MANOEL SANTOS NETO
O presidente do PSB no Maranhão, Luciano Leitoa,
disse ontem que a pré-candidatura do ex-deputado Flávio Dino (PCdoB) representa
uma feliz confluência de histórias e ideais. “Estamos alinhados ao sentimento
de mudança que irá tomar conta do Maranhão como uma espécie de viral cívico e
transformador”, declarou Leitoa.
Aos 33 anos de idade, mas já com a experiência de
quem exerceu mandatos de deputado federal e estadual, e atualmente investido no
cargo de prefeito de Timon, Luciano Leitoa é também um grande entusiasta tanto
da candidatura de Roberto Rocha ao Senado quanto da candidatura do
ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República.
“Eduardo Campos expressa uma vontade que está
manifesta na sociedade: a de aprofundar as mudanças sem ameaçar as conquistas
dos últimos 20 anos. Entendemos que a alternância de poder é saudável para
oxigenar o ambiente político que está anestesiado pela disputa entre o PSDB e o
PT que se tornou estéril”, assinalou Leitoa, nesta entrevista ao Jornal
Pequeno, em que analisa a atual conjuntura política:
Jornal Pequeno – Que avaliação se pode fazer de seu trabalho em
Timon, na condição de prefeito jovem, eleito para administrar uma das cidades
mais importantes do Maranhão?
Luciano Leitoa – Fui eleito com a convicção, que sustento
até hoje, de que o maior desafio não era o de gerenciar a máquina
administrativa, mas de enfrentar uma cultura política resignada que não permite
que as cidades médias quebrem o círculo vicioso do clientelismo, do nepotismo,
da dependência submissa ao poder central. Sem esse enfrentamento as cidades não
serão capazes de construir um projeto de desenvolvimento autônomo.
Paralelamente a esse desafio enfrentamos dificuldades assombrosas com o
sucateamento da máquina pública, dívidas crescentes, a cidade inadimplente, o
acúmulo de 16 folhas de pessoal para pagar somente no primeiro ano. Tomamos
medidas duras e impopulares de contenção e enxugamento da folha, reorganização
das finanças, negociação das dívidas e todo um plantel de medidas necessárias
para que a administração pudesse voltar a ter fôlego de investimentos.
Já temos um repertório grande de avanços e
conquistas pontuais mas temos consciência de que ainda é pouco diante das
legítimas demandas da população. Mas para os próximos anos já estamos com uma
série de projetos em andamento para dar uma nova feição à nossa cidade.
JP – Tem surgido efeito a política de parcerias com os
governos federal e estadual?
Leitoa – Eu destaco com o Governo Federal, além dos
programas de rotina de qualquer município, estamos com alguns projetos já em
fase final para iniciar as obras. Um exemplo é o Centro de Iniciação Esportiva,
um complexo de 7 mil metros quadrados, com ginásio poliesportivo moderno.
Com o Governo do Estado temos a parceria mais
importante para alavancar a economia do município que é a construção do
Condomínio Industrial. Já liberamos o terreno, em condições espetaculares de
logística modal, com entroncamentos rodoviário, ferroviário e fluvial e farta
oferta de energia e água. Mudamos as leis municipais para ofertar melhores
condições de investimento e procuramos centenas de empresários dispostos a se
instalar em Timon, com benefícios fiscais do Estado e do município.
O condomínio já está com a licitação aberta pelo
Estado para a sua construção e temos dezenas de empresas interessadas. O
potencial é de tal monta que tem provocado reações dos nossos irmãos
piauienses, preocupados com a migração de indústrias para a “rive gauche” aqui
do Parnaíba. Esse não é nosso propósito, mas também não nos resignamos a ser o
primo pobre do desenvolvimento local. Nosso destino é o de parceiros para
crescermos juntos e fortalecer a Ride Teresina, que é a grande conturbação em
que vivemos.
JP – Na condição de dirigente partidário, o que dizer
sobre a atual situação do PSB em nosso Estado?
Leitoa – O PSB é o partido que mais cresce no Estado
e creio que a campanha presidencial que se aproxima nos fará protagonistas de
um projeto de Nação. Com certeza sairemos das próximas eleições muito maiores
do que entramos.
JP – Internamente, o PSB está unido, pacificado, para
disputar as próximas eleições?
Leitoa – Somos um partido de fato, com história, com
doutrina, com ideologia, com sentido de compartilhamento de ideais. Por isso
crescemos sustentavelmente, de dentro para fora. É isso que nos une e nos
pacifica.
JP – Qual a importância da candidatura de Eduardo
Campos à Presidência da República?
Leitoa – Ela expressa uma vontade que está manifesta
na sociedade: a de aprofundar as mudanças sem ameaçar as conquistas dos últimos
20 anos. Entendemos que a alternância de poder é saudável para oxigenar o
ambiente político que está anestesiado pela disputa entre o PSDB e o PT que se
tornou estéril. Trazemos novas ideias, novos métodos e nova visão das
capacidades de transformação da política.
JP – E sobre o papel da ex-ministra e ex-senadora Marina
Silva, nesta campanha?
Leitoa – Marina Silva agrega à campanha um valor
ético formidável que se expressa nas suas concepções de uma nova política, mais
solidária, mais horizontal, menos autárquica. É um farol importante que traz
novas luzes também para nossa visão política.
JP – Como partido histórico da esquerda maranhense, o
que representa para o PSB a candidatura de Flávio Dino ao Governo do Estado?
Leitoa – Representa uma feliz confluência de
histórias e ideais. Estamos alinhados ao sentimento de mudança que irá tomar
conta do Maranhão como uma espécie de viral cívico e transformador.
JP – Qual a importância de o PSB disputar o Senado com o
nome de Roberto Rocha?
Leitoa – É a possibilidade de termos em Brasília um
representante digno para sustentar nos embates parlamentares a expressão das
mudanças que serão conduzidas pelo governo de Flávio Dino, se essa for a
vontade de Deus e do povo maranhense.
JP – Além da disputa ao Senado, que espaços o PSB
pretende disputar nas eleições de 2014, em relação às vagas da Assembleia
Legislativa e da Câmara dos Deputados?
Leitoa – Estaremos nos embates parlamentares nos
dois ambientes legislativos, com nomes à altura dos desafios.
JP – O que pode ser feito para que as oposições
maranhenses mantenham-se efetivamente unidas para a disputa das próximas
eleições?
Leitoa – As oposições já estão unidas. O que há são
diferenças táticas que não ofuscam a convergência estratégica. Faz parte do
jogo político e é absolutamente legítimo que as lideranças disputem espaços.
Mas estou certo de que nada irá abalar a unidade das oposições, até
porque
esse é um imperativo de
nossa responsabilidade histórica.
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Pelo sentido da frase o prefeito só pode ter dito "conurbação" ao invés de "conturbação", como saiu.