O
deputado federal Weverton Rocha denunciou, no domingo (23), que o processo
de desintrusão da reserva indígena Awá-Guajá foi iniciado dois dias antes da
data determinada pela Justiça. O prazo para o início da desintrusão de cerca de
1.200 famílias que residem no local terminaria nesta segunda-feira (24), mas
alguns dos pequenos agricultores já começaram a sair de suas casas no
sábado.
Acompanhando
o caso de perto, Weverton por diversas vezes denunciou na tribuna da Câmara
Federal o descaso com que as famílias estão sendo tratadas. O parlamentar disse
que, apesar das famílias já estarem sendo expulsas de suas casas, o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ainda não providenciou o
reassentamento destes trabalhadores. “Já fiz visitas à região e sei dos
problemas que aquelas famílias estão enfrentando com a demarcação deste
território. Não podemos cruzar os braços e deixar que essas centenas de
trabalhadores sejam expulsos de suas terras, sem que o Incra e outros órgãos de
governo responsáveis tomem as providências cabíveis”, frisou o deputado.
Localizadas entre os municípios de Centro Novo
do Maranhão, Governador Newton Bello, São João do Caru e Zé Doca, na região
Noroeste do Maranhão, o território corresponde a uma área de 118 mil hectares
que recentemente foram integrados às terras indígenas Awá-Guajá. Cerca de seis
mil pessoas residem no local há mais de 20 anos.
O processo já se arrasta há anos e já foi debatido
em vários processos. No início deste ano, a Justiça decidiu pela desintrusão da
área e determinou que o Incra remanejasse mais de 1.200 famílias de pequenos
agricultores moram na região. Até o momento o Incra não realizou o
reassentamento destas pessoas, que já começaram a deixar suas casas.
Segundo
informações do instituto, 265 famílias foram cadastradas na região, mas apenas
224 estão aptas a serem reassentadas em áreas disponíveis nas cidades de
Parnarama e Coroatá. “Os dados que o Incra apresenta não são verídicos. São
centenas de famílias de pequenos agricultores que moram na região e estão sendo
obrigadas a deixar as suas casas, sem a menor assistência pelo poder público. A
expulsão é de pessoas humildes, que dedicaram suas vidas às suas pequenas
terras e lavouras”, disse Weverton.
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