A Assembleia Legislativa do Maranhão realizou, nesta quinta-feira (28), no Plenário Nagib Haickel, sessão solene em homenagem aos 90 anos do ex-governador Jackson Lago e entrega da Medalha Manuel Beckman (em memória). O ato foi proposto pelo deputado estadual Rodrigo Lago (PCdoB).
A sessão foi presidida pelos deputados Neto Evangelista (União Brasil) e Rodrigo Lago, com as presenças dos parlamentares Fernando Braide (PSD), Carlos Lula (PSB), Júlio Mendonça (PCdoB) e Leandro Bello (Podemos). Na ocasião, o secretário chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, representou o governador Carlos Brandão.
O deputado Rodrigo Lago ressaltou a liderança política do homenageado. “Jackson Lago foi um grande líder popular maranhense, foi prefeito da capital por vários mandatos, sonhava em governar o nosso estado, conseguiu construir a sua eleição para o cargo de governador e, infelizmente, esse seu sonho acabou sendo interrompido prematuramente em um processo judicial contestável e que, depois, foi declarado como inconstitucional”, relembrou Rodrigo Lago.
Sobre o legado deixado pelo homenageado, o parlamentar complementou. “Apesar de pouco tempo no Governo do Estado, Jackson Lago deixou um grande legado para o Maranhão e também para a política brasileira. Seu exemplo de vida serve de inspiração”, afirmou Rodrigo Lago.
Para a viúva de Jackson Lago, Clay Lago, o mês que marca o aniversário de vida do marido tem sido de intensas emoções. “Estou muito emocionada neste mês que tem sido de homenagens como essa aqui na Assembleia Legislativa. Jackson era um municipalista, trabalhava com e para o povo, com forte participação popular. Lutou a vida inteira pelo que acreditava e deixou um grande legado”, disse Clay Lago.
Trajetória – Prestigiaram a solenidade políticos, amigos, familiares e admiradores do médico e político Jackson Lago, que faleceu em 2011, aos 76 anos. Entre os presentes na cerimônia estavam os irmãos Wagner, Aderson e Nonato Lago e a filha, Ludmila Lago, entre outros. Também participaram do ato nomes importantes do Partido Democrático Trabalhista (PDT), sigla da qual Jackson Lago foi um dos fundadores e na qual permaneceu ao longo de sua trajetória política.
Jackson Lago foi governador do Maranhão de 2007 a 2009, quando teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Antes disso, havia sido prefeito de São Luís por três mandados.
Integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia Legislativa do Maranhão reuniram-se, na manhã desta quinta-feira (28), na Sala das Comissões, para discutir sobre a situação em que se encontram 16 trabalhadores maranhenses que, desde 4 de outubro de 2023, estão detidos no presídio Guayparo, na cidade venezuelana de Porto Ordaz, sob acusação de atividades ilegais em áreas de garimpo da Venezuela.
Ao abrir a reunião, o presidente da Comissão, deputado Ricardo Arruda (MDB), declarou que são cada vez mais preocupantes as informações relacionadas aos trabalhadores presos ilegalmente e que, segundo o relato de familiares, estão sofrendo maus-tratos e, além disso, muitos deles estão doentes.
“Chegou agora até a nós a triste informação de que uma mulher, que se encontra nesse grupo como detenta, teria sido abusada sexualmente dentro da cadeia, de modo que o cenário é cada vez mais desolador”, afirmou Ricardo Arruda.
Durante a reunião, por meio de videoconferência, o advogado Mário Lima Barros Neto, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB de Rondônia), fez uma detalhada explanação sobre os entendimentos com diversas autoridades do Judiciário para que seja dada uma solução ao caso dos trabalhadores detidos na Venezuela.
Além do presidente, Ricardo Arruda, a reunião da Comissão de Direitos Humanos contou também com a participação presencial dos deputados Arnaldo Melo (PP) e Júlio Mendonça (PCdoB). De forma remota, participaram o deputado Dr. Yglésio (PRTB) e a deputada Daniella (PSB).
