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Profissionalismo em debate

Tenho uma vida pública relativamente nova. Dois anos na cobertura política do Maranhão é fichinha se comparados a carreiras que se prolongam no decorrer das décadas. Entretanto, somos todos profissionais.

Escrevo aos 22 anos e saindo recentemente da Universidade, com diploma recebido em 25 de janeiro deste ano, apesar de ser considerada profissional de imprensa antes da conclusão do curso, como me ampara a última decisão do Supremo Tribunal Federal.
 
Sempre fui apaixonada por política e pelas possibilidades que ela poderia trazer a toda a população, se fosse bem realizada. E foi isto que me impulsionou a continuar no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão e deixar o curso de Direito da mesma Universidade à espera.

Acontece que a cobertura política é para poucos, poucos que conseguem encará-la. Alguns com pragmatismo, outros com olhar crítico, com interesse de proporcionar melhorias aos mais diferentes segmentos da sociedade.

A cobertura política no estado há muito tem sido tomada por práticas escusas, aceitas com conveniência pelas diversas esferas de poder. Aceita-se que a imprensa se sujeite a situações vexatórias e inclusive participa delas, tudo longe dos olhos da opinião pública.

A iniciativa de oficializar o Comitê de Imprensa perante Assembleia Legislativa partiu de diversos profissionais que se sentiam incomodados com a falta de um espaço em que se pudesse exercer a profissão com segurança e isenção. As ações tomadas vieram e boa hora, apesar de serem necessidades antigas.
Durante os dois anos em que convivi como repórter do jornal O Imparcial no parlamento estadual, muitas vezes me senti tolhida no exercício do trabalho. 

Ciente dessas dificuldades, agi como uma das operadoras da elaboração do Estatuto do Comitê de Imprensa e do Código de Conduta Profissional, como previsto no Regimento Interno da Assembleia, direito nosso.

Hoje existimos perante a lei. Deixamos de ser anexo sem expressividade para ser órgão de fato. Temos representatividade legal, temos condições de trabalho melhoradas e passamos agora por um processo de adequação.

O cadastramento antes feito pela Diretoria de Comunicação da Assembleia está nas mãos do Comitê de Imprensa – órgão ligado somente à Mesa Diretora, como manda a lei, e sem nenhum vínculo com a Diretoria de Comunicação. Já possuímos mais de 60 profissionais cadastrados, com perspectiva de dobrá-los com o passar do tempo.

O Comitê não tem orçamento próprio e funciona somente nas dependências da Casa como facilitador dos profissionais de imprensa que pretendem cobrir o cotidiano político da Assembleia. Todo e qualquer profissional de imprensa cadastrado em qualquer órgão de representação profissional, ou indicado por empresa de Comunicação, ou profissional autônomo tem direito a acesso na Casa e possuirá todas as honras ao chegar ao parlamento.

Aqui se discutem as principais questões do estado. Aqui se resolvem ou aumentam problemas do maranhense. 

A imprensa, como meio de informação para todos os cidadãos, tem direito a um espaço livre e seguro para o exercício de suas funções.

E é nesse sentido que tenho procurado trabalhar na organização do Comitê de Imprensa. Não fui eleita para a diretoria do Comitê, não faço parte dela, não tenho vínculo com qualquer setor da Assembleia Legislativa e me sinto apta a ajudar minha profissão a ser mais valorizada. Com bom trabalho e companheirismo acredito que poderemos construir melhores soluções para nossa profissão, passo a passo.

*Aline Louise

É correspondente do portal Terra no Maranhão e estudante de Direito na Universidade Federal do Maranhão;
 
Foi repórter de Política de O Imparcial de 2010 a 2012, repórter da assessoria de Comunicação da UFMA em 2008, repórter do portal Vermelho em setembro de 2011. Foi correspondente dos portais Uol e Ig e do jornal O Estado de São Paulo.

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