Camila Campanerut
Do UOL, em Brasília
Depois do anúncio do líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA) via Twitter, a ideia de se criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) começou a gerar uma mobilização entre os poucos parlamentares presentes nesta segunda-feira (9) –pós-feriado no Congresso. O mote da CPI será a relação entre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
“Para que o Senado possa contribuir com o processo de apuração, nós queremos ver essa documentação (…). A CPI é o único instrumento de que o Senado dispõe para contribuir com o processo”, avaliou o líder em entrevista por telefone.
O anúncio –de que o STF não encaminhará ao Conselho todas as informações sobre a Operação Monte Carlo, que levou Cachoeira à prisão– fez com que os senadores se mobilizassem, pois apenas a CPI teria prerrogativas constitucionais para receber o material que é sigiloso. Diante disso, o Conselho de Ética fica fragilizado em relação à quantidade de provas para analisar o caso de ajuda mútua entre o parlamentar e o contraventor em Goiás e no Distrito Federal.
Dentre os senadores presentes no Senado hoje, a proposta foi bem recebida e será elaborada em uma parceria entre Pinheiro e os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT).
Rodrigues já é o autor do pedido de abertura de processo de quebra de decoro parlamentar contra Demóstenes Torres no Conselho de Ética do Senado.
Taques defende ainda que a CPI seja mista, ou seja, inclua senadores e deputados. Isso porque, além de Demóstenes Torres, há, até o momento, quatro deputados federais citados nos grampos vazados de conversas telefônicas com o bicheiro, Carlos Cahoeira. São eles: Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Leonardo Vilela (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ). “Resta ao Senado cumprir sua determinção, por isso defendemos que a CPI seja conjunta com a Câmara”, afirmou Taques.
Para a abertura da comissão são necessárias as assinaturas de um terço dos parlamentares de cada Casa: 27 senadores e 171 deputados. Além de Pinheiro, Rodrigues e Taques, os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Ana Amélia (PP-RS) e Pedro Simon (PMDB-RS) já anunciaram que, uma vez apresentado o documento de abertura da CPI, eles irão assiná-lo.
Relacionado
0 Comentários