Exército cria plano de contingência com 14 mil homens; governo do Estado aposta em baixa adesão da categoria
Soldados se preparam para ocupar UPPs caso greve se alastre; ontem, Bope se recusou a fazer policiamento no centro
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Adriano ishibashi/Frame/Folhapress |
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Assembleia que decidiu ontem pela paralisação de bombeiros e policiais civis e militares na Cinelândia, centro do Rio |
MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
PAULA BIANCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Policiais militares, civis e bombeiros do Rio decretaram greve ontem, às 23h22.
A decisão foi tomada por cerca de 2.000 pessoas após reunião de cinco horas e meia na Cinelândia, centro do Rio.
A decisão das forças de segurança do Estado ocorre a uma semana do Carnaval.
Na Bahia, a greve da PM iniciada há dez dias continua. Além de pressionar governos locais, policiais de vários Estados querem a aprovação da PEC 300, proposta de emenda constitucional que cria piso nacional para a categoria.
Plano elaborado na manhã de ontem em reunião entre autoridades estaduais e o Comando Militar do Leste colocou à disposição do governo fluminense 14 mil homens para atuar no Rio no lugar da Polícia Militar. Outros 300 bombeiros da Força Nacional serão deslocados para o Rio.
A aprovação da greve não significa necessariamente que haverá adesão da maioria das 71 mil pessoas que compõem as três categorias -43 mil PMs, 16 mil bombeiros e 12 mil policiais civis.
A prisão do cabo dos bombeiros Benevenuto Daciolo anteontem à noite por incitar a greve e a aprovação ontem pela Assembleia da nova proposta apresentada pelo governo estadual diminuíram um pouco o ímpeto dos grevistas fluminenses. Com a proposta aprovada, o salário inicial da PM será de R$ 1.669,33 em fevereiro de 2013, e o da Polícia Civil R$ 3.359,86.
Com servidores infiltrados entre os manifestantes, acompanhando as discussões, a avaliação do governo do Rio é a de que os bombeiros devem ser a categoria com maior adesão à paralisação.
Os líderes do movimento não abrem mão da libertação do cabo Daciolo e pedem ainda um salário de R$ 3.500.
Os interlocutores do governador não acreditam na adesão da Polícia Civil. A dúvida é como agirá a Polícia Militar.
Ontem, 40 policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais), a tropa de elite da corporação, se recusaram a ir até a Cinelândia para cuidar do policiamento da reunião que decidiria pela greve.
Depois disso, receberam ordens para não deixar o quartel. Todo o efetivo do Bope foi convocado. A ordem era para que ficassem no quartel. Foi a forma encontrada pelo comando para manter a tropa sob controle.
PMs do Batalhão de Choque também se recusaram a ir até a Cinelândia. Esses dois atos acenderam a luz de alerta na PM do Rio de Janeiro.
Caso a greve se alastre, o Exército deve ocupar as UPPs, evitando que as 20 unidades fiquem sem segurança.
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