O deputado federal Aluisio Mendes (Republicanos), em discurso na tribuna da Câmara, saiu em defesa da reeleição da deputada Iracema Vale (PSB) para a presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão. Ele parabenizou a peesedebista por ter assumido o seu segundo mandato à frente da Casa, após vitória pelo critério de mais idade.
Aluisio Mendes relatou que a constitucionalidade do critério, previsto há mais de 20 anos no Regimento Interno da Alema, virou alvo de contestação na justiça em ação movida pelo partido Solidariedade. E também afirmou ter em mãos os pareceres a favor da eleição de Iracema Vale, emitidos pela Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria Geral da República (PGR) que atestam a legalidade do pleito.
“Temos certeza que a ministra Càrmen Lúcia, relatora do processo, muito em breve, irá consolidar e confirmar essas duas decisões, da AGU e do Ministério Público Federal”, disse.
Por fim, o parlamentar destacou qualidades de Iracema Vale que a ajudaram a chegar ao comando do Legislativo maranhense. “Uma mulher firme, determinada e que tem qualidades muito difíceis na política hoje, que são integridade, caráter, capacidade de trabalho e lealdade”, destacou.
*Por Paulo Matos
O Maranhão, com sua rica tapeçaria cultural, é resultado da confluência de diversos povos que, ao longo dos séculos, aqui chegaram e deixaram suas marcas indeléveis. Entre esses povos, destaca-se a presença dos açorianos, que desembarcaram em terras maranhenses no século XVII, trazendo consigo tradições, saberes e costumes que contribuíram significativamente para a formação da identidade do nosso estado.
A chegada dos açorianos ao Maranhão não foi um evento isolado, mas parte de um processo mais amplo de povoamento promovido pelo Império Português. Vindos de ilhas marcadas pela resiliência frente aos desafios do Atlântico, os açorianos encontraram no Maranhão um território fértil para reconstruir suas vidas, interagindo com as populações indígenas locais, com africanos trazidos pelo tráfico transatlântico e com outros grupos europeus. Dessa mistura surgiu um povo caracterizado pela diversidade, pela hospitalidade e pela alegria — traços que definem o Maranhão até hoje.
O legado açoriano é visível em diversos aspectos da nossa cultura. Na arquitetura, observa-se a influência no traçado rural e em elementos característicos de algumas construções históricas. Na culinária, sabores e técnicas trazidas do arquipélago se misturaram aos ingredientes locais, criando pratos que hoje fazem parte da nossa identidade gastronômica. Na religiosidade, tradições e festas populares carregam símbolos e rituais que remontam às ilhas dos Açores, com destaque para o Divino Espírito Santo.
Um dos nomes mais emblemáticos desse legado é o do açoriano Simão Estácio da Silveira, figura central na história política de São Luís. Com notável espírito de liderança , ele foi o primeiro presidente da Câmara do Senado da cidade, sendo responsável por estabelecer as bases da municipalidade. Seu papel foi fundamental na organização das instituições que deram início à gestão pública local.
Reconhecer e valorizar essa contribuição é, portanto, um ato de justiça histórica e de preservação da nossa memória coletiva. Nesse sentido, a criação da Praça dos Açores, no coração do centro histórico de São Luís, representa mais do que uma homenagem; é um símbolo de pertencimento e de gratidão.
Esse importante marco só se tornou possível graças à sensibilidade do governador Carlos Brandão, que compreendeu a profundidade dessa relação histórica e determinou a construção da praça, reafirmando o compromisso com a valorização da nossa identidade multicultural.
Destacamos também o papel fundamental do ex-vereador Chico Carvalho, autor da proposta que denominou o logradouro como Praça dos Açores na Câmara Municipal de São Luís. Sua iniciativa foi o primeiro passo oficial para o reconhecimento dessa herança no espaço urbano da cidade.
O projeto da praça ganhou forma graças à visão do presidente da Agência Executiva Metropolitana (AGEM), Leônidas Araújo , que idealizou o espaço em parceria com historiadores e com a incansável atuação da Casa dos Açores do Maranhão(CAMAR), instituição que sempre lutou pela concretização desse sonho. A colaboração entre essas instituições e lideranças foi essencial para transformar a homenagem em um espaço real de convivência e memória.
