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Barra do Corda: juiz ouve réus e testemunhas do assassinato de vereador

O titular da 2ª Vara da Comarca de Barra do Corda, juiz João Pereira
Neto, deu início, na manhã desta terça-feira (14), à audiência de
instrução na qual ouve os sete réus e 28 testemunhas do processo que tem
como objeto o assassinato do vereador e candidato à reeleição Antonio
Aldo Lopes Andrade. Um dos tiros que tinham como alvo o vereador atingiu
mortalmente o borracheiro Almir dos Santos Bezerra, que se encontrava
no local do crime.
Entre os réus, o vereador Paulo Roberto Lima Bandeira, o Paulinho
Bandeira, como é conhecido, e o suplente Wilson Silva Sousa. Ambos
encontram-se em liberdade, juntamente com o também réu no processo
Douglas Ferreira da Silva. Os outros quatro réus encontram-se presos: o
executor do homicídio, Jadison Silva Costa; o suposto mandante, Jamys
Rodrigues Silva; e Jonas Fernandes Almeida e Robson da Silva Santos.
Moto – O crime ocorreu em 23 de setembro de 2012, por volta das 22h40,
próximo a uma borracharia situada no bairro Altamira, às margens da
BR-226. De acordo com os autos, na ocasião Jonas e Jadison chegaram ao
local em uma moto, disparando, pelas costas, vários tiros na vítima (um
dos tiros atingiu mortalmente o borracheiro Almir) fugindo em seguida. A
arma usada foi um revólver calibre 38.
Investigação da polícia judiciária embasada no serviço de inteligência e
em interceptações telefônicas apontou para os envolvidos na trama que
teria como motivação uma desavença envolvendo divisão de terras (Gleba
Tamarindo) localizadas ao longo da estrada que liga Barra do Corda ao
município de Fernando Falcão.
Rateio – Segundo a denúncia do Ministério Público, “há fortes
evidências de que sobre uma área de 363 hectares de terras pertencentes
ao Estado do Maranhão (terras devolutas) deitou-se legitimação
fraudulenta por iniciativa de um consórcio de interessados”. Ainda
segundo a denúncia, o consórcio reuniria os réus Jamys, Paulo Roberto,
Wilson e o vereador assassinado, Aldo.
Consta ainda do processo que, “ao que tudo indica” utilizando-se de
documentação falsa, o grupo teria providenciado a legitimação do domínio
da área, cuja titulação foi feita em nome de Wilson. O rateio da
propriedade entre os demais consorciados ficou acertado para após a
lavratura da escritura pública de domínio.
Um impasse entre Aldo, que já possuía um lote na área, e o restante do
grupo, suscitou várias reuniões para uma tentativa de solução amistosa
para o impasse, o que não aconteceu. Aldo então teria ameaçado denunciar
a fraude documental (da qual não teria participado, embora dela tivesse
conhecimento), o que levou ao pânico os demais integrantes do grupo,
começando aí a trama para a execução do vereador.
Pistoleiros – Narra o processo que, cientes dos riscos que corriam,
Paulo Bandeira e Wilson Silva “passaram a induzir e instigar Jamys
Rodrigues a planejar e executar a ação criminosa”. Jamys teria sido
ainda orientado pela dupla a esperar o momento mais adequado para
perpetrar o crime, que seria no período da disputa eleitoral que se
avizinhava, o que desviaria o foco da motivação criminosa.
Jamys então teria contratado por R$ 15 mil e por indicação de Douglas
Ferreira, o pistoleiro Jonas Fernandes. Este, por seu turno,
arregimentou para a empreitada criminosa o também pistoleiro Jadison
Silva. O réu Robson Santos teria orientado os dois pistoleiros na ação.
*Assessoria de Comunicação da CGJ-MA

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