Integrante dos diretórios nacional e estadual do Partido dos Trabalhadores e um
dos maiores adversários da participação do PT na administração Roseana Sarney,
o professor Márcio Jardim anunciou que vai propor à direção nacional, na
próxima segunda-feira, que a decisão sobre política de aliança no Maranhão seja
decidida em plebiscito entre os militantes, a ser realizado paralelamente ao
PED (Processo de Eleição Direta) marcado para o dia 10 de novembro.
Segundo Jardim, independente de quem seja o candidato eleito, o militante,
através do plebiscito, votará em uma das três teses que estão sendo
apresentadas para 2014: candidatura própria, manutenção da aliança com o PMDB
ou coligação com Flávio Dino.
“Resolvi consultar a direção nacional sobre a possibilidade do Maranhão decidir
em plebiscito a questão, porque é a forma mais democrática e dá à direção
nacional a segurança para tomada de uma posição sem vulnerabilidade de pressões
de direções nacionais de partidos com interesse no Maranhão, no caso o PMDB”,
justificou Jardim.
O dirigente petista explicou que se a maioria da militância decidir pelo apoio
ao presidente da Embratur, Flávio Dino, a direção nacional do PT teria muito
mais dificuldade de fazer uma intervenção, a exemplo do que ocorreu em 2010,
quando o encontro do partido optou pela coligação com o então deputado federal
do PCdoB e a executiva nacional interveio e colocou o partido na aliança com o
PMDB.
“Não
podemos continuar com uma situação esdrúxula onde a burocracia do partido está
com o cartório montado no Palácio dos Leões e a militância nas ruas gritando o
nome de Flávio Dino. O partido sofreu uma fratura exposta em 2010 e a melhor
maneira de sarar a ferida é com democracia, pactuando o partido com base em
critérios democráticos, que no caso seria o plebiscito”, defendeu Márcio.
Márcio Jardim disse ainda que a melhor forma de realizar o plebiscito é aproveitando
a estrutura do PED. Segundo o dirigente do PT, o militante habilitado no
processo votaria na chapa que disputa o comando do partido e, em seguida,
votaria em uma das teses apresentadas pelos candidatos Raimundo Monteiro
(aliança com o PMDB), Augusto Lobato e Eri Castro (coligação com Flávio Dino),
Henrique Sousa e Mundico (candidatura própria).
Pelo processo atual, a chapa que sair vencedora do PED petista tem o direito de
levar o partido para a coligação que bem entender, mas sempre corre o risco da
aliança contrariar interesses da direção nacional, a exemplo de 2010, e a
consequente intervenção.
“Se nós conseguirmos emplacar nossa tese na direção nacional, com certeza, o
processo será muito mais democrático, pois caberá ao militante decidir com quem
o PT vai em 2014, o que tornaria muito mais complicado qualquer medida
intervencionista”, concluiu Jardim.
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