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Prefeitura exige que shopping Jaracati acondicione lixo

Uma ação conjunta das secretarias de Obras e Serviços Públicos (Semosp) e de Meio Ambiente (Semmam), na tarde desta quinta-feira (16), deu início à desativação de um lixão reincidente que se avoluma ao lado do Shopping Jaracaty, próximo a uma região de mangue.
No local vem se concentrando uma população crescente de catadores. Predominantemente, o material selecionado por eles é formado por gêneros alimentícios dispensados pelo Supermercado Mateus. São frutas e verduras que depois de, aparentemente, limpas são colocadas à venda em bairros próximos ao shopping, como Jaracaty, Liberdade e Camboa.
Há duas semanas, a direção do shopping foi notificada administrativamente pela Prefeitura de São Luís sobre o problema do lixão, por meio da Vigilância Sanitária. A persistência do problema levou o secretário de Semosp, José Silveira, a ir pessoalmente até o local para acompanhar mais uma etapa de limpeza.
“Tentamos sempre levar com a boa conversa, vizinhança e compreensão para contarmos com a colaboração. Não é possível que a direção do shopping continue fechando os olhos para uma agressão ao meio ambiente”, criticou o secretário Silveira.
De acordo com explicação do titular da Semosp, cabe à empresa produtora do lixo acondicioná-lo de maneira que a companhia de coleta pública possa ter acesso fácil. “Eles têm que acondicionar e colocar o lixo em um ponto certo. Não assim, deixando-o a granel para quem quiser pegar o lixo”, esclareceu o secretário.
Os agentes da Secretaria de Meio Ambiente entraram em contato com a direção do shopping para exigir o cumprimento da legislação ambiental. Segundo o superintendente de Qualidade Ambiental, Raul Vilhena, a deposição irregular de lixo na área se constitui crime ambiental.
O gerente do condomínio comercial, Daniel Maia, responsabilizou o supermercado pela geração do lixão ao lado do shopping. Ele contou que houve a solicitação à Vigilância Sanitária para estender o prazo para o encaminhamento de uma solução para o problema. Segundo ele, a direção do supermercado deve construir um abrigo de resíduo para uso exclusivo do lixo produzido pelo estabelecimento no prazo máximo de 45 dias.
Um das catadoras, uma adolescente de 17 anos, estudante matriculada na rede estadual de ensino, aproveita a greve de professores para permanecer durante todo o dia aguardando uma oportunidade para colher alimentos que são destinados ao lixo em caixas de papelão. “Aqui a metade das coisas são boas. A gente espera o carrinho chegar e pega. Nós insistimos porque precisamos”, desabafou.
A limpeza da cidade tem custado ao erário municipal R$ 9 milhões mensalmente. “Recebemos o município em uma situação completamente desequilibrada. O lixo se encontrava em uma situação complicada, de contrato milionário. Após 70 dias de luta, baixamos esse valor, aumentamos a responsabilidade da empresa e dobramos o serviço. Estamos indo para cima. Se um estabelecimento deste tamanho não colaborar a situação fica difícil”, alertou Silveira. “Estamos prontos para fazer a limpeza. Se não está sendo feito o acondicionamento correto, a administração do shopping tem que ser responsabilizada. Não me interessa quem são os donos, quero saber da cidade limpa”, acrescentou José Silveira.
Durante a tarde desta quinta-feira, a Semosp mobilizou equipes para retirada do lixo na área ao lado do Shopping Jaracaty. 
Reversão
Em quatro meses a Secretaria de Obras e Serviços Públicos induziu a retirada de 40 mil pneus espalhados em ruas, logradouros públicos e lugares ermos da cidade. “Não é que eu esteja tirando. Eu estou obrigando, através da legislação, os fabricantes a cumprirem a lei da logística reversa. Com poluidores eles têm que dar um jeito na poluição deles”, ponderou o secretário José Silveira.

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