A nova pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo, confirma que a polarização política entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) continua fortemente presente na percepção dos eleitores brasileiros. Ao comparar os dois governos em oito áreas, o levantamento mostra que Lula é avaliado como pior em temas sensíveis como inflação e segurança pública, enquanto se sai melhor na geração de empregos, moradia e educação. Outros temas, como saúde, meio ambiente e combate à pobreza, registram empates técnicos, revelando um país ainda dividido.
Segundo a pesquisa, 50% dos eleitores acreditam que Lula é pior que Bolsonaro no controle da inflação, enquanto apenas 29% o consideram melhor e 17% veem desempenho equivalente. A diferença é expressiva especialmente no quesito preços dos alimentos, um dos principais fatores de insatisfação popular. O dado acompanha avaliações do mercado financeiro, que critica políticas do governo petista consideradas frouxas no aspecto fiscal, o que, segundo analistas, pressiona a inflação e afeta a dívida pública.
Lula registra melhor avaliação em geração de empregos, com 43% dos entrevistados dizendo que ele é melhor que Bolsonaro, contra 36% que consideram o contrário. No tema moradia e habitação, também apresenta vantagem, embora menos expressiva. Em educação, o petista tem 42% de aprovação contra 38% do antecessor, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.
Os empates em temas como saúde, combate à pobreza e meio ambiente surpreendem, especialmente porque foram áreas de forte crítica ao governo Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2022. Na saúde, 40% veem Lula como pior, 38% como melhor, e 20% apontam desempenho semelhante. No combate à pobreza, 41% preferem Lula, contra 40% que escolhem Bolsonaro. Já no meio ambiente, 38% consideram Lula superior, enquanto 37% o veem como inferior e **20% indicam empate.
O resultado da pesquisa antecipa os contornos da disputa eleitoral de 2026. Lula é o candidato natural da esquerda, salvo algum imprevisto, enquanto Bolsonaro, apesar de inelegível até 2030, segue sendo a principal referência da direita, que dificilmente apresentará um nome viável sem seu endosso. O desafio de Lula, portanto, será mostrar resultados mais concretos nas áreas em que a percepção popular ainda o desfavorece, enfrentando um eleitorado que continua dividido quase meio a meio.
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