Azedou de vez as relações
entre os palácios dos Leões e Manoel Bequimão. As insinuações da governadora
Roseana Sarney de que deve ficar até o final do mandato para terminar as obras
iniciadas em sua administração já começa provocar o afastamento do presidente
da Assembleia Legislativa da pré-campanha do candidato Luís Fernando.
As declarações, feita na tarde
de ontem na Rádio Mirante AM, foram interpretadas nos bastidores do Poder
Legislativo como mais uma forma de pressionar Arnaldo Melo aceitar o jogo que
está sendo imposto pela governadora: a eleição indireta de Luís Fernando, caso ela renuncie
ao mandato para disputar o Senado Federal.
Rejeitado em sua legítima pretensão
de substituí-la no comando do estado por nove meses, Arnaldo Melo furou o
compromisso que teria com Fernando Silva na última quarta-feira, quando seriam
assinados uma série de ordem de serviços de pavimentação de estradas no Sertão Maranhense, região onde Melo possui suas bases eleitorais.
O presidente da Assembleia
simplesmente não apareceu e nem mandou justificativa, certamente contrariado com
a rejeição do seu nome pela governadora, que resolveu nem recebê-lo mais em
Palácio, em decorrência da “rebeldia”.
Em conversa informal com
profissionais de imprensa esta semana, Arnaldo chegou a anunciar que seria a “bola
da vez”, o que teria irritado Roseana, que deseja impor Luís Fernando a qualquer
custo para ver se ele, no cargo, consegue reverter o quadro altamente
desfavorável. Atualmente, o pré-candidato, embora esteja em campanha a quase um
ano, não consegue chegar sequer ao patamar de 15% de intenção de votos.
Diante da decisão de Arnaldo
não abrir mão de assumir pelo restante do mandato, Roseana ligou para a Rádio
Mirante na tarde de ontem para anunciar que deve ficar, deixando claro que o
grupo a qual lidera não tem plano para o presidente da Assembleia e que, se ele
insistir em ser governador além dos trinta dias que a constituição lhe
assegura, acontecerá o que o ex-deputado
Joaquim Haickel previu em artigo: “ficará sem mel e sem cabaça”, ou seja, além
de não assumir o governo, ainda perderá a presidência da Casa, no caso de uma improvável
vitória de Fernando.
Relacionado
0 Comentários