Após o sucesso do carnaval do Maranhão, quando prefeitura e governo do estado não mediram esforços para fazer da festa momesca em São Luís uma das melhores do país, ao ponto de ganhar destaque nacional pela grandeza do público que lotou os espaços reservado para apresentações das brincadeiras tradicionais e trios elétricos, as atenções se voltam agora para as articulações visando as eleições de 2026, com um olhar especial para as movimentações do Palácio dos Leões e a crise na aliança que pode mudar os rumos da sucessão de Carlos Brandão (PSB).
Pelo que ficou acordado em 2022, ano que o Brandão se elegeu no primeiro turno liderando uma aliança envolvendo quatorze partidos das mais diversas colorações ideológicas, o chefe do Executivo estadual se desincompatibilizaria do cargo para disputar uma cadeira no Senado e entregaria o comando estado para que o vice Felipe Camarão (PT) assumisse e disputasse a eleição no cargo, mas problemas internos na aliança acabaram provocando incerteza sobre o futuro do grupo.
Camarão, candidato natural que conta com o apoio dos partidos que integram a federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), muito ligado ao ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, e que conta com a simpatia do presidente Lula (PT), já não teria todas as garantias de apoio do Palácio dos Leões e vê surgir a sobra de Orleans Brandão, sobrinho do governador e que se movimenta junto aos prefeitos na tentativa de virar uma alternativa para o governo do estado, caso de fracasse as articulações que visam a manutenção da unidade do grupo.
A incerteza quanto à manutenção da aliança que chegou ao poder em 2014 derrotando o grupo Sarney e que se mantém no comando do estado até hoje, mas sem a mesma sintonia e com seus dois principais líderes distanciados (já nem se cumprimentam mais), tem servido para animar outras opções, a exemplo do prefeito de São Pedro dos Crentes Lahésio Bonfim, do ex-senador Roberto Rocha, que já lançaram suas pré-candidaturas, e até mesmo do prefeito de São Luís Eduardo Braide, que observa o cenário e mantém-se em silêncio sobre 2026.
Nos bastidores da política local existe o entendimento de que a aliança governista partiu com a quebra de confiança. Brandão e Dino se afastaram, já não comungam dos mesmos objetivos. A gestão do governador está sendo questionada na justiça pelo loteamento das instituições públicas com parentes e existe no STF um pedido de investigação protocolado por uma advogada de Minas Gerais sobre suposto enriquecimento ilícito do governador e tentativa de colocar o advogado da família, Flávio Araújo, no Tribunal de Contas do Estado, após ter seu nome rejeitado para vaga do quinto constitucional a OAB-MA para desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão.
É público e notório que o governador se sente incomodado com a presença do PCdoB, um dos principais partidos da aliança no governo, mas não quer assumir o ônus de afasta-lo das secretarias que ocupa e arcar com as consequências, preferindo esvaziá-las para forçar pedidos de exonerações, no entanto, os comunistas não morderam a isca e permanecem em seus postos, mesmo sendo ignorados pelo Palácio dos Leões. Existe uma determinação de não entregar os cargos uma vez que Brandão se reelegeu com a ajuda deles.
É neste clima de incertezas e muita especulação que o pós folia promete esquentar os bastidores da política até o final de 2025, ano preparatório para as eleições de 2026. Por enquanto especulações de bastidores indicam que o governador desistiu de disputar o Senado, permanecerá até o último dia do mandato para tentar elegeu seu sucessor.
Como em política o que vale é o jogo da conveniência, o quadro pode mudar, mas por enquanto o clima é tenso, de desconfiança mútua e sem muita esperança de realinhamento.
0 Comentários