Do UOL
Roberto Stuckert Filho/PR
Após uma campanha de intensa
polarização no segundo turno, a presidente Dilma Rousseff
(PT) foi reeleita neste domingo (26) e impediu a virada do senador mineiro Aécio Neves,
candidato do PSDB – nunca um candidato que ficou em segundo lugar no primeiro
turno foi eleito presidente do Brasil.
Por volta da 20h30, com 98% das urnas
apuradas, Dilma tinha 51,45% dos votos e Aécio, 48,55%. A diferença de votos
era de 3 milhões. Essa foi a menor diferença de votos em um segundo turno desde
a redemocratização.
Antes disso, a disputa mais apertada
foi em 1989, quando Fernando Collor de Mello (então no PRN) venceu Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) por 4 milhões de votos. Na época, Collor teve 53,03% contra
46,97% de Lula.
Nas outras eleições presidenciais
decididas em duas etapas, a diferença entre o vencedor e o segundo colocado foi
maior. Em 2002, Lula teve 19,4 milhões de votos a mais do que José Serra
(PSDB). Quatro anos depois, Lula foi reeleito com uma margem ainda maior: 20,7
milhões de votos a mais do que Geraldo Alckmin (PSDB). Já na última eleição, a
diferença voltou a se estreitar, e Dilma bateu Serra por 12 milhões de votos.
Com a vitória, o Partido dos
Trabalhadores vai para o quarto mandato seguido e deverá completar 16 anos à
frente do governo federal.
Com Dilma, o vice-presidente
Michel Temer
(PMDB) também foi reeleito. Os dois tomarão posse do novo
mandato em 1º de janeiro de 2015.
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Com o final desta eleição me veio à cabeça a única solução para este país: dividi-lo em duas partes. A de cima, que se contenta com as bolsas-migalhas e não dá a mínima para corrupção, e a nossa, a de baixo, que quer muito mais que isso. Queremos educação (para não ficarmos, com o passar do tempo, iguais à de cima); queremos um sistema de saúde decente, que atenda a todos com eficiência; queremos segurança para podermos sair às ruas sem medo de não voltar para casa, queremos mudanças urgentes na Constituição, com criação de penas muito mais rígidas, e que punam os delinquentes e não à população de bem; queremos aposentados recebendo as correções justas em suas aposentadorias; queremos menos impostos, ou, no mínimo, que essa altíssima carga tributária tenha um retorno na mesma proporção em serviços e benefícios ao povo; queremos que o governo escolha as pessoas certas para acabar com a corrupção, não precisando de demitir a toda hora seus parceiros por estarem envolvidos neste mar de lama que virou o governo. Assim, a presidente eleita teria um governo tranquilo, fácil de levar adiante, com poucas e fáceis coisas a fazer, na parte de cima, que a elegeu, e o candidato derrotado (infelizmente) com sua capacidade governaria a parte de baixo onde foi o grande vencedor. Mas isso é apenas um sonho, vou ter que continuar vivendo o pesadelo por mais quatro anos. Torço para que a candidata eleita olhe para trás e veja o que fez (ou o que não fez) e consiga fazer uma autocritica, melhorando com isso, seu governo.