O
presidente do PT, Rui Falcão (SP), negou sábado (30) que seu partido
tenha decidido manter o apoio à família Sarney no lugar de chancelar a
candidatura do comunista Flávio Dino ao governo do Maranhão.
A
declaração do petista foi dada horas depois de o presidente do PMDB, Valdir
Raupp (RO), anunciar que o PT decidiu manter sua aliança com os Sarney no
Estado.
Ambos
participaram de uma reunião na Granja do Torto entre as duas cúpulas com a
presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.
“O
assunto foi discutido com bastante ênfase. Tem uma ala do PT que apóia a ideia
de continuar com o Sarney, mas há também um pedido do Flávio Dino que nós o
apoiemos. Isso não está decidido. Não houve nenhum acordo, nem que vamos apoiar
os Sarney, nem o Flávio Dino”, afirmou Falcão.
Mais
cedo, ao deixar a residência de campo da Presidência da República, Raupp havia
comunicado aos jornalistas que cobriam o evento do lado de fora sobre o
fechamento do acordo eleitoral no Maranhão.
Segundo o
dirigente, esse fora o único entendimento da reunião deste sábado.
“Avançou
bastante. Teremos de sentar outras vezes, mas nesse caso do Maranhão a questão
já foi resolvida. A ala que apoia o candidato da governadora Roseana, do PMDB,
ganhou a convenção… A ala do PT. Logo deverá apoiar o candidato a governador
da governadora Roseana Sarney, do PMDB”, afirmara.
No
Maranhão, uma ala do PT rejeita a ideia de apoiar um candidato da família
Sarney para apoiar Flávio Dino, enquanto outro grupo defende a manutenção da
aliança atual. O apoio a Dino é um dos poucos apelos feito pelo PC do B ao PT
na corrida eleitoral de 2014. O senador José Sarney (PMDB-AP) participou da
reunião, mas não deu entrevistas. O nome do PMDB ainda será lançado à sucessão
no Estado por Roseana Sarney, atual governadora.
Rui
Falcão também negou acerto da cúpula dos dois partidos para que o PT permaneça
na base aliada do governador do Rio, Sérgio Cabral. “Também não está
decidido quem vamos ficar até março no governo Cabral.
Quando o
PT vai sair do governo é uma decisão de lá [PT do Rio].”
Rio,
Maranhão e Minas são as principais divergências até agora. O descompasso
demonstra que o Planalto terá que intensificar as negociações para garantir
palanques fortes para a reeleição da petista.
Após a
conversa com o PMDB, a presidente e Lula receberam o comando do PP. No
encontro, o PT liberou o PP para compor palanques duplos, mas desde que não
façam campanha para eventuais adversários de Dilma. Os dois partidos têm
problemas no Rio Grande do Sul, Amazonas, Minas Gerais, Tocantins e Mato
Grosso.
Os
petistas também cobraram que o PP oficialize o mais rápido possível o apoio à
reeleição da petista.
Segundo o
líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE), a consulta interna sobre a
eleição presidencial só deve ser concluída no ano. “A tendência é o apoio
à presidente, mas o processo de formalização só será no ano que vem.
*Folha de São Paulo
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