Fruto da fornada de novos parlamentares emergida das urnas em 2010, o deputado André Fufuca (PSDB), o mais jovem do país, acredita que haverá uma grande renovação da classe política maranhense a partir das próximas eleições. Para o parlamentar, o pleito de 2012 já apresentará mudanças significativas nas Câmara Municipais e prefeituras.
Filho do ex-prefeito de Alto Alegre do Pindaré e ex-deputado estadual, Fufuca Dantas, impedido de disputar a reeleição pela Lei da Ficha Limpa, “Fufuquinha”, como é chamado carinhosamente pelos correligionários, chegou ao parlamento aos 21 anos acreditando que a juventude será o combustível para alavancar o desenvolvimento do Estado.
“A população externou seu sentimento de mudança elegendo quatorze jovens deputados e nós temos que mostrar a que viemos, senão seremos substituídos na próxima eleição”, adverte. Nesta entrevista concedida com exclusividade ao jornalista Jorge Vieira, Fufuquinha fala dos seus plano, da confiança na juventude e do poder da população para promover a renovação política que o Estado tanto precisa.
P – A eleição de quatorze jovens parlamentares para compor o plenário da Assembleia Legislativa pode ser entendido como aviso de que a população quer mudança e que a juventude quer renovar a classe política do Estado?
Fufuquinha – Eu recomendo à juventude maranhense que permaneça com o mesmo ideal e a mesma esperança. Nossa juventude está amadurecida e o que a gente puder fazer para manter essa chama acessa nós faremos. A juventude hoje é diferente de 20 anos atrás, está amadurecida e possui um pensamento totalmente diferente.
Os deputados da atual legislatura que não mostrarem trabalho ou a que veio a estes jovens serão abolidos como já foram alguns agora em 2010, então nós vamos incentivar eles a ingressarem na política. Ano que vem tem eleição e eu acredito que a renovação será ainda maior em todas as instâncias da política, por isso quero parabenizar a atitude da população, porque foi ela que nos colocou aqui por acreditar que esse é um processo que segue em frente.
P – O Maranhão pode se desenvolver com essa nova geração de políticos e romper com o atraso nos imposto pelas oligarquias?
Fufuquinha – Essa geração que está começando agora na política, na verdade é uma geração que tem compromisso, acima de tudo, com a classe popular; acredito que vamos fazer aquilo que for melhor para a população. Não seremos submissos, a maturidade da juventude é tamanha que todas as matérias que beneficiam a classe popular nós votamos juntos, pois essa juventude que está aqui veio para trazer respostas e não perguntas ao parlamento.
P- Você é deputado por acaso ou por vocação?
Fufuquinha – Eu acredito que pelos os dois. Vocação porque eu sempre gostei e tive afinidade com ela. Eu me planejei para ser político daqui há dois anos, quando vou concluir o curso de Medicina, mas como a gente planeja e o destino prega peça no planejamento, fui obrigado a sair candidato de surpresa. Minha campanha durou apenas dois meses.
P – O parlamento tem lhe proporcionado alguma surpresa?
Fufuquinha – O parlamento é sempre uma surpresa, uma novidade. Fazemos agora a junção da Casa: de um lado os mais velhos e do outro os mais novos. Para mim que já tenho certa experiência, não diretamente, mais indiretamente com nosso pai e familiares, é um prato cheio para novas aventuras, então agente espera mostrar a que veio, apresentando trabalho, projetos de lei e indicações ao governo para beneficiar a população, espero fazer um grande trabalho aqui na Casa.
P – O que foi possível fazer até agora?
Fufuquinha – Como sou presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional, venho abraçando a questão dos novos municípios e seus limites atuais, inclusive já estivemos em Brasília conversando com o presidente do Senado José Sarney e vamos pressionar o Congresso Nacional para que essa prerrogativa de criar novos municípios volte a ser das Assembleias. Mas independente dos trabalhos na Comissão, nós já apresentamos três projetos de lei este ano e após o feriadão da Páscoa vamos apresentar mais uns quatro ou cinco projetos para a deliberação da Casa.
P – A eleição de um jovem de 21 anos é mais um estímulo à renovação do quadro político do Maranhão?
Fufuquinha – Representa um novo anseio da população. Se a gente for ver, os políticos da sua época de juventude, sei que você tem 53 anos, são os mesmo de hoje, então a população resolveu renovar e agente ver que este sentimento da população se refletiu nesta eleição e vai refletir futuramente. Daqui a menos de dois anos as Câmaras Municipais vão se renovar, as prefeituras vão se renovar, porque existe esse sentimento de renovação.
P – Para muitos analistas políticos, a falta de compromisso de um grupo de jovens deputados com os métodos tradicionais de fazer política no Maranhão, proporcionou um momento raro no parlamento estadual: a derrota de um candidato do Palácio dos Leões à presidência da Assembleia Legislativa. Como se deu o processo que culminou com a queda do candidato Ricardo Murad?
Fufuquinha – Quando ganhamos a eleição, a vitória foi fruto do sentimento popular de mudança e esse sentimento se manifestou agora. Os quatorze jovens deputados que se elegeram não tinham a mesma mentalidade daqueles que já estavam aqui. Não desmerecemos eles porque possuem experiência e nos ensinam todos os dias, mas votamos contra Ricardo por uma questão de divergência. Nós fomos por um caminho diferente dos outros poderes que queriam elegê-lo, firmamos um compromisso com 25 deputados e elegemos um candidato que não era da oposição e sim do partido da governadora. Achamos que Arnaldo Melo traria harmonia para a Casa e por isso preferimos votar nele.
Eu acredito que daqui há uns dez anos alguém vai ter que escrever um livro sobre este momento, uma história a ser contada para os filhos e para os netos, pois foi uma coisa inédita no parlamento, que somente foi possível devido a essa renovação. Se 50 por cento da Casa não fosse renovada não teríamos condições de fazer o que fizemos.
P – E a reação do Palácio dos Leões? Houve represália?
Fufuquinha – Não houve represália. Nos deram liberdade de escolher o que era melhor para a nossa Casa e nós soubemos escolher.
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