Por: Gabriel Castro
Veja.com – O entregador - Rafael Ângulo Lopez era o
responsável na quadrilha pela distribuição de dinheiro dentro e fora do Brasil(Jefferson
Coppola/VEJA)
O
ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal,
homologou a delação premiada de Rafael Ângulo López, braço-direito do doleiro
Alberto Youssef. Como
revelou
VEJA em dezembro, Lopez distribuía propina oriunda de desvios em grandes obras.
Ele cruzava o país para fazer entregas em Brasília, Recife, Porto Alegre,
Curitiba, Maceió e São Luís.
As
anotações de Lopez revelam uma parte importante do esquema. O auxiliar de
Youssef admitiu, por exemplo, ter entregado 500 000 reais a João Vaccari Neto
na sede do PT em São Paulo, 50 000 reais ao senador Fernando Collor (PTB-AL) e
900 000 reais à então governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), dentro do
palácio local.
Em seus
depoimentos, Lopez também citou a empreiteira Odebrecht. Ele revelou ter
entregue uma lista de contas bancárias a Alexandrino Alencar, diretor de
relações institucionais da companhia, para permitir o pagamento de propina no
exterior a integrantes do esquema.
A
homologação da delação significa que Rafael Ângulo Lopez apresentou elementos
mínimos para sustentar suas acusações e, assim, pleitear uma redução de pena em
eventuais condenações. Agora, a corte vai conduzir investigações sobre a
participação de cada personagem citado pelo delator. A considerar o teor dos
depoimentos, o país também sairá ganhando.
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