Videoconferência – Por meio da videoconferência, os parlamentares ouviram relatos sobre casos de maus tratos, doenças e até ameaças de morte feitas aos presos. Entre os 16 maranhenses detidos, há duas mulheres que foram trabalhar como cozinheiras no garimpo. Nesse grupo há 14 pessoas que são moradoras das cidades de Brejo de Areia e Vitorino Freire, no interior do Maranhão, e outras duas moradoras da cidade de Boa Vista, capital de Roraima.
De acordo com o relato do advogado Mário Lima Barros Neto, os 16 trabalhadores saíram do Maranhão e de Roraima para trabalhar em um garimpo no Rio Yuruari, no município Dorado de Sifontes, no Estado Bolívar. No local, eles foram presos, junto com mais um venezuelano e um guianense. Os detentos gravaram um vídeo, pedindo ajuda ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que interceda em favor da libertação deles.
Presos ilegalmente – O advogado Mário Lima Barros Neto afirmou que os trabalhadores foram presos ilegalmente, estão sofrendo maus-tratos e, além disso, muitos deles estão doentes. A defesa dos detidos apresentou à Justiça os documentos que autorizavam o garimpo e as taxas de pagamento feitas pela empresa licenciadora. Com base nos documentos, a juíza do caso reconheceu que a prisão deles era ilegal, mas afirmou que não tinha autonomia para soltá-los.
Familiares relatam também que contra o grupo havia outras acusações de crimes, porém, já foi provado pela polícia investigativa que eles não têm relação alguma com os crimes pelos quais foram acusados.
Com o pedido de ajuda e apelos feitos pelos familiares, os integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e das Minorias da Alema decidiram que, a partir da próxima semana, irão cumprir uma agenda de visitas em Brasília ao Ministério das Relações Exteriores, ao Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal e à Defensoria Pública da União (DPU), para tratar deste caso.
“O nosso encaminhamento é no sentido de, a partir de agora, buscar com mais ênfase o apoio das autoridades federais brasileiras, da bancada federal maranhense e, se for preciso, vamos buscar até mesmo o apoio de órgãos internacionais para que, o quanto antes, este problema seja solucionado. É um caso grave, que não se pode tolerar”, afirmou o deputado Ricardo Arruda, ao final da reunião.
O casamento do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, neste sábado 30 de novembro, com a companheira com a qual convive a 14 anos, tem ganhado enorme repercussão nacional pelo fato do governador Carlos Brandão (PSB) não ter sido convidado para evento que deve reunir a cúpula do judiciário e aliados políticos do ex-governador do Maranhão.
O fato do governador não ter sido convidado para festa, está sendo visto como a oficialização do racha no grupo que chegou ao poder em 2014 após desbancar a oligarquia do Sarney, que mandou e desmandou no estado por quase cinco décadas. Brandão, que chegou ao comando do Palácio dos Leões pelas mãos de Dino, segundo fontes do Blog Jorge Vieira, já não contaria mais com a confiança do ex-governador.
Flávio Dino não convidar o governador, que já foi seu vice e assumiu o governo quando ele se afastou do cargo para concorrer ao Senado em 2022 está sendo interpretado como ruptura definitiva, embora tenha surgido recentemente a especulação sobre uma suposta tentativa de reaproximação, já que ambos se queixam de deslealdade.
Comentam nos bastidores da política local que as desavenças e quebra de confiança comeram após surgir os primeiros comentários de que Brandão não cumpriria o acordo de entregar o comando do estado para vice Felipe Camarão (PT) em meados de 2026 para ele assumisse e disputasse a reeleição. O governador estaria disposto a não deixar o cargo e apostar na candidatura de Orleans Brandão.
A partir do episódio em que o governador exonerou Felipe Camarão da Secretaria de Educação, decisão que veio como suposta represália ao fato do ministro Flávio Dino ter suspendido a eleição do advogado Flávio Araújo para conselheiro do TCE-MA (Tribunal de Contas do Maranhão), indicado por Brandão, algo que teria abalado definitivamente o relacionamento do atual com o ex-governador.
Outros episódio também contribuíram para afastamento dos dois líderes. Aliados do governador acusam o ministro de ser responsável pela decisão do ministro Alexandre de Moraes que mandou Brandão retirar todos os parentes da máquina pública estadual. Dino tem revelado aos mais próximos a decepção com o ato do governador, que surgiu para o mundo da política no grupo do Sarney, ter loteado cargos públicos com parentes.
