Sob forte pressão da
governadora Roseana Sarney, a Comissão Parlamentar de Inquérito, proposta pelo
deputado Bira do Pindaré (PT), para investigar crimes de pistolagem no Estado, a
partir de 2010, está literalmente sepultada.
Embora o presidente da
Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB) tenha usado hoje (08) a
tribuna para negar interferência do governo contra a instalação da CPI, o fato
é que a bancada governista se omitiu, fugiu para não assinar o requerimento.
Num discurso torto e cheio de
contradição, Arnaldo Melo tentou justificar o injustificável: a omissão do
Poder Legislativo em colaborar com a investigação que poderia chegar, inclusive,
aos matadores do jornalista Décio Sá,
uma espécie de porta-voz da oligarquia Sarney.
“Essa história de CPI de
Pistolagem que o governo é contra é uma falácia porque esta Casa não é
delegacia de polícia, nós não temos responsabilidade sobre isso e não temos
instrumento. A Mesa Diretora já discutiu essa questão e chegamos à conclusão
que eu não queria inclusive colocar desta forma, mas a verdade é que nós não
temos instrumentos, aparato suficiente para investigar crime de pistolagem”,
justificou.
Estranho essa posição do
presidente da Assembleia porque foi justamente o Legislativo estadual que deu
exemplo ao país ao criar a CPI do Crime Organizado, que levou os deputados José
Gerardo de Abreu e Chico Caíca para a cadeia. O deputado Hemetério Weba também
teve problemas, mas conseguiu provar sua inocência.
“Eu não tinha me manifestado,
mas sou contrário essa CPI da Pistolagem, porém, aceito ser voto vencido se a maioria
aprovar. Não fui consultado, não fui acionado, ninguém tratou desse assunto
comigo, secretário de Segurança, secretário de Estado qualquer, governadora do
estado, ninguém tratou comigo. Então por que o governo não quer? Eu acho que
isso é um discurso um pouco cruel. O governo do estado não está no meio disso.
Eu emiti a minha opinião, na semana passada, e eu acho que a sociedade está
angustiada, todos nós estamos angustiados com esse tipo de crime. Isso é um
absurdo. A sociedade não pode mais aceitar. No entanto, não vamos, senhores
deputados, trazer essa questão para dentro da nossa Casa. Isto nós não temos
condições de resolver”, discursou Melo.
O discurso do presidente da
Casa foi o sinal que estava faltando para os deputados da base do governo, que
ficaram de assinar o requerimento, sumissem do plenário. Até Hemetério Weba,
que empenhou a palavra pela CPI, desistiu de assinar o documento.
Pior fez o ex-secretário de
Segurança, Raimundo Cutrim (PSD). Ele defendeu contra a instalação da CPI por
entender que as investigações devem ser comandadas pela Secretaria de
Segurança. Só que no mesmo pronunciamento, Cutrim tratou de avisar que o atual
secretário de Segurança, o araponga da oligarquia, Aluísio Mendes, não tem
competência para comandar a apuração dos fatos.
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