“Vamos ter que trocar os trilhos e
botar o trem para andar ao mesmo tempo”, reclama Dino, um ex-juiz federal de 46
anos, que se elegeu com a promessa de dar fim ao reinado de cinco décadas da
família Sarney.
O novo governador diz que já esperava
uma transição difícil, mas está surpreso com a falta de informações básicas
sobre o caixa estadual. Faltam números sobre contratos, repasses a prefeituras
e pagamentos a funcionários terceirizados.
“Estão interrompendo os pagamentos na
área da saúde, que não tem concurso público há cerca de 20 anos. A dívida com
os precatórios está explodindo, e a gente não sabe o que vai ser quitado e o
que vai ficar para o ano que vem”, afirma Dino.
Pelo “Diário Oficial”, a equipe do
novo governo fica sabendo de medidas como a renovação de contratos que só
venceriam em 2015. “É uma atitude pueril de sabotagem”, reclama o próximo
governador.
No discurso de despedida, Roseana
disse que renunciou por motivos “estritamente pessoais, sem qualquer conotação
de ordem política ou de qualquer outro interesse”. Fez elogios à própria gestão
e afirmou que o Maranhão “voltou a trilhar um novo caminho de crescimento”,
embora o Estado ainda tenha o segundo pior resultado do país no Índice de
Desenvolvimento Humano da ONU. “Saio com a certeza do dever cumprido”, concluiu
a ex-governadora.
Para Dino, a transição foi apenas um dos deveres
que ficaram pelo caminho. “Eles achavam que o governo seria eterno e que esse
momento nunca iria chegar”, critica.
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