Para o ano de 2015, o orçamento
discutido e já aprovado em dezembro chegou a tratar de cortes em gastos para
diminuir pressões sobre as contas. Em novembro, na mesma semana em que o novo
governador eleito Flávio Dino (PCdoB) indicava Marcellus Ribeiro Alves para
comandar a secretaria da Fazenda do Maranhão, eram discutidos, por exemplo,
cortes do orçamento do Judiciário, que pulou de R$ 850 milhões em 2014 para
previsão de R$ 1,6 bilhão em 2015.
Dados atualizados do Relatório
Resumido da Execução Orçamentária, até o mês de outubro, mostram que o Maranhão
chega perto do fim de 2014 com um resultado primário (diferença entre receitas
primárias totais e despesas primárias totais) em R$ 808,7 milhões de janeiro a
outubro, um valor (nominal) 37% inferior ao R$ 1,29 bilhão no mesmo intervalo
de 2013.
Nesse grupo estão itens como
pagamento de serviços prestados por pessoa física sem vínculo empregatício ou
por pessoa jurídica “independente da forma contratual”. Ainda inclui “despesas
não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa”.
Em relação aos gastos com pessoal, e
o comprometimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), dados do Relatório
de Gestão Fiscal (RGF) mostram que a porcentagem de despesa total com pessoal
sobre a receita corrente líquida estava em 39,57% em agosto de 2014, segundo o
relatório do segundo quadrimestre de 2014.
Ao fim de 2013, era de 39,25%, já
chegou a bater em 36,88% no último quadrimestre de 2012 e atingiu 34,89% no fim
de 2011. Ou seja, os patamares atuais estão mais elevados do que em anos
anteriores. No entanto, aparecem dentro dos limites permitidos pela LRF.
Questionada a respeito dos
números registrados em 2014, assim como se há um projeto de retenção de gastos
em 2015, frente ao ambiente fiscal mais difícil no ano que vem, a secretaria de
comunicação do Maranhão não respondeu aos pedidos de entrevista.
O novo governador do Estado não tem
mencionado a possibilidade de um ajuste mais pesado na área de gastos com
pessoal. Mas já ressaltou, ao definir sua equipe na área da Fazenda, que
pretende financiar suas propostas apresentadas durante a disputa eleitoral por
meio do crescimento da arrecadação tributária, sem aumento dos impostos. Sem
tributar mais a população, a receita só cresce pela expansão econômica — e não
há sinais claros de recuperação da economia no horizonte de curto prazo.
A receita com ICMS somou R$ 3,27
bilhões até outubro, alta de 7,3% sobre mesmo período do ano anterior,
portanto, ganho real (descontado IPCA), de cerca de 1%.
Dólar – Estado com empréstimos em dólar, o
Maranhão somava dívida externa de R$ 1,52 bilhão em agosto de 2014, valor que
representava 32,8% da dívida consolidada do governo no acumulado de janeiro a
agosto.
Para efeito de comparação, a dívida interna do
Estado é, em valor, muito superior à externa — a interna somava R$ 2,76 bilhões
em agosto de 2014, versus R$ 2,55 bilhões em abril de 2014.
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