A eleição municipal de 2020 mostrou que a ideia de lançar várias candidaturas a prefeito na capital do mesmo grupo político é equivocada, sem sentido e foi prejudicial ao deputado estadual Duarte Junior (PSB), único nome que tinha condições reais de vencer o pleito, mas que acabou derrotado por Eduardo Braide no segundo turno por falta de unidade, agravada pelas feridas abertas ao longo do desgastante primeiro turno.
A derrota no pleito em São Luís, principal colégio eleitoral do estado, deveria servir de exemplo, mas pelos movimentos nos bastidores da próxima eleição municipal, a lição de 2020 está sendo ignorada e, pelo visto, a tendência a repetir o erro de várias candidaturas disputando o mesmo espaço, brigando entre si enquanto o adversário a ser batido passar ao largo sem ser incomodado.
Em 2020 pelo menos oito candidatos ligados ao governo lançaram candidatura. Após perder uma disputa interna no PCdoB para o deputado federal Rubens Junior, o deputado estadual Duarte Junior migrou para o partido Republicanos e seria o único com possibilidade de derrotar Braide, porém, os outros sete candidatos afinados com o Palácio dos Leões desertaram, o candidato do DEM/PDT, Neto Evangelista foi para cima do trio elétrico de Braide e o PDT declarou apoio ao atual prefeito.
Bira do Pindaré (PSB), Carlos Madeira (SD), Jeisael (Rede), Franklin Douglas (PSOL) e Yglêsio Moises (PROS) simplesmente cruzaram os braços e formaram uma espécie de consórcio contra Duarte, facilitando a chegada de Braide ao posto de prefeito. Por incrível que pareça, dentro do grupo de candidatos governistas já falavam abertamente que não votariam em Duarte no segundo turno. E Braide agradeceu a ajuda.
Para a próxima eleição tudo caminha para repetição do mesmo equívoco. Pelos menos três nomes ligados ao governador Carlos Brandão ou ao senador eleito Flávio Dino já manifestaram o desejo e até anunciaram pré-candidatura, como são os casos de Duarte Junior, do deputado federal reeleito Márcio Jerry e do futuro presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor.
Todo político tem o direito de pleitear cargos, principalmente majoritários, mas sempre é bom observar as condições eleitorais de cada um e neste contexto cabe aos principais líderes fazerem essa avaliação e discutir internamente sobre o nome que deve representar o grupo e tenha condições reais de disputar e vencer o pleito, caso contrário só facilitará para o adversário.
Como ainda há bastante tempo para reflexão, é provável que prevaleça o bom senso e o consenso em torno da unidade de quem estiver em melhor condições de representar o grupo.
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