Os parlamentares que se identificam com Flávio Dino reclamam que acordo não estariam sendo cumpridos, que não recebem a menor atenção do Palácio dos Leões e o desdobramento de tudo isso acabou sobrando para a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), aliada de Brandão, que só conseguiu renovar o mandato pelo critério da maior idade, após empatar nos dois turno em 21 X 21 com o deputado Othelino Neto (Solidariedade), que faz oposição declarada ao governo, numa eleição que era considerada tranquila.
O casamento deste sábado, para o qual o governador não foi convidado, expõe definitivamente o afastamento de Dino de Brandão, ainda que “bombeiros” ligados ao Palácio dos Leões tentem fazer a reconciliação e até “plantem” informação de uma suposta reunião que estaria para acontecer em Brasília na qual os dois tentariam acertar o passo. Um atento observador do cenário político, no entanto, acredita que tudo não passa de especulação, o racha já aconteceu e tudo indica que é definitivo por conta da quebra de confiança.
A presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputada Iracema Vale (PSB), foi uma das personalidades agraciadas com a ‘Medalha Pontes de Miranda’, mais alta honraria da Polícia Civil do Maranhão. A solenidade, com a presença do governador Carlos Brandão e de outras autoridades, foi realizada na noite desta quarta-feira (27), no Palácio Henrique de La Rocque, em São Luís. O objetivo do ato foi homenagear personalidades e policiais que contribuem de maneira significativa para o fortalecimento da segurança pública no estado.
A ‘Medalha Pontes de Miranda’ é a mais alta honraria da Polícia Civil destinada a reconhecer profissionais cujo trabalho fortalece as ações da instituição para o combate ao crime e à promoção da segurança pública. Estiveram presentes ao evento os deputados Ariston (PSB) e Roberto Costa (MDB), este último também homenageado com a ‘Medalha Pontes de Miranda’.
Para Iracema Vale, foi uma honra receber a condecoração. Em sua fala, a presidente da Alema ressaltou o relevante trabalho das forças de segurança no Maranhão, bem como o apoio que a Assembleia Legislativa tem dado aos projetos do Poder Executivo e às entidades de classe ligadas à categoria.
“Eu me sinto lisonjeada, orgulhosa de receber essa medalha. Muito obrigada àqueles que indicaram o meu nome, para mim é um grande presente de Natal. Estou muito feliz e grata. Temos aberto a Assembleia Legislativa para receber todos os policiais, sindicatos e representantes de delegados, conversado com o secretário e a Secretaria de Segurança, mediando demandas destes profissionais e contribuindo com o excelente trabalho que o governador Carlos Brandão tem feito na segurança pública do Maranhão”, disse Iracema Vale.
Na ocasião, o governador Carlos Brandão, que também recebeu a condecoração, destacou os avanços na segurança pública no Maranhão ao longo de seu governo e celebrou o recebimento da Medalha.
“Esta medalha é um estímulo, um reconhecimento que nos enche de energia para que a gente possa continuar prestando serviço ao nosso Estado. Receber essa medalha, para mim, é um motivo de muito orgulho. Depois de tantas ações que a gente fez pela Polícia Civil é gratificante ver que temos contribuído para a redução dos índices de criminalidade, colocando o Maranhão na sétima melhor colocação no que diz respeito à segurança pública no Brasil”, ressaltou o governador Carlos Brandão.
Também receberam a ‘Medalha Pontes de Miranda’ personalidades como o presidente do TJ-MA, José Ribamar Froz Sobrinho; o procurador-geral do MP-MA , Danilo José de Castro Ferreira; o presidente do TRE-MA, José Gonçalo de Sousa Filho, entre outras.
Para o deputado Roberto Costa, a condecoração é um reconhecimento do trabalho feito em prol da segurança pública do Maranhão. “É um reconhecimento das ações que nós fizemos, os projetos de lei que apresentamos para o fortalecimento não só da Polícia Civil, mas do sistema de segurança pública do Estado, que tem dado um grande resultado em relação ao combate à criminalidade”, destacou o parlamentar, ressaltando também o apoio da Assembleia Legislativa às ações do governador Carlos Brandão na área da segurança.
