O ESTADO DE S. PAULO
Autoridades
policiais vão colher depoimentos dos políticos e também vão pedir acesso às
imagens do Hotel Blue Tree, em São Paulo, onde Youssef teria feito repasses
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Roseana no olho do furacão |
Brasília – As primeiras
autorizações para que a Polícia Federal cumpra diligências de investigação de
políticos supostamente envolvidos na Operação Lava Jato já começaram a sair do
Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Teori Zavascki, relator dos casos na
Corte, assinou as autorizações na última sexta-feira, 6, mas só nesta semana as
solicitações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para que sejam
colhidos indícios da participação de parlamentares e autoridades no esquema de
corrupção da Petrobras começaram a ser encaminhados à PF.
Um dos casos que já foi remetido à PF
é o inquérito que investiga a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney e o
senador Edison Lobão (PMDB). Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
Costa, Roseana recebeu R$ 2 milhões para sua campanha eleitoral de 2010, a
pedido de Lobão, então ministro da Minas e Energia. Lobão e Roseana são
investigados de forma conjunta em um inquérito por suposta prática de corrupção
passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
Em delação premiada, Costa diz não se
recordar se a reunião em que o pagamento foi acertado ocorreu no próprio
ministério ou na residência de Lobão, em Brasília.
Para que as investigações do caso
sejam feitas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que a
polícia colha depoimentos de Julio Camargo, da Toyo Setal, além de ouvir
Roseana e Lobão. O procurador quer também imagens da entrada do Hotel Blue
Tree, em São Paulo, no ano de 2010, onde o doleiro Alberto Youssef disse ter
feito um pagamento a beneficiário desconhecido no valor de R$ 2 milhões.
Também foram solicitados os registros
de viagens de Paulo Roberto Costa, pela Petrobras, ao Maranhão, para verificar
os encontros com Roseana Sarney; os registros de reuniões do governo do Estado
na época; e a agenda de reuniões de Lobão de 2010 além das entradas no
Ministério de Minas e Energia.
Na última sexta-feira, Teori Zavascki
autorizou a abertura de inquérito para investigar, perante a Corte, 49 pessoas,
entre elas os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL). Depois de colhidos os indícios necessários, a
procuradoria decide se oferece uma denúncia ao STF – acusação formal para que
se abra uma ação penal – ou se pede o arquivamento da investigação.
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