A Praça dos Açores será, portanto, um ponto de encontro para maranhenses e visitantes, um local de celebração da diversidade e de contemplação da beleza da nossa cidade, considerada um dos cartões-postais mais bonitos do Brasil.
Celebrar a herança açoriana é, ao mesmo tempo, reconhecer que o Maranhão é resultado de múltiplos encontros culturais. Somos fruto da interação de povos, línguas, crenças e tradições que, juntos, construíram um estado singular, onde o passado e o presente se entrelaçam, criando uma identidade forte, vibrante e acolhedora.
Que a Praça dos Açores nos inspire a valorizar ainda mais nossa história, a respeitar nossa diversidade e a fortalecer os laços que nos unem enquanto maranhenses.
Paulo Matos
Historiador
Um tema apontado como prioritário pelos senadores de oposição para o ano de 2025 é a votação do projeto que concede anistia aos presos pelos ataques antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 (PL 1.068/2024). Do senador Marcio Bittar (União-AC), a matéria está em análise na Comissão de Defesa da Democracia (CDD), sob relatoria do senador Humberto Costa (PT-PE).
A anistia prevista no projeto de Bittar é ampla: alcança “todos os envolvidos nos atos, manifestações e protestos ocorridos em Brasília”, na data de 8 de janeiro de 2023, e abrange “todos os crimes e contravenções penais”. A matéria também restaura os direitos políticos e o mandato eletivo perdido, se for o caso. De acordo com o autor, o objetivo do projeto é “resguardar esses direitos e dar um fim à perseguição que vem sendo perpetrada contra inúmeros cidadãos brasileiros, sejam políticos ou não, por conta de suas opiniões e posicionamentos ideológicos”.
Em seu discurso como candidato à Presidência do Senado no sábado (1º), o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) colocou a anistia entre as prioridades para este ano. O senador Izalci Lucas (PL-DF) também já se manifestou favorável à votação do projeto.
— Eu acho que haverá um diálogo e eu vejo grandes chances de a gente aprovar essa anistia. Obviamente, aquele que quebrou tem que pagar pelo que fez, mas não [de forma] desproporcional como foi feito — defendeu Izalci.
Em novembro de 2024, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) discursou em Plenário a favor da anistia. Em entrevista à Agência Senado, nesta terça-feira (4), Damares disse acreditar que o assunto está mais avançado na Câmara dos Deputados. Assim, completou a senadora, se a matéria for aprovada na Câmara caberia ao Senado atuar como Casa revisora, com o projeto tramitando de forma regular pelas comissões pertinentes.
— Mas eu não consigo ver, nesses próximos dois anos, esse tema sendo deliberado pelas duas casas. Acho que é um tema que vai para uma outra legislatura — ponderou a senadora.
A anistia não é consenso entre os senadores. Para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o tema não é a prioridade do Parlamento nem do Brasil. Davi disse que o Congresso Nacional precisa se dedicar a uma agenda que possa promover a pacificação do Brasil — o que não seria o caso dessa proposta. Segundo o presidente, os senadores precisam se dedicar a assuntos que levam à concórdia e não à discórdia.
— A agenda do brasileiro não é essa. É a gente trabalhar todos os dias, incansavelmente, para diminuir a pobreza no país — declarou Davi, em recente entrevista.
O senador Omar Aziz (PSD-AM) já registrou em sua conta no X (antigo Twitter) que não deve haver anistia “seja para quem for, seja militar, senador ou deputado”. Humberto Costa afirmou esse não é um tema prioritário. Segundo o senador, a pauta da anistia está longe do radar dos novos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, conforme manifestações deles próprios ainda durante o processo de candidatura em conversas com as bancadas.
— Não vejo na opinião pública apoio para essa proposição, não vejo entre senadores e entre deputados também o desejo de abordar esse tema quando há tantas questões mais importantes para o Brasil discutir. Há também o fato de que os processos foram sequer concluídos. Como pedir a anistia para alguém que não foi definitivamente julgado? — questionou Humberto.
O projeto de Bittar não é o único a tratar do tema. Ele mesmo é o primeiro signatário de uma proposta de emenda à Constituição que trata da anistia. A PEC 70/2023 aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Um projeto (PL 5.064/2023) do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) está na CDD. Outros dois projetos na CDD também tratam do mesmo assunto (PL 2.987/2024 e PL 2.706/2024). A tendência é que as propostas tramitem de forma conjunta na comissão.