Policiais – Além das personalidades, também foram homenageados 90 policiais civis com 10, 20 e 30 anos de serviços prestados. Eles receberam o Diploma do Mérito do Serviço Policial Civil.
“Nós sabemos que essas pessoas são fundamentais para a nossa instituição, que é o que é em função dos servidores. E esse é um ato de justiça e de reconhecimento que nós fazemos aos nossos funcionários, que chamamos de nossos heróis. A Polícia Civil está em um dia festivo, partilhando também com as personalidades que têm nos ajudado para combater o crime no Maranhão”, observou o delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida Neto.
A atuação destacada desses policiais, assim como a de muitos outros que integram a corporação, tem consolidado a Polícia Civil do Maranhão como a mais resolutiva do Brasil. De acordo com a Adepol Brasil, a instituição lidera o ranking nacional de solução de inquéritos, com uma impressionante taxa de 98%. Além disso, é referência nacional em programas inovadores de combate a crimes, com iniciativas como o programa ‘Meu Celular de Volta’, que recupera aparelhos roubados ou furtados e os devolve aos seus legítimos proprietários, entre muitas outras ações.
O deputado estadual Antônio Pereira (PSB) afirmou, durante discurso na Assembleia Legislativa do Maranhão, nesta quarta-feira (27), que não há espaço para intervenção judicial nas eleições da Mesa Diretora da Casa. O parlamentar se refere à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7756), proposta pelo partido Solidariedade visando à intervenção no processo.
De acordo com o deputado, o critério de desempate por idade está presente no regimento da Assembleia Legislativa do Maranhão há mais de 30 anos.
“A questão levantada pelo Solidariedade, no meu ponto de vista, é controversa, pois diz que o dispositivo regimental que atribui ao mais idoso o critério de desempate, em caso de eleição para os cargos da Mesa Diretora, não é o correto e que teria de ser por número de mandatos legislativos. Longe de ser inédito, esse dispositivo está no Regimento desta Casa há mais de 30 anos, e não como foi dito lá, deixando a entender que foi uma questão casuística feita poucos dias antes da eleição, como se nós pudéssemos prever o empate que ocorreu”, disse Pereira.
O deputado enfatizou ainda que os entes federados gozam de autonomia para dispor livremente sobre o tema, sobre o seu regimento interno.
“É aquilo que se define como ‘interna corporis’, não cabendo a intromissão de outros Poderes neste tipo de caso. É uma opção política, que foi adotada pelas Mesas Diretoras anteriores e pelos deputados que aqui compuseram diversas legislaturas, uma decisão política que foi tomada e colocada no Regimento, permanecendo assim há mais de 30 anos. Não é uma situação casuística”, acrescentou Antônio Pereira.
Mesa Diretora- A eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão para o segundo biênio da 20ª Legislatura aconteceu no dia 13 de novembro, em consonância com a Resolução Legislativa 1.300/2024, datada de 5 de novembro de 2024. A sessão foi presidida pelo deputado Arnaldo Melo (PP), com o auxílio dos deputados Roberto Costa (MDB), Neto Evangelista (União Brasil), Rodrigo Lago (PCdoB), Ana do Gás (PCdoB) e Mical Damasceno (PSD).
A deputada estadual Iracema Vale foi reconduzida à Presidência da Alema após escrutínio em dois turnos, devido a empate na eleição disputada com o deputado Othelino Neto (Solidariedade). O desempate ocorreu pelo critério de idade.
Por Plinio Teodoro – Revista Fórum – O relatório de 884 páginas em que a Polícia Federal (PF) detalha a atuação da Organização Criminosa (OrCrim) comandada por Jair Bolsonaro (PL) para dar um golpe de Estado traz algumas nuances que parecem ter sido retiradas das esquetes do Sargento Pincel, personagem cômico do ator Roberto Guilherme, que morreu em 2022 aos 84 anos, que ironizava a atuação dos “pintores de rodapé” militares no humorístico Os Trapalhões nos anos 1980.
