Editorial – Jornal Pequeno
O grupo Sarney vai deixar
o comando do Estado com a imagem toldada pela má gestão, por notícias de cunho
policialesco que no decorrer da última campanha eleitoral atingiram o próprio
gabinete do Palácio dos Leões. Além de denúncias outras que dão conta de farras
memoráveis com recursos públicos em algumas secretarias. E parece o governo
está disposto a se proteger no processo de transição.
Os documentos entregues
ao deputado Marcelo Tavares pela secretária chefe da Casa Civil, Ana Grazziela,
no dizer do parlamentar, esclarecem muito pouco e fornecem dados que na maioria
já eram do conhecimento da equipe de transição indicada pelo governador eleito,
Flávio Dino. Conforme o futuro chefe da Casa Civil,
apenas 9 de 32 solicitações foram atendidas, e isso depois de 15 longos dias de
espera. E a maior parte desse material está disponível publicamente.
A falta de colaboração
gera desconfianças. Não forneceram informações sobre a folha de pagamento do
Estado que pode, inclusive, estar sendo maquiada, a considerar-se a divulgação
postada no blog do jornalista Raimundo Garrone, segundo a qual somente as
celebridades nomeadas na Casa Civil consumiam praticamente R$ 500 mil por mês.
Denúncias de contratos
superfaturados acompanharam toda essa última gestão de Roseana Sarney, e sobre
contratos a equipe de transição do futuro governo até o momento não recebeu
qualquer informação.
Convênios suspeitos e
direcionados a obras que jamais seriam executadas residiram no cotidiano da
imprensa com a freqüência de crimes em páginas policiais. Sobre esses convênios
com prefeituras e até associações de futebol de areia, ainda não disseram nada.
Conforme Marcelo Tavares,
não foram fornecidas, também, informações sobre os precatórios do governo do
Estado. E de precatórios sabemos todos nós que patrocinaram um monumental
escândalo de corrupção, inclusive envolvendo a cúpula do governo com o doleiro
delator Alberto Youssef. Da mesma forma não foi fornecido o solicitado
demonstrativo de obras e ações prioritárias de cada uma das pastas. Em outras
palavras, o governo se esforça por esvaziar o processo de transição.
Fica claro, até pelo
histórico acima disponibilizado e pela sonegação de dados que só serviriam ao
benefício do Estado, que o governo teme alguma coisa; guarda segredos dos quais
não quer que ninguém tome conhecimento. O governo se nega a disponibilizar
documentos que, legalmente, deveriam ser de conhecimento público, como se
tantas denúncias de ilegalidades lhe desse o direito de cometer mais esta contra
o Maranhão.
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