Estadão – A defesa do ex-ministro e senador
Edison Lobão (PMDB-MA) estuda entrar com processo contra o sócio da Diamond
Mountain Capital Group Marcos Henrique Marques Costa. Documentos anexados ao
pedido de abertura de inquérito encaminhado pela Justiça Federal ao Supremo
Tribunal Federal (STF) mostram que o empresário citava o nome do ex-ministro em
emails enviados a funcionários da empresa. Numa das mensagens, Costa afirmou
que teria uma reunião em Brasília e frisou que Lobão pediu para que ele fosse
sozinho. Em outras mensagens Costa menciona o ministro com os codinomes “Big
Wolf” e “Tio”.
O Estado revelou que um ex-dirigente da Diamond
contou em depoimento à PF que Costa e Luiz Meiches, outro sócio da Diamond, lhe
diziam abertamente que o ex-ministro tinha 50% de participação de um fundo nas
Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal, gerido pela Diamond. A holding esta
registrada em Cayman no PO Box 1234, na 53RD E Street, Urbanizacion Marbella
MMG Tower, 16TH Floor- Grand Cayman, KY.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o
Kakay, afirmou ao Estado que irá encaminhar ao STF na próxima
semana a defesa escrita do senador na qual irá sustentar que ele não tem
qualquer participação na Diamond e que seu nome foi usado indevidamente e sem
seu conhecimento. O ministro Luís Roberto Barroso deu prazo de 20 dias a partir
da última segunda para que o ex-ministro se manifeste antes de decidir sobre
eventual abertura de inquérito. Os ex-sócios já são investigados em outro
inquérito na Justiça Federal de São Paulo.
Kakay
afirmou que o senador já foi questionado sobre a Diamond no depoimento que
prestou na semana passada à Polícia Federal sobre suposto envolvimento com o
esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato. “O depoimento dele foi
15% Lava Jato e o restante sobre a Diamond. Se fosse só sobre o inquérito da
Lava Jato teria durado uns 15 minutos porque não tem o que perguntar. A
denúncia é fraca. Acho que é errado perguntarem de outras coisas, mas não me
opus. Quiseram saber quem são essas pessoas da Diamond, quantas audiências
tiveram com ele no ministério.”
Na Lava Jato, Lobão é investigado porque teria
pedido dinheiro para o doleiro Alberto Youssef para a campanha de Roseana
Sarney ao governo do Maranhão. “O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa
disse isso na delação premiada, mas o Youssef negou”, disse Kakay.
Na última semana, o ex-senador Lobão Filho
disse ao “Estado” que foi ele quem apresentou ao pai os sócios da Diamond a
pedido do advogado Marcio Coutinho, do Maranhão. Coutinho foi apresentado a
ex-funcionários da Diamond como o representante do ex-ministro na empresa. A
banca dele chegou a ter uma filial do escritório no Maranhão em São Paulo no
mesmo prédio da Diamond. A assessoria da Diamond tem afirmado que o senador não
tem participação na empresa e nega qualquer relação dos sócios com Lobão e seu
filho.
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