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Greve da PM deixou feridas abertas na Assembleia

A greve dos policiais acabou, mas deixou feridas abertas no plenário do Poder Legislativo. A suspensão das atividades parlamentares, de forma mal explicada pela direção da Casa, acabou se transformando num acalorado bate boca entre o presidente Arnaldo Melo (PMDB) e o líder da oposição, Marcelo Tavares (PSB).
Melo não aceitou o repúdio do líder da oposição à iniciativa da Mesa suspender os trabalhos da Casa, até que o militares evacuassem a área, e partiu prá cima de Tavares, chamando-se de “transtornado e mentiroso”. Marcelo retribui os ataques chamando Melo de subserviente e sugerindo ter sido a governadora quem deu a ordem para fechar a Assembleia.
Publico abaixo parte da discussão dos dois parlamentares por conta da sessão que a oposição foi obrigada a realizar no escuro porque o presidente mandou fechar o plenário para que não houvesse discussão sobre a greve.  
ARNALDO MELO – Não acatamos o repúdio do deputado Marcelo, é como se nós tivéssemos tomado aqui uma medida arbitrária, pois foi uma medida de responsabilidade parlamentar e de responsabilidade administrativa. Em nenhum momento me manifestei para que não parecesse que eu estava tomando medidas tendenciosas, tomei as medidas que nos pareceram mais coerentes durante todo este período em respeito a nossa Polícia Militar, aos bombeiros que aqui estavam, a todos os deputados e principalmente à instituição Assembleia Legislativa do Maranhão.
MARCELO TAVARES – Senhor Presidente, Questão de Ordem.
ARNALDO MELO – Não concedo a Questão de Ordem a V.Exa. porque é a terceira vez que V.Exa. insiste neste assunto de querer distorcer a história. Mas a história é essa, legitimamente, ao contrário do que V.Exa. passou para emissoras de rádio.
MARCELO TAVARES – O senhor agora não permite nem que os deputados falem?
ARNALDO MELO – Permito sim.
MARCELO TAVARES – O senhor fecha a Casa e não permite nem que os deputados falem? V.Exa. que está transtornado.
ARNALDO MELO – Se inscreva. Sou sempre sereno e responsável pelo que digo, Deputado Marcelo. Concedo a palavra à Deputada Cleide Coutinho.
MARCELO TAVARES – Deputado, eu pedi o tempo da liderança.
ARNALDO MELO – Para fazer crítica à decisão da Presidência, concorda?
MARCELO TAVARES – Deputado, o que vou falar ainda não é do arbítrio de V.Exª.
ARNALDO MELO – Então é do meu arbítrio dizer que vou cumprir o que o Regimento determina, deputado.
MARCELO TAVARES – O senhor realmente tem se especializado em arbitrariedades, deputado Arnaldo.
ARNALDO MELO – E V.Exª em mentir quando disse à imprensa do nosso Estado, deputado Marcelo, que o Presidente arbitrariamente suspendeu as sessões. Esses deputados sabem que houve uma reunião da Mesa na noite da segunda-feira e uma Resolução suspendeu as sessões. Vossa Excelência não tem o direito…
MARCELO TAVARES – Eu não participei de nenhuma reunião e o Regimento não lhe dá esse direito.
ARNALDO MELO – Vossa Excelência não pode impingir à minha pessoa isto, que não corresponde à verdade. Eu jamais suspendi sessão nesta Casa arbitrariamente.
MARCELO TAVARES – A governadora já está satisfeita com Vossa Excelência, deputado Arnaldo, não precisa ir mais adiante.
ARNALDO MELO – Eu não preciso disso, deputado Marcelo, porque eu nunca tive um emprego, nenhum dia de favorecimento por nenhum governo, nem pelo governo que V.Exª participou com o seu tio governador, que sabe da lisura e da lealdade que eu tive e que jamais pedi um favor a qualquer tipo de governo, nem aos governos passados e nem ao atual. Eu tenho autonomia para dizer, nunca pedi um favor a nenhum governo passado e nem ao atual. Então deputado, é diferente a minha postura. Concedo a palavra ao deputado Neto Evangelista.

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