por Joaquim Washington Luiz de
Oliveira, por meio da Petição de Protocolo nº 5.864/2012.

Junte-se a Petição de Protocolo nº 5.864/2012 – e demais atos ela relacionados
– aos presentes autos.

2. Defiro o pedido de ingresso do Diretório Estadual do Partido dos
Trabalhadores no feito, na condição de assistente simples dos recorridos, nos
termos do art. 50, caput, do Código de Processo Civil, por estar configurado o
interesse jurídico.

Proceda-se às anotações necessárias.

Indefiro, não obstante, o pedido de vista formulado pelo mesmo assistente,
considerando que o feito se encontra em fase de instrução probatória e abertura
de vista às partes principais.

Fica consignado, porém, que o assistente poderá, a qualquer tempo, ter acesso
aos autos e deles extrair cópias em secretaria.

3. O Diretório Estadual do PT suscita preliminar de ausência de pedido de
citação de litisconsorte passivo necessário.

De acordo com a jurisprudência do Tribunal, entretanto, o partido político não
é litisconsorte passivo necessário nos processos dos quais possa resultar a perda
de diploma ou de mandato dos candidatos eleitos sob a respectiva legenda
(Recurso Ordinário nº 1.497, relator o Ministro Eros Grau, e Agravo Regimental
no Agravo de Instrumento nº 1307-34, relator o Ministro Marcelo Ribeiro, de
2.3.2011).

Cito, ainda, o seguinte julgado:

Eleição municipal. Investigação judicial.

[…]

4. Este Tribunal já decidiu que, em processos de perda de diploma ou de
mandato, não há justificativa para o ingresso de partido político como
litisconsorte passivo necessário, tendo em vista que para esses casos não se
estendem as regras de desfiliação sem justa causa, regidos pela Res.-TSE nº
22.610/2007.

[…]

Agravo regimental a que se nega provimento.

(Agravo Regimental no Recurso Ordinário nº 2.365, de minha relatoria, de 1º.12.2009).

Logo, rejeito a preliminar de falta de pedido de citação de litisconsorte
passivo necessário.

4. Os recorridos, perante o TRE/MA, interpuseram agravo regimental contra a
decisão do relator da carta de ordem, que indeferiu pedido de intimação das
testemunhas para comparecerem à audiência designada, tendo sido negado
provimento ao agravo.

Destaco o teor da referida decisão do Juiz Sérgio Muniz (fl. 4.970):

Às fls. 1587 consta decisão do Ministro Arnaldo Versiani deferindo a intimação
pessoal das testemunhas do recorrente e do recorrido, se caso requerido nos
autos.

Os recorridos Roseana Sarney Murad e Joaquim Washington Luiz de Oliveira
atravessaram petição nos autos da Carta de Ordem requerendo que as testemunhas
por eles arroladas fossem intimadas via Aviso de Recebimento (AR), nos termos
da mencionada decisão do Ministro-Relator.

Na espécie, entendo que o pedido não merece ser acolhido tendo em vista que
mesmo cientes da decisão do Ministro, quedaram silentes, quando deveriam na
primeira oportunidade apresentar o requerimento de intimação junto ao Relator
do RCED.

Desse modo, indefiro o pedido dos recorridos constante às fls. 287.

No exame do pedido de reconsideração, reafirmou o magistrado (fl. 4.998):

(…) não assiste razão aos Agravantes no tocante à reconsideração da decisão
que indeferiu o pedido de intimação das testemunhas, para o fim de intimá-las
via aviso de recebimento e via carta de ordem, às residentes na capital e no
interior do Estado, respectivamente.

Como bem frisei no despacho ora atacado, entendo que a solicitação deveria ter
sido dirigida ao Ministro Relator do feito, não a este julgador a quem compete,
apenas e tão somente, conduzir a oitiva das testemunhas.

Está correto o indeferimento do pedido de intimação das testemunhas formulado
pelos recorridos.

