Pedro
Veneedmi
Thais Arbex
Iniciada
na campanha presidencial de 2002, a até hoje inabalável relação de amizade e
lealdade entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney será
colocada à prova em 2014. A cúpula nacional do PT considera remota a hipótese
de promover uma nova intervenção no Maranhão para forçar o apoio ao candidato
do clã que domina o Estado há décadas.
Só uma
ação direta de Lula poderia mudar esse cenário e reprisar 2010, quando o
diretório estadual petista decidiu apoiar Flávio Dino (PC do B) contra Roseana
Sarney (PMDB), mas foi desautorizado pela direção nacional Atual presidente da
Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Dino já articula a formação de um
palanque que inclui o PSDB, o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
e a Rede da ex-senadora Marina Silva.
Isso
significa que o clã Sarney corre risco de entrar na campanha sem apoio de
nenhum candidato a presidente. “Flávio Dino está abrindo espaço para o
PDT, PSB e PSDB. Nossa condição é participar da chapa maj ori-tária. Ainda
estamos conversando se será na vice da chapa ou com candidato ao Senado”
diz o deputado Carlos Brandão, presidente do PSDB no Maranhão.
Roseana
não pode disputar a reeleição e, por isso, Sarney escolheu como candidato do
grupo o secretário de Infraestruturado Estado, Luís Fernando Silva. Para
constranger a cúpula petista nacional a não interferir no processo, a ala
anti-Sarney do PT maranhense protocolou no diretório da sigla uma proposta de
plebiscito no Estado para resolver o dilema.
“Formalmente,
o PT apoia o candidato do Samey, mas a militância está com Flávio Dino. O
plebiscito é para resguardar, blindar e preservar a direção nacional de
pressões e até de chantagens do PMDB”, afirma Márcio Jardim, membro da
executiva estadual do PT. Mesmo que o plebiscito seja aprovado, a definição
sobre a aliança, segundo regimento do partido, só sairá no encontro estadual da
sigla, sem data definida. Ainda assim, não deixa de ser uma saia-justa
para a cúpula do PT, Lula e a presidente Dilma Rousseff, que defenderam
plebiscito para a reforma política.
Após a
intervenção em 2010, o PT indicou o vice de Roseana, Washington Luiz. Mas a
divisão daquele ano permanece até hoje: um grupo apoia Dino e outro, que está
na administração, prefere continuar ao lado do PMDB e do clã Sarney.
“O
PC do B é aliado histórico do PT. Tivemos apoio dos petistas em 2010, mas
infelizmente uma intervenção do PT nacional impediu a aliança. Conto que em
2014 essa aliança nacional do PC do B com o. PT seja adequadamente
valorizada”, afirma Dino. Dos seis candidatos que disputam a presidência
nacional do PT, cinco defendem o fim da aliança com os Sarney.
O PC do B nacional também atua para atrair o PT no Maranhão. O partido colocou
o apoio a Dino como única exigência de contrapartida nas articulações nacionais
com os petistas.
Apesar
desse cenário, há quem duvide cío rompimento dos petistas com o PMDB, como o
deputado Domingos Dutra. “A interlocução do PT do Maranhão com o Sarney é
feita diretamente pelo Lula.” Ele já se despediu do PT criticando
justamente a aliança com Sarney e deve ir para a Rede.
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