Em inflamados pronunciamentos, nesta manhã de terça-feira (24), na tribuna, os deputados Marcelo Tavares (PSB), Bira do Pindaré (PSB) e Otehlino Neto (PCdoB) classificaram de imoral a
aprovação, pela Assembleia Legislativa, do projeto de lei da governadora
Roseana Sarney (PMDB) que institui o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento
dos Municípios do Maranhão – FUNDEMA.
Os parlamentares da oposição
explicaram que não são contra um projeto de apoio aos municípios, porém, denunciaram
a imoralidade presente na proposição aprovada pela bancada do governo que é
usar os recursos provenientes de repasses de instituições financeiras nacionais
ou internacionais, ou seja, vão pegar o dinheiro emprestado pelo BNDES, que o
governo do Maranhão vai pagar nas próximas décadas, com juros exorbitantes,
para financiar estrada vicinal, ou seja, segundo o deputado, trata-se de “fundo
eleição”.
“É unicamente para tentar
comprar a eleição que se aproxima, ninguém pensa no Estado do Maranhão, se o
governo do Estado quer apoiar convênios eleitoreiros com os municípios deveria
fazer com recursos do tesouro estadual, mas botaram recurso do Governo Federal,
do BNDES, num ato irresponsável porque obras como essa, financiadas com o
dinheiro do BNDES, deveriam ser obras estruturantes, obras, por exemplo, como
saneamento inteiro da Ilha de São Luís, obras como transporte de massa aqui em
São Luís, com veículo leve sobre trilhos, tão falado, obras de fato
estruturantes que pudessem trazer retorno social e econômico para o povo do
Maranhão com rapidez. Mas aqui querem gastar R$ 1 bilhão, para macular uma
eleição”, denuncia Tavares.
Na avaliação do parlamentar,
no entanto, o grupo da governadora deu um tiro no pé, porque os recursos são do
Governo Federal serão fiscalizados pelo Ministério Público Federal, Tribunal
de Contas da União, Polícia Federal, Justiça Federal, Justiça Eleitoral. Ele
alertou que, aqueles que tiverem oportunidade de manusear esses recursos o
façam com responsabilidade, porque senão vão ter problemas graves com a
Justiça.
“Eu quero deixar aqui o meu
protesto contra a irresponsabilidade desta Casa na sua maioria e principalmente
da governadora do estado em pegar recursos de um empréstimo federal, tirado
para fazer hospitais regionais, estradas importantes e que agora vão tirar os
recursos dessas obras para botar em estrada vicinal para tentar mudar o
resultado da eleição. Isso é fato, mas só quero dizer que façam, mas cuidado
com as consequências. Infelizmente o Maranhão é atrasado por situações como
esta: obras importantes que poderiam estar sendo feitas com recursos do Tesouro
Nacional, com recursos do Banco de Desenvolvimento Nacional vão pagar os
convênios velhos, convênios de dezembro e janeiro deste ano, convênios que o
Estado fez sem ter condições de pagar.
Segundo o deputado Bira do
Pindaré (PSB), até o nome FUNDEMA é de baixo calão. Ele esclareceu que o
projeto foi aprovado sem qualquer discussão e até a tramitação ocorreu em
caráter de urgência, sendo tudo feito no plenário.
“Nós estamos as vésperas de
uma eleição e o que está em curso aqui é uma estratégia grosseira, imoral, de
se tentar comprar a eleição porque sabem que no voto não ganham, sabem que se
depender da opinião do povo não ganham, e aí montam uma estratégia, se cria um
método, se inova um método para se tentar comprar a eleição. É isso que
acontece. Tem gente soltando foguete e dizendo: agora está resolvido, agora tem
dinheiro, agora nós vamos comprar a eleição, agora não dá mais para ninguém,
nós vamos ganhar. Essa é a conversa, essa é a conversa e quando dizem assim:
quem vai ganhar é a máquina, leia- se: quem vai ganhar é o dinheiro. Estão
querendo dizer que o dinheiro vai comprar”, denunciou Bira.
Para o deputado Othelino
Neto (PCdoB) está claro que o FUNDEMA é uma tentativa desesperada de tentar
reverter o quadro altamente desfavorável. “Eu fico vendo deputados de governo
falar em desespero da oposição. Eu queria que dessem uma razão, que
apontassem uma pesquisa que tenha demonstrado queda do pré-candidato Flávio
Dino. Trocaram de candidato e vem falar de desespero da oposição. Não consegue
sequer, a menos de uma semana do fim do prazo das convenções, escolher um vice.
E nós que estamos desesperados? Não, quem está desesperado é um grupo que, há
50 anos, manda no Estado e que percebe o império ruir”, observou.
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