Já o PL 3.316/2023 concede anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Do senador Ciro Nogueira (PP-PI), a matéria foi apresentada no dia 30 de junho de 2023, mesma data em que Bolsonaro foi declarado inelegível pelo prazo de oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na Câmara dos Deputados, também há outras matérias que tratam de forma direta ou indireta da anistia aos presos do 8 de janeiro. O PL 5.793/2023, do deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em tramitação conjunta com o Pl 5.643/2023 e com o PL 1.216/2023. (Fonte: Agência Senado)
Com cada vez menos parlamentares e uma sequência de fracassos retumbantes em eleições, o PSDB, partido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já tem data para deixar de existir.
Dirigentes tucanos mantêm conversas desde o final de 2024 com o PSD de Gilberto Kassab e o MDB de Michel Temer, e uma decisão já foi tomada: a legenda será incorporada por um desses dois partidos e será extinta.
De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a cúpula do PSDB já definiu até mesmo a data para tomar a decisão sobre a incorporação ao PSD ou MDB: março deste ano.
“A noiva é bonita e está sendo disputada”, teria dito um interlocutor que acompanha as negociações.
Uma ala do PSDB defende que o nome do partido seja mantido após a fusão com o PSD ou MDB, por meio da ampliação da federação da qual a sigla já faz parte. Essa possibilidade, entretanto, é remota. Com a fusão, o partido que “conquistar” os tucanos não só ampliará sua base parlamentar, como também incorporará sua estrutura partidária e recursos financeiros.
Além do presidente do PSDB, Marconi Perillo, e dos caciques Gilberto Kassab (PSD) e Michel Temer (MDB), participam das conversas de incorporação dos tucanos o presidente do MDB, Baleia Rossi, e lideranças emedebistas como Moreira Franco, Helder Barbalho e Romero Jucá.
A movimentação ocorre após derrotas consecutivas e a perda de figuras históricas, como Geraldo Alckmin, que migrou para o PSB em 2022, além do enfraquecimento do partido em seu principal reduto político, São Paulo.
Em 2022, o PSDB perdeu o governo paulista para Tarcísio de Freitas (Republicanos) e sofreu uma queda ainda mais expressiva com a fracassada candidatura de José Luiz Datena à prefeitura da capital, na qual o jornalista pontuou apenas 1% na eleição. Além disso, o partido não conseguiu eleger vereadores na cidade.
Os deputados Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Arruda (MDB) e Carlos Lula (PSB) participaram, na tarde desta quarta-feira (5), de uma reunião, na Sala das Comissões da Assembleia Legislativa do Maranhão, com representantes do Governo Federal. Na pauta, as ações voltadas para a desintrusão da Terra Indígena Araribóia, localizada no Sul do Estado.
O encontro teve como objetivo esclarecer como o processo ocorrerá no Maranhão, considerando que a terra abrange diversos municípios. Representantes do Ministério dos Povos Indígenas e da Casa Civil da Presidência da República detalharam as etapas para evitar a disseminação de informações falsas e garantindo que o processo seja conduzido com a responsabilidade necessária.
Intermediação – O deputado Júlio Mendonça destacou a importância do diálogo para garantir a segurança e os direitos das comunidades indígenas. “A participação do Parlamento é fundamental, sobretudo como intermediador nesse processo. Estamos aqui para compreender todo o processo, avaliá-lo e identificar formas de colaborar. É imprescindível que o Legislativo esteja atento”.
Já o deputado Ricardo Arruda ressaltou a importância de preservar os interesses dos povos indígenas e defender seus territórios. “A função da Assembleia Legislativa é atuar como um mediador, acompanhando todo o processo para assegurar que os direitos dos povos indígenas sejam respeitados e que a convivência na região continue harmoniosa”.
Para Carlos Lula, não se trata de demarcação de novas áreas nem da retirada de pessoas que possuem posse há muito tempo. “O que ocorrerá é a desintrusão de uma área que está demarcada há mais de 30 anos. Nosso pedido é que o Governo Federal aja com sensibilidade, uma vez que acreditamos ser possível agir de maneira pacífica, sem gerar ônus para a área”.
