Aconteceu o que todo mundo já desconfiava: a oligarquia Sarney, que tantos favores deve ao PT, após a derrota humilhante nas urnas da candidata Roseana (MDB) para o governador Flávio Dino (PCoB), resolveu aderi a onda bolsonarista e declarar apoio ao capitão direitista Jair Bolsonaro. O anúncio foi feito nesta manhã de quarta-feira (11) pelo deputado reeleito Adriano Sarney (PV), único sobrevivente do clã, usando como argumento para adesão um suposto “combate do avanço do comunismo no Brasil”.

Adriano esqueceu que Roseana, sua tia e mentora política, nas eleições de 2010 e 2014, contou com o decisivo apoio do Partido dos Trabalhadores do candidato Fernando Haddad e que ela tinha um relacionamento tão afinado com a direção nacional petista que forçou intervenção no diretório estadual por ter se posicionado a favor da candidatura de Dino em 2010, provocando um verdadeiro racha no PT maranhense.

Ao anunciar seu apoio ao candidato do PSL, Adriano revelou seu lado direitista e o ódio por seu grupo ter sido rejeitado nas urnas. O parlamentar deixou claro que sua adesão é motivada também pela presença da candidata a vice do PCdoB na chapa de Haddad, a deputada gaúcha, Manuela D’ávila

“Agradeço a todos que votaram em mim pela confiança em meu trabalho e isso me traz um senso de responsabilidade muito grande. Por isso tenho a obrigação de optar por um lado na disputa à Presidência da República e este lado é contra o PCdoB, contra o comunismo, apoiando o Movimento Apartidário Pró-Bolsonaro”, disse Adriano.

Como tem sido uma prática comum no clã dividir apoio da família por candidatos, para dizer depois, seja quem for o eleito, que ganhou e cobrar a fatura, não será nenhuma surpresa se o velho José Sarney aparecer fazendo juras de amor a Lula e pular na carona do Haddad, caso ele consiga virar o jogo.

Cara de pau é o que não falta ao velho coronel de Curupu.