Os deputados estaduais Othelino Neto (PCdoB) e Rubens Júnior
(PCdoB) afirmaram, na sessão desta terça-feira (19), que a Oposição quer discutir,
sim, a questão da greve dos professores de São Luís, no entanto não aceita
desviar o foco das investigações sobre a denúncia de suposto suborno e
propina contra o governo do Maranhão, que envolve a governadora Roseana Sarney (PMDB), auxiliares do primeiro escalão, a empresa Constran e o doleiro Alberto Yousseff.
Segundo os parlamentares, a negociação com a categoria do magistério da capital
está em andamento e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr, está empenhado
em resolver a situação.
Segundo Othelino Neto, a greve dos professores é um
assunto da maior importância é e a questão tem que ser resolvida o quanto
antes. Ele disse que a negociação não parou e que o prefeito é um homem de
postura, um político aberto, reconhecido pela sua capacidade de dialogar. “A
determinação dele é para que se avance na negociação. E o secretário de
Educação, Geraldo Castro, tem se esforçado para isso. Tenho conversado com ele.
O impasse ainda permanece, mas eu tenho certeza que será solucionado”,
enfatizou.
Othelino disse que a Assembleia pode discutir o
assunto da greve à exaustão, muito embora a Câmara Municipal de São Luís,
que deve ser intermediária no processo de negociação, seja o ambiente onde a
questão deve ser discutida, mas não pode deixar de lado o caso Constran, que
evidenciou um suposto esquema de suborno contra o governo, envolvendo,
inclusive, a governadora Roseana Sarney. “A Polícia Federal investiga altos
membros da cúpula do governo do Maranhão por envolvimento com o recebimento de
propina. Então, nós não podemos tapar o sol com a peneira”, comentou.
Othelino lembrou que a Oposição tem um pedido de
Comissão Parlamentar de Inquérito, para a qual coleta assinaturas, e reiterou
que a bancada não tem medo de discutir nada. “A governadora foi pega na
mentira. Ela disse que pagou o precatório da Constran por ordem judicial e o
Tribunal de Justiça disse que não determinou nada. Eu quero que vocês aprovem,
bancada governista, o requerimento de convocação dos secretários para
possibilitar que eles se expliquem aqui nesta Casa e vamos assinar a CPI”,
assinalou.
Negociações
Respondendo a Roberto Costa, Rubens Jr disse que o
secretário Geraldo Castro, que já foi elogiado inclusive em outros momentos na
Assembleia, vem fazendo o que é possível para negociar o fim da greve dos
professores de São Luís. “A mesa de diálogos está posta. Eu não vou
criminalizar o movimento sindical. Pelo contrário, é legítimo que se exerça o
direito de greve. Mesmo o Tribunal de Justiça, o Supremo Tribunal Federal,
tendo reconhecido a ilegalidade, eu entendo que o prefeito e o secretário têm
que sentar e juntos encontrar uma forma de solucionar esse impasse”, ressaltou.
Rubens Jr lembrou que, no ano passado, foi
concedido reajuste de 9%, as escolas passaram por reforma, além de outros
avanços, mas muito ainda há por fazer. “Então, tenho convicção de que com o
diálogo, nós conseguiremos resolver esse problema”, frisou.
Na mesma linha de pensamento de Othelino, Rubens Jr
defendeu que a questão da greve deve ser tratada na Assembleia, sem que se fuja
de investigar o escândalo do caso Constran, que revelou um esquema de suborno e
propinagem no governo do Maranhão, a clínica fantasma, entre outras denúncias
contra o Estado que devem ser esclarecidas.
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