A Justiça Eleitoral já deferiu o registro de candidatura de quase todos os concorrentes ao Senado no Maranhão. A exceção é o senador e candidato à reeleição, Roberto Rocha (PTB).

A plataforma de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que a candidatura do petebista ainda não foi referendada pela Justiça.

Nos bastidores, o envolvimento do parlamentar em escândalos de corrupção é apontado como um dos principais óbices para a validação da candidatura de Rocha na Justiça.

Roberto Rocha é um dos políticos envolvidos em repasses do chamado orçamento secreto, esquema orquestrado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), para conquistar adesão no parlamento. O senador está entre os cinco parlamentares do país que mais destinaram verbas por meio do esquema.

O destino dos recursos é a Codevasf, estatal federal que funciona com uma espécie de “paraíso” para escoar recursos do orçamento secreto. Com mais de R$ 21 milhões em indicações, Rocha é considerado um dos homens fortes da Codevasf no Maranhão.

Alvo da PF – Em abril deste ano, a Folha de S. Paulo Rocha é um dos alvos de investigação da Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento de desvios de verbas. Em trocas de mensagens de WhatsApp, o nome de Roberto Rocha aparece em tabela de supostos pagamentos a municípios maranhenses. “A PF suspeita se tratar de um acerto de contas”, denunciou o jornal.

Campanha enfraquecida – A articulação em busca de apoio via orçamento secreto não deu o resultado esperado e a campanha à reeleição de Roberto Rocha derrete há menos de um mês do pleito.

Na última sexta-feira (2), enquanto o ex-presidente Lula (PT) reunia milhares de pessoas em São Luís na defesa da chapa do ex-governador e candidato ao Senado, Flávio Dino (PSB), Rocha publicava postagem em que tentava atrelar um assassinato ao ex-governador. Mas a denúncia esvaziada não colou e a publicação obteve, até o momento, apenas 25 curtidas e nenhuma repercussão na imprensa. Em sua campanha à reeleição, Roberto Rocha é visto em jatinhos de luxo e afastado da população em caminhadas.

Milionário – Caso saia derrotado da disputa no próximo dia 2 de outubro, Roberto Rocha vai ter que abdicar da boquinha de senador que ele conquistou em 2014, na garupa da campanha vitoriosa de Flávio Dino, hoje seu principal desafeto político.

Entretanto, nascido em berço de ouro, Rocha não deve perder sua pomposa fortuna mesmo derrotado nas urnas. À Justiça Eleitoral Rocha declarou possuir mais de R$ 2 bilhões em bens. No patrimônio do senador bolsonarista constam 214 cabeças de gados, casa, e dois apartamentos, um deles avaliado em mais de R$ 1,3 milhão.