Observo que, em despacho de 16.6.2011, ao deferir o pedido de produção de prova
oral (fls. 1.586-1.588), acolhi, também, o pedido de intimação das testemunhas
indicadas pelo recorrente, tendo em vista as considerações por ele expostas no
sentido de que “arrolam-se (…) pessoas politicamente ligadas aos
recorridos, secretários e ex-secretários de Estado, prefeitos beneficiários de
convênios, de forma que certamente não comparecerão voluntariamente, carecendo
de intimação judicial para tanto” (fl. 27). Facultei, ainda, aos
recorridos, caso pretendessem a intimação de suas testemunhas, formular o
respectivo pedido nos autos, ficando, desde já, deferido.

Após as providências para a sua instrução, a carta de ordem foi expedida em
21.9.2011 (fls. 4.396-4.398).

Em 17.11.2011, a Presidência do TRE/MA encaminhou pedido do relator da carta de
ordem, solicitando cópias de documentos constantes do recurso contra expedição
de diploma e a prorrogação do prazo para o cumprimento, fixado em 60 dias (fls.
4.448-4.452).

Deferi tais providências, em 24.11.2011, tendo sido encaminhada a documentação
solicitada àquele Tribunal.

Em 19.12.2011, o relator da carta de ordem informou que a audiência para a
oitiva das testemunhas foi designada para o dia 27.1.2012 (fls. 4.482-4.483).

Em 20.1.2012, o recorrido Joaquim Washington Luiz de Oliveira insurgiu-se
contra a redistribuição da carta de ordem, o que resultou na suspensão da
audiência determinada pelo TRE/MA (fls. 4.484-4.486).

Após a solução desse incidente, nova audiência foi designada para o dia
5.3.2012, conforme informado às fls. 4.536-4.537, tendo sido por mim deferida
nova prorrogação para o cumprimento da carta de ordem até o dia 10.3.2012.

Apenas em 15.2.2012 (fl. 4.964), todavia, é que os recorridos solicitaram a
intimação das testemunhas por eles arroladas, em face do despacho de 16.6.2011,
em que deferi tal providência, ou seja, após quase oito meses e depois de
ocorridos todos os fatos anteriormente narrados quanto ao cumprimento da carta
de ordem.

Assim, dada a inércia dos recorridos, não era mesmo de se admitir o pedido de
intimação das testemunhas feito às vésperas da realização da audiência.

No que se refere ao fato de o domicílio da testemunha Francisco Emiliano de
Sousa ser o Município de João Lisboa/MA (fl. 4.993), considero tal fato
irrelevante, porquanto caberia aos recorridos terem providenciado o
comparecimento da citada testemunha à audiência, bem como das demais por eles
arroladas, independentemente de intimação, nos termos do art. 22, V, da Lei
Complementar nº 64/90.

5. Quanto à colheita do depoimento da testemunha Ricardo Jorge Murad,
verificar-se ser ele detentor de deputado estadual, mas licenciado de suas
funções, por estar atualmente exercendo o cargo de Secretário Estadual de
Saúde, segundo se infere da petição de fls. 4.990-4.994, da decisão do relator
da carta de ordem, fls. 4.996-4.999, e da petição de fls. 4.661-4.669.

O art. 411, VIII, do Código de Processo Civil estabelece que os deputados
estaduais, arrolados como testemunha, são inquiridos em sua residência ou onde
exercem a sua função.

A esse respeito, asseverou o Ministro Joaquim Barbosa no julgamento pelo
Supremo Tribunal Federal da Questão de Ordem na Ação Penal nº 421, em
22.10.2009, ao tratar de disposição similar do Código de Processo Penal:
“Tal regra processual tenta conciliar o dever que todos têm de testemunhar
com as relevantes funções públicas exercidas pelas autoridades ali previstas,
…”.

Em virtude do afastamento do parlamentar de suas funções para o exercício do
cargo de secretário estadual, no entanto, entendo não lhe ser aplicável a
referida prerrogativa processual, a qual, a meu ver, se vincula às autoridades
que se encontram no exercício de mandato ou dos cargos indicados no art. 411 do
Código de Processo Civil.

Os recorridos invocam, à fl. 4.987, o acórdão do Supremo Tribunal Federal no
Inquérito nº 925, relator o Ministro Celso de Melo, de 8.11.2005, em que ficou
decidido que “parlamentar federal que estava no gozo das prerrogativas de
Deputado Federal à época do evento, ainda que licenciado para o exercício das
funções de Secretário de Estado”, permanece com o foro por prerrogativa de
função.

