O deputado Rodrigo Lago (PCdoB), em contundente discurso no grande expediente da sessão da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (19), cobrou coerência do governador Carlos Brandão (PSB), eleito por uma aliança de centro-esquerda e que tem no presidente Lula um amigo do povo do Maranhão esteja favorecendo porta vozes do bolsonarismo, apoiadores da tentativa de golpe que culminaram com o fatídico 8 janeiro e que pretendia derrubar o governo petista. O parlamentar citou nominalmente a prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge e a deputada estadual Mical Damasceno, duas das principais lideranças da extrema direta.
O parlamentar citou, por exemplo, que a deputada Mical fez uma aliança também com o prefeito de Viana e pediu exatamente a Assistência Social, que é por onde tramita o programa Bolsa Família. “É por meio da Assistência Social Municipal, que é a primeira porta para o acesso ao Bolsa Família, o mesmo programa que o presidente dela, o (ex) presidente Jair Bolsonaro, quis acabar, praticamente inviabilizou o programa. Será que é correto isso?”.
Rodrigo Lado disse não cobrar coerência da prefeita Maura Jorge, muito menos da deputada Mical Damasceno com os seus eleitores. “Não quero que elas expliquem, nas suas bases conservadoras, por que na base ela é conservadora e, quando chega a São Luís, chega à Assembleia, e elas resolvem apoiar um governo socialista, um governo amigo e aliado do presidente Lula. Para mim, isso pouco importa, porque eu não dialogo com o público dela, não votei na deputada, não votei na prefeita. Eu cobro, sim, coerência do Governo do Estado”.
Segundo o deputado do PCdoB, o governador Carlos Brandão foi eleito pela esquerda, foi eleito por este caminho, numa frente ampla mais para a esquerda, e é com esta esquerda que está governando, com a ajuda do presidente Lula, e seria muita deslealdade ao presidente Lula receber o bolsonarismo dentro do governo e estruturar, amparar e permitir que esse mesmo bolsonarismo amanhã destrua o presidente Lula.
“Eu perguntei à própria deputada Mical, que já não está mais aqui no plenário, mas pergunto se ela votaria no vice-governador Felipe Camarão na eleição de 26, e ela disse que jamais. E é o óbvio que a deputada Mical Damasceno não votou no governador Carlos Brandão e não votou por um motivo porque a chapa do governador Carlos Brandão era a mesma chapa do PT, era a mesma chapa do presidente Lula, portanto, ela não votou no governador Carlos Brandão e não votará novamente em 2026, mas recebe o amparo, a estruturação do Governo do Estado para fazer a política do bolsonarismo no Maranhão, a mesma política que levará a um enfrentamento do presidente Lula em 2026”.
Para concluir, Rodrigo Lago disse que aprendeu na vida que algo tem que ser recíproco. “Do mesmo jeito que não brigam dois quando um não quer, não são dois amigos também quando um não quer. A gente pode guardar as pessoas no recíproco movimento realmente verdadeiro de ambas as partes e é isso que eu estou aqui advertindo o governo, ou seja, que o caminho que está sendo escolhido é um caminho errado e que precisa de um freio de arrumação para corrigir esses rumos”.
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