Os deputados Otelino Neto
(PPS) e Cleide Coutinho (PSB) voltaram a denunciar, na sessão desta terça-feira
(15), a falta de interesse da governadora Roseana Sarney (PMDB) em fazer com que
as escolas de segundo grau comecem a funcionar no interior o Estado. Os dois
parlamentares advertem que, até agora, a grande maioria dos estudantes da zona
rural estão fora da sala de aula por falta de professores.
“A gente não pode assistir de
braços cruzados, achando que é assim mesmo. São filhos de pessoas humildes que
moram na zona rural e que não têm direito ao mínimo que eles merecem que é a
educação. A governadora sempre dizia que governar bem é cuidar do povo, mas não
está cuidando nem dos estudantes, imagine do povo, condenou Cleide Coutinho.
O deputado Otelino Neto, que
semana passada denunciou o descaso do governo com a educação pública,
apresentando como exemplo os municípios de Alto Alegre do Pindaré e Presidente
Sarney, onde não existe professores para dar aula aos alunos, classificou de
estelionato eleitoral, pois uma das principais bandeiras da campanha da então
candidata Roseana era a melhoria da Educação no Estado.
A deputada Cleide informou ao
plenário que, na semana passada, estudantes e pais de alunos lhe procuraram
para reclamar e pedir solução para o ensino estadual no Maranhão.
“Eu estive agora em um
povoado importante de Caxias, chamado Cabeceira dos Cavalos, que tinha o ensino
médio, inclusive com muita honra para nós, pois de lá saíram onze estudantes
que passaram na
Universidade Estadual do Maranhão, em uma prova que exigiu além
do ensino que eles recebiam, portanto, o valor desses jovens é muito importante.
No entanto, eu estive lá domingo, no Dia das Mães, e até hoje não tem aula. Não
tem aula lá, não tem aula no povoado Rodagem, Buriti Corrente, Chapada.
Funciona precariamente em Nazaré do Bruno, Estiva, Alecrim”, denunciou.
Otelino destacou a manifestação dos estudantes em Pinheiro, inconformados pelo fato de as aulas não terem
sido iniciadas ainda. “E pior, no momento em que eles estavam fazendo a
manifestação legítima protestando contra o fato das aulas não terem sido
iniciadas, houve uma repressão excessiva por parte do policiamento local”,
criticou.
Segundo Otelino, outros municípios enfrentam o mesmo problema, como
é o caso de Paulino Neves. Na única escola que existe no município também as
aulas não se iniciaram por falta de professores, e com uma situação ainda mais
grave, a escola está perto de cair e, apesar de há mais de dois anos ter um
recurso do FNDE, cerca de R$ 800 mil, para construir uma nova escola estadual.
A Prefeitura Municipal já deu a sua contrapartida cedendo o terreno onde será
construída a escola, mas por pura falta de interesse do governo do Estado, ainda
não foi construída.
“Esse caso de Paulino Neves é mais um caso que só evidencia este
problema grave eminentemente por falta de gestão na área da Educação no Estado
do Maranhão. E não adianta, repito, senhores deputados, não adianta colocar a
culpa no Ministério Público, porque o MPE fez apenas uma recomendação em função da forma
como estavam contratando os professores.
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