Do site Maranhão da Gente
Mais uma semana de fatos simbólicos para quem deseja compreender as
raízes do atraso maranhense.
Ao lançar um projeto que se dispôs a
conversar com a população do Maranhão, a oposição passou a receber demandas de
lideranças do interior do estado e da sociedade civil em geral.
Abandonada pelos políticos tradicionais, a população se apropriou da
agenda pública dos líderes oposicionistas.
O resultado todo mundo vê: nos
municípios por onde passam, deputados federais, estaduais, vereadores,
liderados pelo presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB) são recebidos pela
população com ansiedade para falar dos problemas e entusiasmo para discutir as
soluções possíveis.
Nada mais natural e até saudável para
o processo democrático que segmentos da classe política se predisponham a
conversar com a população, sobretudo fora do calendário eleitoral, quando em
vez de candidatos, os homens públicos se colocam verdadeiramente como
agentes das questões de interesse do estado.
Nada mais natural também que o êxito
no movimento organizado pela oposição, gerasse uma reação do grupo político que
controla os poderes hegemônicos no estado.
O problema é que em vez de lutar na
mesma arena legítima, buscando igualmente dialogar com a população, o governo
do estado resolve agir pelos mecanismos opostos, tentando censurar, perseguir e
acima de tudo criar um ambiente hostil e beligerante para tumultuar o
estado.
De volta aos tempos do velho coronelato
provinciano:
As ações para censurar e perseguir
líderes oposicionistas chegam a níveis de provincianismo que soariam
inverossímeis aos olhos e ouvidos de quem não vive no estado. Em Chapadinha, a
governadora Roseana Sarney mobilizou aliados para, vejam-só, impedir que Flávio
Dino recebesse o título de cidadão chapadinhense, proposto pelos vereadores do
município.
A tentativa fracassou e a concessão
do título a Flávio Dino foi facilmente aprovada na casa legislativa, que
recebeu o presidente da EMBRATUR no último sábado (11) em movimentada sessão.
Mas a governadora não desistiu. Em
Mata Roma, a prefeita do município que é do PMDB partido de Roseana Sarney, foi
orientada a antecipar a festa do dia das mães do domingo (12), para o sábado
(11). A festa, que distribui prêmios como atrativo para a participação da
população, foi antecipada para o mesmo horário da reunião do movimento Diálogos
pelo Maranhão, que contaria com a participação de Flávio Dino. O objetivo,
obviamente, era esvaziar o evento oposicionista.
No mesmo fim de semana, os meios de
comunicação do grupo Sarney foram orientados a atacar o presidente do diretório
municipal do PCdoB, Márcio Jerry.
Na pauta de ataques a Jerry nada de
denúncias relacionadas a atividade pública do dirigente do PCdoB, que é
secretário de comunicação da prefeitura de São Luis. Os jornais da família
Sarney ficaram profundamente incomodados com o fato de Márcio Jerry ser usuário
ativo das redes sociais, instrumento que é usado por políticos no mundo inteiro
para fazer o que deveria ser a essência da atividade pública: comunicar para a
sociedade.
Cooptação, mandonismo e
humilhação
Em outra frente, o grupo Sarney opera
para constranger políticos e autoridades do interior, colocando-os em situações
vexaminosas. Para obrigar um posicionamento público de aliança política, os
prefeitos estão sendo assediados e obrigados a servir como plateia para um dos
pré-candidatos do grupo Sarney ao governo, Luís Fernando Silva, secretário de
infraestrutura.
Em sua passagem pela região de
Imperatriz entre os dias 15 e 18, Luís Fernando, que chegou a inaugurar até
programa federal de instalação de ambulâncias em hospitais da rede pública
(SAMU), foi acompanhado por prefeitos da região, que colocados em uma VAN,
tiveram que acompanhar e aplaudir todos os eventos dos quais o secretário
participou.
O governo do estado, inconformado com
a postura institucional dos prefeitos de oposição que procuram o governo para
fazer parcerias institucionais, opera de todas as formas para transformar
as parcerias em aliança política.
Onde não consegue usar dinheiro
público para barganhar, o grupo Sarney tenta criar instabilidade política e
falsos relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Exemplos emblemáticos
estão na tentativa de cassar o diploma do prefeito de Barreirinhas, Léo
Coutinho (PDT) e na tentativa de envolver a prefeita de Matões Sueli
Pereira (PCdoB) em casos de licitação irregular.
Mais ações de censura, cooptação,
chantagem e inverdades vem por aí. O propósito é um só: barrar as atividades do
movimento político que pela primeira vez na história do estado se mobiliza para
crescer a partir do diálogo com as bases populares.
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