Parceria – A reunião foi conduzida pela secretária adjunta da Casa Civil da Presidência, Débora Beserra. “A Araribóia é uma área altamente disputada e sujeita a intensa pressão no entorno. Por conta da vulnerabilidade dos indígenas isolados, que têm pouco contato com a sociedade, é fundamental oferecer uma proteção especial”, enfatizou.
Segundo a secretária, a área tem histórico de invasões para extração ilegal de madeira, outros recursos da biodiversidade e, atualmente, a criação de gado ilegal. “O processo contará com a atuação de várias agências do Governo Federal e viemos solicitar a parceria do Poder Legislativo. O objetivo é garantir a posse permanente e o uso exclusivo deste território”, concluiu.
O encontro contou, ainda, com a presença da diretora do Departamento de Proteção Territorial e da Chefe de Gabinete do Ministério dos Povos Indígenas, Lara Santos e Larissa Martins, respectivamente, além do gerente de projetos da Casa Civil da Presidência, Jonata Galvão.
Sessão Plenária do Tribunal de Contas do Estado (TCE) desta quarta-feira (5) foi marcada pela solicitação de aposentadoria voluntária do conselheiro Álvaro César de França Ferreira. O pedido de aposentadoria foi anunciado na abertura da sessão pelo presidente Daniel Itapary Brandão e pegou os demais membros do pleno de surpresa.
Com a vaga aberta, a indicação do novo conselheiro será de responsabilidade do governador, apesar de Álvaro César ter ingressado no TCE-MA em 1988 por escolha da Assembleia Legislativa, que já indicou Marcelo Tavares, Daniel Brandão e Jorge Pavão e agora espera decisão do Supremo Tribunal Federal para definir o substituto de Washington Oliveira, que também deixou a Corte.
Com 73 anos de idade, o conselheiro Álvaro César antecipou em dois anos a sua aposentadoria, uma vez que poderia continuar no cargo até completar 75 anos, idade para a aposentadoria compulsória.
Em breve discurso, o conselheiro Álvaro César comentou a sua decisão e agradeceu a todos os membros e servidores pelo convívio agradável e respeitoso, que oportunizou a ele dedicação integral ao cumprimento da missão relativa ao cargo que exerceu por 36 anos.
Após a fala do conselheiro, a palavra foi aberta para que os demais membros prestassem homenagens, que foram caracterizadas pelo reconhecimento unânime da amabilidade, cordialidade, dedicação, ética e seriedade que sempre caracterizaram a conduta do conselheiro Álvaro César no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Em sessão extraordinária realizada na manhã desta quarta-feira (5), o plenário da Câmara Municipal de São Luís analisou o veto (VETO 0001/25) ao Projeto de Lei n° 289/2024, de autoria da Mesa Diretora da Câmara, que Emenda à Lei Municipal nº 7.701/2024, que altera a Lei Municipal nº 5.707, de 7 de janeiro de 2013.
O projeto prevê o aumento do salário do chefe do Executivo municipal de R$ 25 mil para R$ 38 mil. O reajuste salarial do prefeito impacta nos vencimentos de outras categorias do município, pois o teto para recebimento de salário do funcionalismo público é condicionado ao salário do prefeito.
Durante as discussões do veto, o vereador Raimundo Penha (PDT) ressaltou que o salário do prefeito está defasado, o que vem limitando o reajuste e a recomposição salarial de muitas carreiras do funcionalismo público. “O salário do prefeito está defasado há 16 anos e isso vem engessando todas as carreiras de funcionários”, disse.
Entre as categorias que podem se beneficiar diretamente com a derrubada do veto do prefeito estão os auditores e controladores do município. Cerca de 400 funcionários podem ter os seus vencimentos reajustados.
O vereador Aldir Júnior (PL) foi um dos parlamentares que votou pela derrubada do veto e disse que os auditores e controladores desempenham uma função difícil e muito importante para o município.
“Arrecadar é tão difícil quanto manter o funcionalismo público operando todos dias. O mesmo funcionário que vai para o sol roçar, capinar e aguar as plantas nas rotatórias da nossa cidade, é o que depende da maioria desses servidores (auditores), que ficam todos os dias debruçados sobre as notas e os compromissos de nossa cidade”, afirmou Aldir Júnior.
Dos vereadores presentes na sessão, 24 votaram pela derrubada do veto e 5 votaram pela manutenção. Com a derrubada do veto ao projeto, a proposição está liberada para ser promulgada e entrar em vigor.