Considerado um dos principais partidos da aliança que destronou o grupo Sarney do poder após quase cinco décadas de controle absoluto político e administrativo do Maranhão, o PCdoB, partido comandado no estado pelo deputado federal Márcio Jerry, braço direto do ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, já é tratado como legenda fora da base governista.
O afastamento do grupo dinista da atual gestão estadual fica cada vez mais claro com o novo processo de eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado onde o partido vai perder o único representante na composição da Chapa liderada pela presidente Iracema Vale (PSB), aliada fiel do governador Carlos Brandão (PSB) e que deve ser reeleita com tranquilidade, mesmo tendo a concorrência do deputado Othelino Neto (Solidariedade), que confirma sua candidatura como forme de marcar terreno na oposição.
Na composição da chapa que havia sido eleita com muita antecedência e foi anulada pela própria Assembleia Legislativa seguindo orientação do STF, a primeira vice-presidência havia sido assegurada ao deputado Júlio Mendonça (PCdoB) em substituição ao deputado Rodrigo Lago (PCdoB), mas pelo que está articulado nos bastidores da reeleição da presidente Iracema Vale, o parlamentar foi simplesmente rifado. O cargo deve ficar com o deputado Antônio Pereira (PSB) atual secretário geral da Mesa Diretora.
Antes da anulação da eleição que tinha Mendonça como primeiro vice-presidente, Rodrigo Lago havia renunciado para voltar à advocacia sendo substituído pela deputada Andréa Rezende (PSB). Antes de renunciar ao cargo na Mesa, Rodrigo aceitou ser substituído na nova Mesa que tomará posse a partir de primeiro de fevereiro de 2025, mas a eleição foi anulada o que motivou a convocação de nova eleição, marcada para acontecer nesta quarta-feira (13), mas sem representante do PCdoB.
A chapa que está sendo montada é composta genuinamente por parlamentares de partidos aliados ao governo, o que leva a crê que a legenda dirigida por Márcio Jerry já não é mais considerada integrante da base. E o afastamento, pelo que se tem visto e ouvidos nos bastidores é um caminho sem volta. Até os “bombeiros” que tentaram uma reaproximação Dino com Brandão desistiram de apagar o fogo que consome a aliança.
E vai acabar sobrando para o vice-governador Felipe Camarão (PT), aliado de Flávio Dino, que vive a expectativa de assumir o comando do estado e disputar a reeleição, mas para que isso ocorra o governador terá que se desincompatibilizar. O nó da questão é que até agora Carlos Brandão não disse se pretende ficar até o último dia do mandato ou sair para disputar o Senado. Mas uma coisa começa a ficar bem clara, a unidade do grupo foi quebrada.
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