Relatório da Polícia Federal, anexado
aos autos da Operação Lava Jato, mostra os movimentos do doleiro Alberto
Youssef no Hotel Luzeiro, em São Luiz do Maranhão, onde teria sido realizado
pagamento de propinas a servidores de confiança do governo Roseana Sarney. O
documento, anexado aos autos da Lava Jato, é ilustrado com 19 imagens captadas
do circuito de segurança do hotel.
Depoimento da contadora do doleiro,
Meire Bonfim da Silva Poza, datado de 7 de agosto, indica que para liberar o
pagamento do superprecatório, na frente de outros títulos dessa natureza,
assessores de confiança de Roseana teriam cobrado propina de R$ 6 milhões.
As imagens do circuito fechado do
Hotel Luzeiro mostram Youssef e Marco Ziegert chegando juntos na madrugada de
17 de março – dia em que o doleiro foi preso.
“Observa-se nas filmagens que Alberto
Youssef chega ao estabelecimento portando duas malas pretas idênticas e o sr.
Marco Ziegert com uma mala de outra tonalidade, além de uma caixa sob um dos
braços”, diz o relatório da PF.
Às 10h47, Ziegert saiu do hotel com a
“referida mala preta deixada por Alberto Youssef e embarca em um táxi na
portaria Hotel Luzeiro, tomando rumo ignorado”.
Os federais conversaram com
funcionários do hotel e souberam que Marco Ziegert solicitou ao recepcionista
que entregasse a mala a Milton Braga Durans , “assessor especial III, símbolo
DANS-3 da Casa Civil do Estado do Maranhão nomeado em 1.º de agosto de 2013″.
Em seu depoimento, a contadora Meire
Poza disse que se reuniu com um funcionário do governo do Maranhão, Adarico
Negromonte, irmão do deputado Mário Negromonte (PP/BA), para entregar R$ 300
mil que “seriam parte do acordo”. Ela declarou que o assessor lhe disse que
teria que consultar a governadora porque o valor “era pouco”.
Segundo o texto, trata-se de uma ação
de indenização proposta por uma empreiteira contra o Estado julgada procedente
pela Justiça do Maranhão em tribunais superiores. “O governo do Estado cumpriu
o decidido pela Justiça transitado em julgado de acordo com a lei, sem nenhum
favorecimento.”
Marco Zeigert e Milton Durans não foram localizados
pela reportagem.
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