Grupo, que percorreu cinco quilômetros, pedia a desmilitarização da polícia
Ernesto Batista – Especial para O Estado
SÃO LUÍS – Aos gritos de “SOS Maranhão, não é boato não, é realidade”, cerca de 500 estudantes e militantes de esquerda fizeram uma manifestação nesta sexta-feira, 10, no centro de São Luís para protestar contra a falta de segurança no Maranhão e o que eles chamaram de “falência dos serviços públicos” no Estado.
Os manifestantes pediam a desmilitarização da polícia e focaram na onda de ataques que ocorreu na última sexta-feira, 3, na capital, que deixou um saldo de cinco ônibus queimados, duas delegacias atacadas, uma criança morta e outras quatro pessoas feridas.
O grupo se reuniu em frente à Biblioteca Benedito Leite, na praça Deodoro, tradicional ponto de encontro de manifestações estudantis da capital maranhense, por volta das 17h e percorreu um trajeto de quase cinco quilômetros.
Um dos manifestantes era o estudante Diego Viana, 23 anos, apontado como uma das lideranças da passeata, que foi organizada pelo movimento “Acorda Maranhão”, via redes sociais, e que, em junho de 2013, havia levado cerca de 15 mil pessoas para as ruas da capital. “O movimento é pacífico e não tem uma liderança. O que queremos é melhores condições de vida que o governo estadual não está conseguindo nos garantir hoje”, disse.
A passeata foi acompanhada por agentes municipais de trânsito e passou pelas ruas Rio Branco e Jensen Müller e pela Avenidas José Sarney e Beira mar até chegar aos fundos do Palácio dos Leões, onde foi barrada por um esquema de segurança montado pela Polícia Militar, com homens do Esquadrão de Polícia Montada e do Batalhão de Polícia de Choque.
Reflexos
Contido pelo engarrafamento gerado pela manifestação, o motorista de ônibus Nonato Vieira, 40 anos, disse que o horário era inconveniente. “Sei que a segurança pública tem que ter providências, mas neste horário tem muito trabalhador cansado, querendo voltar pra casa e esta passeata impede”, comentou.
Já o estudante de geografia Ulisses Vasconcelos dos Santos, 21 anos, comentou que foi participar do protesto porque já foi vitima de assaltos e não concorda com a política adotada pelo governo estadual. “É muita falta de respeito e ainda tentam me convencer que foram gastos R$ 131 milhões no sistema penitenciário. Queria saber onde foi parar este dinheiro de fato”, questionou Santos.
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