O
deputado Weverton Rocha (PDT/MA) fez novo apelo ontem (31/10), no plenário da
Câmara dos Deputados, em favor dos pequenos produtores rurais do Maranhão na
discussão das reservas biológicas e indígenas no Estado. De acordo com o
deputado, que tenta construir uma solução pacífica para evitar violência na
região, o Exército anunciou que as operações de desintrusão da área Awá-Guajá
serão iniciadas a partir de hoje (01).
De acordo
com o parlamentar, que tem realizado uma peregrinação em órgãos federais e
judiciários para tentar construir uma solução para o lítigio, são cerca de
1.200 famílias de trabalhadores rurais, ou seja, mais de 6 mil pessoas que
vivem dentro de uma área onde estão 33 índios da reserva de Awá-Guajá.
“Estamos
indignados tentando entender o que está acontecendo em nosso Estado. O ministro
da Justiça veio à Câmara dos Deputados afirmando que a solução seria construída
na base do diálogo. Receberam nosso pedido de plano de desintrusão da Awá-Guajá
para saber como o Governo está planejando essa ação em relação aos
trabalhadores e moradores que estão lá. Mas, o Governo sequer nos retornou”,
alegou o deputado maranhense.
Segundo
Weverton Rocha, o Incra local já alertou para o fato de não haver local para
reassentar essas famílias. “Pretendem retirar as famílias, mulheres e crianças
das suas casas e jogá-los na BR para virarem sem-teto, porque o INCRA não tem
terra para dar a esse povo e não tem processo de indenização tramitando”,
alertou.
No
entanto, ofício do Ministério da Defesa, do 2º Batalhão de Infantaria da Selva,
direcionado à Prefeitura de São João do Caru, solicita a disponibilização da
área do Colégio Estadual Aldenor L. Siqueira para servir de base de apoio
militar para a operação de retirada dessas famílias, que será realizada a
partir do dia 1º de novembro até 31 de janeiro de 2014. “Tem famílias que moram
no local há 40 anos, 50 anos. O Ministério da Justiça autorizou o início dessa
operação sem a construção de uma saída pacífica. Não será por falta de aviso se
acontecer um massacre no local”. disse o deputado.
Ele
relembrou ainda em discurso o que ocorreu na região de Buriticupu, onde
madeireiros legais, que possuem alvará de funcionamento de suas serrarias,
tiveram as portas de seus estabelecimentos fechadas. “Na última operação que
houve na região, entraram nas casas dos líderes do Município e queimaram
plantações, cercas e apreenderam documentos e pertences desses pequenos
proprietários”, falou.
Tentando
evitar uma ação opressiva, o deputado entrou em contato com o Exército
Brasileiro, por meio da Assessoria Parlamentar, para evitar a ação das tropas
em São João do Caru. E fez um apelo ao ministro da Justiça e à presidente Dilma
Rousseff para que não haja um massacre na região, desalojando mais de 6 mil
pessoas que sobrevivem de pequenas plantações na região.
Relacionado
0 Comentários