O governador Carlos Brandão (PSB) entrou num beco sem saída e já há quem defenda entre seus aliados que ele deve ceder e aceitar o vice Felipe Camarão (PT) como seu sucessor natural, conforme era esperado desde a montagem da chapa em 2022 que teve como principal cabo eleitoral o ex-governador, senador eleito e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.
O grupão formado em 2014, que elegeu Dino tendo como vice Carlos Brandão, derreteu, os discursos não se afinam. Recentemente o ex-presidente José Sarney, amigo pessoal de Lula, teria convencido o presidente a conversar com Dino sobre o problema político do Maranhão, ou seja, a possibilidade de reunificação das forças para a próxima eleição, mas Lula teria ouvido do ministro do STF que o problemas do Maranhão se resolve no Maranhão.
Felipe Camarão (PT) está linha sucessória, mas teria desagradado Brandão por ter cometido o pecado capital: ofuscar a imagem do chefe. Ao contrário de Camarão, que se movimenta como pré-candidato, o governador foi um vice discreto, durante sete anos praticamente se manteve no anonimato, conquistou a confiança do chefe, que quebrou lança para torna-lo candidato do grupo que o colocou no poder.
A primeira crise na aliança ocorreu justamente por conta da candidatura de Brandão. Em 2022, o senador Weverton Rocha (PDT), pós perder a disputa interna para Brandão, com a intervenção direta do governador Flávio Dino a favor do seu vice, abriu dissidência, se afastou do grupo e lançou sua candidatura a governador numa aliança com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Ficou na terceira colocação e o atual chefe do Executivo se reelegeu no primeiro turno.
A crise agora, pelo visto, tem proporções maiores, qualquer possibilidade de acordo para manter o grupo passará pela aceitação de Camarão como candidato a governador sentado na cadeira. Cabe a Brandão aceitar ou não. Caso não aceite, é provável que Camarão seja candidato com o apoio do grupo dinista e Brandão assuma o risco de concluir o mandato sem imunidade parlamentar, apostando na eleição do sobrinho Orleans Brandão como escudo.
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