A partir da página 741, quando a PF lista os materiais encontrados durante operação de busca e apreensão na casa do General “kid preto” Mario Fernandes, ex-ministro-adjunto da Secretaria-Geral da Presidência, os investigadores revelam anotações em um caderno preto da marca de luxo Mont Blanc para culpar o então ministro da Justiça, Flávio Dino, pelos atos golpistas que depredaram o Palácio do Planalto e os edifícios-sedes o Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
A parte cômica é que o general propunha usar a “visão Marcos do Val”, sobre o senador do Podemos do Espírito Santo, para atacar o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e creditar a Dino a culpa pelo quebra-quebra promovido pelos bolsonaristas incitados pela escumalha golpista.
“Nos materiais físicos apreendidos em poder de MARIO FERNANDES foram identificadas anotações que demonstram a atuação do investigado para criar narrativa com a finalidade de tentar atribuir ao então ministro da Justiça FLAVIO DINO a responsabilidade por omissão da tentativa de golpe de Estado realizada no dia 08 de janeiro de 2023, na cidade de Brasília/DF”, diz a PF.
Em seguida, a PF revela que no caderno haviam registros referentes aos atos golpistas do dia 8 de janeiro e à atuação de Dino no Ministério da Justiça, com “descrições de possíveis temas a serem abordados”.
“Em uma das páginas do caderno há a descrição denominada “Visão Marcos do Val ? MDV”, possivelmente relacionado ao Senador da República MARCOS DO VAL”, dizem os investigadores.
“Chama a atenção algumas anotações que evidenciam que o grupo criminoso, por meio do referido Senador, tinha a intenção de praticar atos para atacar o ministro ALEXANDRE DE MORAES. O documento ainda descreve a expressão “FD”, possivelmente fazendo referência ao então Ministro da Justiça FLÁVIO DINO e a letra “L”, como associada, possivelmente, ao presidente LULA”, segue a PF, mostrando imagens do caderninho da Mont Blanc de Fernandes.
Nas anotações, o general fala em “ações coordenadas com apoio em massa de parlamentares de Direita”, sinalizando a atuação do gabinete do ódio golpista junto à bancada neofacista eleita na esteira do bolsonarismo.
Sobre a “visão Marcos do Val”, o general “kid preto” afirma que nas teses tresloucadas, o senador bolsonarista diz que “Flávio Dino [identificado com as iniciais] já afirmou que se ele cair, ele levará o L”, em referência ao presidente Lula.
O general ainda antecipa que MDV, em referência a Do Val, “demonizará o AM”, em relação ao Alexandre de Moraes.
Ciente do processo relatada pelo ministro contra o senador – que “não prevarica”, segundo o militar -, Fernandes fala em usar Do Val “visando levar pressão sobre o AM”.
Fantasia da Swat
Figura caricata da extrema direita, Marcos do Val foi eleito ao senado se fantasiando de policial de elite norte-americano da SWAT e foi artífice de uma série de trapalhadas, incluindo um entrevista à revista Veja relatando que teria sido incumbido por Bolsonaro de se infiltrar em uma reunião no STF para “desmascarar” Alexandre de Moraes.
A trama, no entanto, se voltou contra o próprio senador, que é alvo de uma série de processos. Entre as ações, Do Val é investigado justamente por coordenar ataques a Flávio Dino.
Em fevereiro de 2023, Luiz Carlos Azenha, nesta Fórum, desmascarou a principal farsa de Do Val: a de que seria um soldado da Swat.
“Acredite quem quiser, Marcos do Val nunca foi policial, ainda que no seu avatar do twitter ele apareça abrindo a camisa, como se fosse um Clark Kent pronto a se transformar em Superhomem – só que em vez do S aparece escrito Swat”, diz Azenha.
Embora muitos dos seus votos tenham sido obtidos com a defesa da segurança pública, a experiência militar do senador foi apenas a de ter servido como soldado no 38° Batalhão de Infantaria, em Vila Velha, na juventude.
Em sua biografia oficial, Marcos do Val diz que desenvolveu técnicas de imobilização a partir do aprendizado de aikido, no Japão, o que teria sido o embrião de sua empresa, o CATI (Centro Avançado em Técnicas de Imobilização), com base no Espírito Santo.
