O partido Solidariedade, comandado no estado pelo deputado estadual Othelino Neto, não tem dado sosego ao governador Carlos Brandão (PSB). Após questionar a constitucionalidade do Regimento Interno na Assembleia Legislativa do Maranhão que estabelece a maior idade como critério de desempate para eleição da presidência da Mesa Diretora da Casa e que reelegeu a presidente Iracema Vale, aliada de Brandão, para o biênio 2025/2026, ação que está sob a relatoria da ministra do STF Carmem Lúcia, agora foi a vez de atingir parentes de Brandão ocupantes de cargos de direção no parlamento estadual.
Os ânimos estão bastante agitados por conta da decisão do ministro Alexandre de Moraes mandar a Assembleia Legislativa demitir o diretor de Relações Institucionais, Marcus Brandão (MDB), irmão do governador, mais dois parentes por conta da ADI apresentada pelo Solidariedade junto ao STF. O mesmo Supremo, através do ministros Dias Toffoli, já havia acabado com fórum privilegiado para diretores da Casa, o que atingiu mais uma vez o irmão do chefe do Executivo estadual
Como líder da oposição, Othelino não dado refresco ao governo, tem feito uso constante da tribuna da Assembleia e das redes sociais para apontar as falhas e criticar a gestão, Não perdoa nem quando o governador recua de declaração infeliz, como no caso dos indicadores econômicos e sociais quando disse que dava agonia, gastura e até gastrite. Brandão jura que foi mal interpretado em sua avaliação sobre extrema pobreza no estado, que não estava se referindo ao governo de Flávio Dino, mas nem por isso deixou de levar uma estocada do deputado Othelino.
Em sua rede social, Othelino disparou contra o governador: “Quando fala de improviso diz besteira. Aí tenta consertar e piora ainda mais. Sujeito tosco! Que fase…”. Em uma seunda postagem, respondendo diretamente ao governador que disse ter sentido agonia, gastura e até gastrite ao conhecer os indicadores negativos do estado sem esclarecer que tratava-se de um problema histórico e não do governador que o antecedeu, Othelino também se manifestou.
“Ver as políticas públicas serem destruídas e o estado assaltado na cara dura todos os dias. Isso dá agonia, dá uma gastura , dá até gastrite…”, rebateu Othelino.
Os ânimos na base governista que já era de tensão, se acirraram ainda desde a assinatura da ordem de serviço da segunda etapa da Avenida Metropolitana,quando, num inflamado discurso que mais pareceu uma crítica ao governo de Flávio Dino, o governador disse em alto e bom som que quando assumiu, ao tomar conhecimento dos indicadores sentiu agonia, gastura e até gastrite, o que motivou reação de parlamentares ligados ao ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal.
“Quando eu assumi o governo, eu vi o negócio com os indicadores do Maranhão. Gente, aquilo me dava agonia, uma gastura, dava até gastrite. Sempre o Maranhão lá embaixo: é o estado mais pobre, é o estado que tem o maior número de pessoas analfabetas, não sei o quê… Rapaz. Eu disse: ‘Não é possível! Vamos tirar o Maranhão desses dados ruins'”, disse Brandão.
Diante da forte repercussão e do acirramento das tensões que ronda o grupo governista, Brandão foi às redes sociais fizer que foi mal interpretado e que estava se referindo ao processo histórico não ao governo que o antecedeu, mas o estrago já estava feito. A aliança formada em 2014 que elegeu e reelegeu Dino e elegeu Brandão, pelo visto, partiu de vez, sem chance de retorno, apesar dos bombeiros ainda estarem tentando pagar o incêndio que ameaça consumir o Palácio dos Leões.
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