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Deputados da oposição repercutem denúncia de compra de apoio político |
Os
parlamentares que integram a bancada da oposição anunciaram ontem que vão
encaminhar ao Ministério Público Eleitoral a gravação de um áudio que vazou na Oposição
internet, onde o secretário de Infraestrutura do estado e pré-candidato ao
governo em 2014, Luís Fernando Silva (PMDB), aparece dando instruções a aliados
sobre convênios e tratando sobre política ao mesmo tempo. A publicação do
diálogo pelo portal Atual 7 caiu como uma bomba no plenário da Assembleia
Legislativa, na manhã de ontem, e motivou novo confronto entre aliados da
governadora Roseana Sarney (PMDB) e da oposição.
O líder
do bloco oposicionista, deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), interpretou o
vazamento do áudio como “ a confirmação de todas as denúncias que já fizemos,
de que aquilo que aconteceu em 2010, que foi decisivo para viciar o processo
eleitoral, de acordo com o Ministério Público Federal, vai se repetir em 2014,
ou pelo menos essa é a intenção do governo, mas nós não vamos permitir. Nós vamos
disputar é uma eleição e não um leilão”, denunciou.
Rubens
Júnior observou que o áudio revela uma conversa entre o pré-candidato de
Roseana e aliados no município de Santa Rita. Na mesa, o diálogo do líder do
governo, deputado César Pires (DEM) com o secretário adjunto da Casa Civil, João
Muniz, e com o secretário Luís Fernando, confunde o público com o privado. “Confunde-se
o secretário com o candidato. Na mesma roda se fala sobre convênio se conversa
sobre eleição. Quem está dizendo não somos nós, é uma denúncia gravíssima que
tem que ser apurada, tem que ser passada a limpo, tem que se tornar clara e
evidente se esse é o hábito do governo, de tratar de convênio e eleição na
mesma conversa”, condenou.
O líder
da oposição acrescentou ainda: “Parece que o plano era fazer o que sempre
fizeram. Mas insisto, se este era o objetivo, dessa vez será frustrado. Nós não
aceitaremos isso de forma silente, é algo que é inadmissível nos dias de hoje e
que, portanto, merece ser apurado especialmente pelo Ministério Público
Eleitoral, pelos Procuradores da República que compõem hoje o TRE. O plano de
comprar eleição de 2014 está indo por água abaixo: O “bolsa eleição” foi
desmontado, os convênios fantasmas estão sendo fiscalizados, e agora, o link,
entre os convênios e a cooptação eleitoral desmascarado”, comemorou.
Na
avaliação do deputado Othelino Neto (PPS), o mais grave é que deixa evidente a
prova dos métodos que estariam sendo utilizado pelo secretário Luiz Fernando
para viabilizar a sua candidatura. “Aquilo que o Ministério Público, no seu
parecer utiliza como argumento para recomendar a cassação da governadora
Roseana está sendo feito ainda pior, só que com uma diferença. A Oposição está
vigilante e vai denunciar caso a caso todas essas situações onde o
pré-candidato do governo e o governo, tentam criar as condições para tomar a
eleição ou para comprar a eleição no Estado do Maranhão”, adverte.
Na
avaliação do deputado Bira do Pindaré (PT) o áudio divulgado pelo Atual 7
revela uma confusão entre aquilo que é atividade de governo com a atividade do
pré-candidato. “E me parece que há outra preocupação que é antecipar os
convênios, uma vez que em 2010, pelo parecer da Procuradoria Geral da República
ficou muito claro o uso de convênios para cooptação de cabos eleitorais. E Isso
nas vésperas da eleição”, condenou.
Reação – Diante
dos discursos inflamados dos deputados da oposição, cobrando explicações do
governo sobre a reunião ocorrida em Santa Rita, o líder do governo, César Pires
(DEM), o líder do bloco governista, Roberto Costa (PMDB) e o vice-líder Magno
Bacelar (PV) rebateram a acusação de que o secretário de Infraestrutura estaria
celebrando convênios eleitoreiros e usando a máquina administrativa para fazer
cooptação.
César
Pires disse que tem participado de diversas visitas do secretário Luís Fernando
ao interior do estado, e que por esta razão teria autoridade para dar seu
testemunho de que o secretário não estaria utilizando de nenhuma postura
inadequada como gestor público.
O líder
do bloco governista também saiu em defesa do aliado, enfatizando que “não se
pode conceber é que agora a oposição quer questionar, quer discutir a postura de
Luís Fernando. E a oposição quer patrulhar e tentar proibir o doutor Luis
Fernando de conversar com os prefeitos, conversar com os vereadores, conversar
com as lideranças comunitárias e discutir melhorias para os municípios. Isso é
inconcebível!”, criticou Roberto Costa.
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