Ocorre que não se trata, na espécie, de observância de prerrogativa de foro, em
razão da titularidade de mandato eletivo, considerada eventual imputação de
ilícito criminal.

Cuida-se, aqui, apenas de prerrogativa processual – oitiva na residência ou
onde se exerce a função – conferida em decorrência de exercício de mandatos e
cargos, a qual, inclusive, se sujeita, em caso de inércia, à perda dessa
prerrogativa, conforme já decidido pelo Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido, cito o seguinte precedente:

QUESTÃO DE ORDEM. AÇÃO PENAL. DEPUTADO FEDERAL ARROLADO COMO TESTEMUNHA. NÃO
INDICAÇÃO DE DIA, HORA E LOCAL PARA A OITIVA OU NÃO COMPARECIMENTO NA DATA JÁ
INDICADA. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O NÃO ATENDIMENTO AO CHAMADO JUDICIAL.
DECURSO DE MAIS DE TRINTA DIAS. PERDA DA PRERROGATIVA PREVISTA NO ART. 221,
CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.

Passados mais de trinta dias sem que a autoridade que goza da prerrogativa
prevista no caput do art. 221 do Código de Processo Penal tenha indicado dia,
hora e local para a sua inquirição ou, simplesmente, não tenha comparecido na
data, hora e local por ela mesma indicados, como se dá na hipótese, impõe-se a
perda dessa especial prerrogativa, sob pena de admitir-se que a autoridade
arrolada como testemunha possa, na prática, frustrar a sua oitiva,
indefinidamente e sem justa causa.

Questão de ordem resolvida no sentido de declarar a perda da prerrogativa
prevista no caput do art. 221 do Código de Processo Penal, em relação ao
parlamentar arrolado como testemunha que, sem justa causa, não atendeu ao
chamado da justiça, por mais de trinta dias.

(Questão de Ordem na Ação Penal nº 421, rel. Min. Joaquim Barbosa, de
22.10.2009, grifo nosso).

Incabível, portanto, a pretensão dos recorridos (fls. 4.987-4.988), de que, em
relação à testemunha Ricardo Jorge Murad, deveria ter sido observado o disposto
no art. 411 do Código de Processo Civil, razão pela qual, não tendo comparecido
espontaneamente à audiência designada no âmbito do TRE/MA, está preclusa a
possibilidade de sua oitiva.

6. Em petição de fls. 1.603-1.605, o recorrente trouxe aos autos documentação,
acrescentando que, apesar dos óbices averiguados, “obteve, por outras
vias, parte dos documentos e informações que se pretendia fossem requisitados.
É que o recorrente teve acesso ao procedimento administrativo instaurado pela
Procuradoria Regional Eleitoral do Maranhão – exatamente a documentação que
requereu o Ministério Público Eleitoral fosse juntada nestes autos e que ficou
sobrestada na Secretaria Judiciária do TRE/MA, em cumprimento à r. decisão de
fl. 583 da Presidência do eg. TRE/MA. Além dos documentos ali constantes, cujas
fotocópias autênticas são juntadas com a presente petição (art. 365, IV do
CPC), faz-se a juntada de documentos de acesso público, que também foram objeto
de requisição pela petição inicial, e que dizem respeito aos fatos
constitutivos da ação” (fl. 1.605).

Às fls. 4.326-4.327, deferi o pedido de juntada dos referidos documentos e, por
via de consequência, não há mais necessidade da requisição dos documentos
solicitados nas alíneas b, c, d, f e g do item III da inicial (fls. 26-27).

Pelo exposto, sem prejuízo da oportuna apreciação das petições de Roseana
Sarney Murad (fls. 4.331-4.339) e de Joaquim Washington Luiz de Oliveira (fls.
4.351-4.357), determino a abertura de vista aos recorridos, sucessivamente,
pelo prazo de cinco dias, a fim de que, querendo, se manifestem sobre a nova
documentação apresentada pelo recorrente.

Publique-se.

Intimem-se.

Brasília, 07 de maio de 2012.

Ministro Arnaldo Versiani

1 2.565 2.566 2.567 2.568 2.569 2.771

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