Em 2008, ele ganhou notoriedade ao aparecer no Fantástico, da TV Globo, como se fosse especialista em sequestros, criticando o comportamento da polícia paulista no caso Eloá, em que o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da polícia paulista tentou uma invasão desastrada do cativeiro que acabou na morte da refém.
Em 2015, no livro “Um brasileiro na SWAT”, de Ana Lígia Lira, o hoje senador apareceu em destaque na capa, vestido de preto e portando um fuzil. Sua imagem de guerreiro extraordinário, capaz até de treinar a polícia dos Estados Unidos, estava consolidada.
Ainda hoje, em seu perfil do twitter, o senador aparece numa montagem entre o símbolo da SWAT de Dallas, no Texas, e um blindado onde está escrito Dallas Police – ele veste uma camiseta escura onde também aparece o escudo da SWAT local.
No entanto, além de nunca ter sido policial, Marcos do Val ou o CATI nunca tiveram relação institucional com a polícia de Dallas.
Respondendo à Fórum, a cabo Melinda Gutierrez, assessora de relações públicas do Departamento de Polícia de Dallas, disse que “o senhor Do Val conduziu treinamento aqui nos Estados Unidos em conjunto com a Texas Tactical Peace Officers Association (TTPOA), não especificamente com o Departamento de Polícia de Dallas. Muitos anos atrás, tivemos oficiais da SWAT que viajaram ao Brasil em seu tempo livre, mas não como representantes oficiais da SWAT de Dallas”.
A TTPOA é uma espécie de clube de policiais, uma entidade que não faz parte do aparato de Estado no Texas.
É fato que o governador Carlos Brandão (PSB) continua contando com a maioria do plenário da Assembleia Legislativa do Estado, porém sem a tranquilidade de outrora, quando andava de braços dados com o ex-governador Flávio Dino, hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), mas que continua tendo forte influência nos bastidores da política local.
Após o racha na base governista, exposta na eleição para Mesa Diretora da Assembleia quando todos esperavam uma recondução tranquila da presidente com algo em torno de 35 votos na disputa conta o deputado Othelino Neto (Solidariedade) e deu empate 21 X 21, o plenário da Casa voltou a ter vida, com governo e oposição se confrontando, uma prática comum em qualquer parlamento.
Semana passada, em entrevista à TV Mirante, após ser eleita pelo critério da maior idade, a presidente Iracema afirmou que, apesar da surpresa na sua recondução para o biênio 2025/2026, o que expôs o racha e evidenciou a vulnerabilidade da bancada governista, afirmou que o governo continuará tendo a maioria da Casa, porém sem arriscar o número de parlamentares dispostos a manter fidelidade ao governador.
O clima que já era tenso após o governador ser surpreendido com a “vitória amarga” de sua aliada, ficou ainda mais agitado com decisão do partido Solidariedade, do deputado Othelino, protocolar no Supremo Tribunal Federal ação questionando a legalidade da eleição de Iracema pelo critério de maior idade. Nesta manhã de quarta-feira (27), no entanto, o deputado federal e constitucionalista Rubens Junior (PT), integrante da base governista, afirmou que a ação não deve prosperar. A regra, segundo o regimento interno da Assembleia, assegura a legalidade vitória de Iracema.
O sinal de que o plenário da Assembleia voltou a vibrar, após longo período de marasmo, ficou claro nos duros discurso dos deputados Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB), nesta terça-feira (26), quando acusaram o governo de fazer propaganda enganosa sobre o reajuste do ICMS para viabilizar o programa Maranhão sem Fome, projeto do Poder Executivo que pretende retirar 500 mil pessoas da pobreza extrema até o final de 2026, ano que se encerra a atual gestão. Os dois parlamentares, agora declarados oposição ao governo, chegaram a acusar Brandão de mentir para a população e solicitar a retirada do que classificaram com “propaganda enganosa”.
E por conta da nova realidade, as sessões do parlamento estadual ficaram mais interessante, com governo e oposição debatendo sobre os mais diversos temas que estão na ordem do dia.