Que moral terá a Assembleia Legislativa do Maranhão para investigar o que quer que seja se não apresentar uma resposta convincente e imediata à sociedade sobre o recebimento de propina para a aprovação de matérias de interesses dos empresários da construção civil? Nenhuma.
A premissa foi levantada pela oposição diante de uma movimentação nos bastidores para varrer a denúncia para debaixo do tapete. Isto porque, com tanto deputado em plenário respondendo a processo na Justiça Federal por fraude, roubo ou enriquecimento ilícito, seria temerário punir o acusado.
“De zero a dez, aposto onze que o deputado pegou o dinheiro, mas quem neste plenário pode apontar o dedo para alguém?”, questionou um deputado da base do governo, acrescentando: “o deputado vendeu, entregou, ficou com o dinheiro e vai ficar por isso mesmo”, adiantou a fonte ao blog.
Toda a desconfiança recai sobre o líder da bancada governista Stênio Resende (PMDB), autor do projeto e principal interessado em acelerar a votação que permitiu a derrubada de babaçuais em zonas urbanas, mas ele já mandou avisar que qualquer tentativa de cassar-lhe o mandato detonará a Assembleia. Traduzindo para a linguagem popular, significa dizer que jogará merda no ventilador.
A Mesa Diretora da Casa, como forma de dar uma resposta imediata à denúncia de que teriam vendido a aprovação do projeto por R$ 1,5 milhão, encaminhou à Corregedoria Parlamentar a responsabilidade pela investigação, mas como ela possui poderes limitados, a oposição considera mais recomendado uma Comissão Parlamentar de Inquérito, pois poderia convocar os empresários para depor.
Corregedor Parlamentar, deputado Jota Pinto promete uma apuração transparente e isenta, mas quem conhece os labirintos do Poder Legislativo do Maranhão sabe perfeitamente da existência de um forte corporativismo para proteger parlamentares enrolados em denúncia de corrupção. Basta olha para o plenário que lá estarão sentados tranquilamente Magno Bacelar (PV), Rigo Teles (PMDB), Stênio Resende (PMDB), Edson Araujo (PSL), entre outros que respondem por crime de corrupção, enriquecimento ilícito e formação de quadrilha .
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