O fato político que chamou atenção no recesso parlamentar, sem dúvida, foi a aproximação do PCdoB com o Solidariedade visando a formação de um bloco de oposição ao governo de Carlos Brandão (PSB) para atuar no plenário da Assembleia Legislativa, mesmo com os comunistas sendo integrantes da aliança que dar sustentação à gestão do mandatário estadual.
Brandão, que se orgulhava ao afirmar não ter oposição ao seu mandato, pela primeira vez, terá que enfrentar um movimento oposicionista, liderado pelo deputado Othelino Neto, mas contando com parlamentares bem preparados e dispostos a manter o governador sob severa vigilância, questionando e debatendo com profundidade as proposições do Executivo.
Embora o presidente estadual do PCdoB, deputado Márcio Jerrry tenha afirmado ao jornalistas John Cutrim que não se tratar de um bloco de oposição, fica complicado entender a participação de parlamentares do partido no bloco em que o Solidariedade vem se apresentando como oposição ao governo do qual o PCdoB faz parte da gestão comandando secretarias.
Jerry argumenta: “Não se trata de um bloco de oposição. Blocos parlamentares não são integrados necessariamente com unidade política, mas como articulação para a ação legislativa dos parlamentares. O PCdoB tem o legítimo direito de buscar espaços de atuação nas comissões e estrutura da Assembleia. Nossos deputados foram excluídos de comissões, ora é um direito construir um caminho democrático para integrá-las”.
O problema é que fica difícil entender como ficará a situação do partido com seus representantes no parlamento estadual confrontando e denunciando o que consideram falhas do governo, algo que já vem ocorrendo desde que houve desentendimento na base governista e que se constitui ainda em ameaça da racha.
Por conta da nova fase que colocará gente a frente governo e oposição, as atenções na volta dos trabalhos da Assembleia Legislativa do Maranhão, na próxima segunda-feira (3), estarão voltadas para formalização do bloco que deve contar com a participação de oito deputados.
Diante da nova realidade que se apresenta, cabe a pergunta: como atuará a nova secretária extraordinária de Assuntos Legislativos, Roseana Sarney (MDB), para aclamar os ânimos? Experiência política não lhe falta, resta saber se tem disposição para o trabalho após uma passagem apagada pela Câmara Federal.
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