Editorial – Jornal pequeno
Ao desandar do Sistema de
Segurança Pública no Maranhão, no ritmo alucinante que permitiu a constância de
guerras fratricidas entre facções criminosas no sistema penitenciário e colocou
São Luís entre as cidades mais violentas do mundo, houve momentos de desalento
e incredulidade. Movimentos grevistas se sucederam na PM e na Polícia Civil,
secretários de segurança renunciaram à competência e até faltou gasolina nas
viaturas.
“Não assumo a Secretaria
para chorar em cima de problemas, mas para resolvê-los”. Foi o que afirmou o
futuro titular da pasta, delegado Jefferson Portela. e é o que propõe o
programa defendido durante a campanha pelo governador eleito, Flávio Dino. Mas
a crise na segurança do Maranhão é septuagenária e o sistema dá sinais de decrepitude.
Sabe o delegado Jefferson Portela, como ele mesmo disse, que é o Maranhão o
estado menos policiado do Brasil, também em delegado, peritos, legistas,
comissários, escrivães e investigadores. Por incrível que pareça, a segurança
pública deixou de ser prioridade de governo, o que permitiu um histórico avanço
do crime organizado.
A proposta radiografia do
sistema com o fim de recompor as polícias é, de fato, inadiável. E é este um
dos grandes desafios da gestão que se inaugura com o fim de substituir o modelo
político, que, também por estafa, fracassou.
Talvez que a integração
entre os sistemas de inteligência e informação das forças policiais, do
Ministério Público, da OAB e do Judiciário não seja tarefa de um dia, mas
precisa acontecer, a todo custo, pelo bem do Maranhão.
Reverter as terríveis
taxas de homicídios, assaltos, chacinas, garantir policiamento real em cidades
do interior guardadas tão-somente por uma polícia viajante que se desloca ao
sabor de convocações, concentrar força pública nos bairros mais atingidos pela
violência e pelo tráfico exigirão disponibilidade diária do novo governo, da
sociedade e das instituições, o que já está sendo convocado por Jefferson
Portela.
Nem temos o diagnóstico
preciso de como a crise na segurança chegou a esse ponto de convulsão. Mas se o
sistema todo precisa ser revisto, há modelos que deram certo em outros estados,
como lembrou o próprio Flávio Dino em campanha, que podem ser adotados e cujos
primeiros passos foram a valorização e humanização do homem policial.
São conversas primeiras,
primeiras análises e avaliações na busca de soluções capazes de sanar uma
situação crítica que já se estendeu por tempo demais. Afinal, foi talvez a
segurança pública a área mais afetada pela inapetência administrativa que
coordenou as últimas ações de Governo no Maranhão. Todo esforço, de todos nós,
é imprescindível para construir esse “Pacto pela Vida”. Em nome do bem estar do
povo maranhense e em nome da paz.
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