É fato que o governador Carlos Brandão (PSB) continua contando com a maioria do plenário da Assembleia Legislativa do Estado, porém sem a tranquilidade de outrora, quando andava de braços dados com o ex-governador Flávio Dino, hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), mas que continua tendo forte influência nos bastidores da política local.
Após o racha na base governista, exposta na eleição para Mesa Diretora da Assembleia quando todos esperavam uma recondução tranquila da presidente com algo em torno de 35 votos na disputa conta o deputado Othelino Neto (Solidariedade) e deu empate 21 X 21, o plenário da Casa voltou a ter vida, com governo e oposição se confrontando, uma prática comum em qualquer parlamento.
Semana passada, em entrevista à TV Mirante, após ser eleita pelo critério da maior idade, a presidente Iracema afirmou que, apesar da surpresa na sua recondução para o biênio 2025/2026, o que expôs o racha e evidenciou a vulnerabilidade da bancada governista, afirmou que o governo continuará tendo a maioria da Casa, porém sem arriscar o número de parlamentares dispostos a manter fidelidade ao governador.
O clima que já era tenso após o governador ser surpreendido com a “vitória amarga” de sua aliada, ficou ainda mais agitado com decisão do partido Solidariedade, do deputado Othelino, protocolar no Supremo Tribunal Federal ação questionando a legalidade da eleição de Iracema pelo critério de maior idade. Nesta manhã de quarta-feira (27), no entanto, o deputado federal e constitucionalista Rubens Junior (PT), integrante da base governista, afirmou que a ação não deve prosperar. A regra, segundo o regimento interno da Assembleia, assegura a legalidade vitória de Iracema.
O sinal de que o plenário da Assembleia voltou a vibrar, após longo período de marasmo, ficou claro nos duros discurso dos deputados Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB), nesta terça-feira (26), quando acusaram o governo de fazer propaganda enganosa sobre o reajuste do ICMS para viabilizar o programa Maranhão sem Fome, projeto do Poder Executivo que pretende retirar 500 mil pessoas da pobreza extrema até o final de 2026, ano que se encerra a atual gestão. Os dois parlamentares, agora declarados oposição ao governo, chegaram a acusar Brandão de mentir para a população e solicitar a retirada do que classificaram com “propaganda enganosa”.
E por conta da nova realidade, as sessões do parlamento estadual ficaram mais interessante, com governo e oposição debatendo sobre os mais diversos temas que estão na ordem do dia.
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