O Globo RIO – O deputado Rubens Bueno (PR), líder
do PPS na Câmara, disse que as irregularidades na construção da Refinaria
Premium I, divulgadas pelo O GLOBO, precisam ser investigadas pela CPI Mista da
Petrobras.
– De imediato vamos solicitar ao Tribunal de Contas
da União (TCU) cópias das auditorias nas obras da refinaria. Mas, sem dúvida, é
mais um caso que precisa ser levado para a CPI Mista da Petrobras. Além do
prejuízo para a estatal com as obras de terraplanagem, existe todo um reflexo
na economia local, que se preparou para receber o empreendimento e agora
convive com uma situação de incerteza – declarou Bueno.
Segundo o parlamentar, o PT e seus aliados “abusam”
da Petrobras:
– Pelo que se viu até agora, além de benefícios
para doadores de campanha e das suspeitas de desvio de recursos para partidos,
há também o lançamento de obras, na véspera das eleições, para angariar votos.
Esse é o caso específico da Refinaria Premiam I, um verdadeiro estelionato
eleitoral.
No lançamento da pedra fundamental da Refinaria
Premium I em Bacabeira, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a
ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a governadora Roseana Sarney, o pai
dela, senador José Sarney (PMDB-AP) e o ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, fizeram festa, com direito a discurso. A refinaria seria a maior do com
capacidade de produzir 600 mil barris/dia, empregaria 25 mil pessoas no ápice
das obras e deveria entrar em pleno funcionamento em 2016. Quatro anos depois,
o que se vê é a paralisação da obra, que somente em terraplanagem, consumiu R$
583 milhões, além de mais R$ 1 bilhão em projetos, treinamentos, transporte,
estudos ambientais. Todo o montante foi pago pela Petrobras.
O custo total da refinaria está estimado em R$ 38
bilhões, mas a própria empresa afirmou que “somente após a conclusão da etapa
de consulta ao mercado será possível mensurar o custo total da refinaria”. A
previsão, agora, é que ela entre em operação em 2018.
Na semana passada, o presidente do Senado, Renan
Calheiros, determinou a abertura da CPI mista da Petrobras, além da comissão de
ínquérito no Senado também para investigar irregularidades na estatal. Desde
então, o governo e a oposição promovem uma queda de braço para instalar somente
a CPI mais favorável a seus interesses e, por isso, não indicam os nomes para
integrar a outra. Enquanto o governo defende a CPI no Senado, onde seria mais
fácil controlar as investigações, a oposição briga pela abertura da comissão mista,
com senadores e deputados.
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