Laryssa Borges e Gabriel Castro, de Brasília
Veja
|
Benito Gama, presidente em exercício do PTB |
O Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB)
confirmou neste sábado o rompimento com Dilma
Rousseff e o apoio ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) na disputa
pela Presidência da República em 2014. Na noite de sexta-feira, Benito
Gama, presidente da legenda, já havia sinalizado que o divórcio poderia
acontecer em breve. O PTB daria a Dilma cerca de 1 minuto e 15 segundos na
propaganda eleitoral de TV – tempo que agora vai para a candidatura tucana.
“Hoje, mais uma vez sintonizado
com o desejo de mudanças que vem sendo expressado pela ampla maioria do povo
brasileiro, o PTB declara seu apoio ao senador Aécio Neves para as eleições
presidenciais desse ano. Temos convicção de que Aécio reúne as condições para a
retomada do crescimento econômico, seja na garantia da manutenção das
conquistas sociais hoje incorporadas à vida nacional”, diz nota oficial do
partido.
O anúncio do rompimento aconteceu no
início da tarde de sábado, em Salvador — simultaneamente à convenção que, em
Brasília,
lançava a presidente Dilma à corrida pela reeleição.
Reforça-se, assim, o prognóstico de que eleição de 2014 será a mais dura para o
PT desde o pleito de 2002, que levou o partido ao Planalto.
Foi esse prognóstico que motivou as
lideranças petebistas a promover o desembarque da aliança com o PT. “A
Dilma de 2014 não é a Dilma que Lula construiu em 2010”, disse ao site de
VEJA um cacique petebista.
A nota oficial do PTB atribui
sobretudo a questões regionais a saída da base de apoio ao governo: “Essa
decisão atende o clamor da maioria da bancada federal e de estados, onde os
conflitos locais entre PTB e PT ficaram insustentáveis, como, por exemplo,
Distrito Federal, Roraima, Piauí e Rio de Janeiro.”
Repercussão no PT — Abordado no evento de lançamento da candidatura de Dilma Rousseff
à reeleição o ministro-chefe da Secretaria-Geral da
Presidência Gilberto Carvalho procurou demonstrar tranquilidade ao
comentar as notícias sobre o PTB. “Só temos que lamentar, porque é um
partido que esteve conosco durante muito tempo. Mas temos certeza de que, junto
com os partidos que continuam conosco, teremos força suficiente para vencer
essa eleição.”
O deputado federal Vicentinho, líder
do PT na Câmara, foi na mesma toada. “É muito ruim para nós”,
disse. “Nós convivemos todo esse período na bancada. A gente caminhou
juntos ao longo desses anos. Nós lamentamos, mas a gente acredita na capacidade
de explicar para o eleitor qual é a diferença entre os governos do passado e os
governos do Lula e da Dilma”
Solidariedade — Também neste sábado, Aécio Neves participou da Convenção Nacional
do Solidariedade, em São Paulo, para sacramentar o apoio do partido à sua
candidatura. “O Solidariedade não apenas participa da nossa
aliança, mas participa daquilo que será fundamental para os brasileiros, que é
a formulação do nosso programa de governo”, disse o candidato durante
o evento, ao qual foi acompanhado por Geraldo Alckmin e o ex-governador
José Serra, entre outros tucanos e aliados.
Aécio disse que ainda não decidiu quem será seu vice. “Estou muito
feliz porque temos nomes muitos qualificados, de vários partidos. No dia 30
vamos escolher o que seja melhor para vencer as eleições.”
Relacionado
0 Comentários