Wagner Lago
Foi
preciso que ocorressem atrocidades medievais – decapitações e matanças de
pessoas, inclusive incineradas – para que repercutisse mundialmente e o Brasil
tomasse conhecimento do Maranhão real,
verdadeiro, diferente do produzido pelo marketing oficial que aliena, há
anos, o nosso povo.
O Maranhão real
ostenta os piores indicadores sociais do país em saúde, educação, segurança,
enfim, em todos onde é exigida a presença do Estado. Por que isto ocorre, num
Estado sem seca, de terras férteis, rios perenes, que, historicamente, socorreu
o flagelado nordestino na seca? Por que um Estado que produziu grandes safras
de arroz, algodão, óleos, alimentos em geral, chegou a este estado de pobreza,
miséria e insegurança? É porque, há tempos, o Maranhão não tem governo legítimo
e preparado.
A ilegítima e
despreparada ocupante do cargo nunca teve qualquer projeto, sequer preocupação
com o destino dos maranhenses. Quase 1 milhão destes migraram para sobreviver. Ela
sabe e confia que o pai, desde o primeiro “mandato”, decidiu que a filha,
embora despreparada, fosse a dirigente do povo maranhense. Contou, para essa
premiação à incompetência, com as alternadas ações, omissões, tardanças e
subserviências do judiciário eleitoral, tanto aqui como em Brasília.
A ONU, o CNJ, o MPF,
a OEA, a Imprensa Nacional, o Judiciário maranhense, os blogs do mundo inteiro,
denunciam e reagem à desumana acefalia a que o Maranhão foi submetido. Nada
funciona, a não ser a mídia da louvação e do engodo.
O cinismo
governamental chega a responsabilizar o Poder Judiciário local pela falência de
um serviço público que não é da sua responsabilidade. O Tribunal de Justiça e a
Associação dos Magistrados maranhenses reagiram à altura à chicana.
Igualmente agredido
pelo desvario do desgoverno local, também o CNJ reagiu. Este Conselho, antes
mesmo do agravamento das ocorrências, já detectara a falência do sistema
prisional do Estado, sugerindo medidas, nunca aplicadas. Mas a falência é em
todos os setores onde o Estado deveria estar presente.
Onde está a produção
de alimentos do Maranhão? Onde está a educação que poderia retirar das ruas
milhares de crianças, moças e rapazes desocupados, assistindo-lhes em escolas
de tempo integral? Na saúde chegam ao despautério de dizerem que doentes de São
Luís buscam atendimento em Coroatá e Peritoró, quando querem atacar o Prefeito
de São Luís.
Em um país onde as
instituições funcionassem decentemente, o Poder Central já teria realizado
Intervenção Federal para resguardar os direitos humanos, há décadas,
inobservados e desrespeitados no
Maranhão. E essa medida constitucional
procederia a normalização das funções estatais, inclusive determinando eleições,
objetivando legitimar a vontade do povo maranhense num governo legítimo como
foi o de Jackson Lago, degolado por essa conjuntura.
A raiz, o cerne da
questão maranhense é a inexistência e insuportável permanência de governos
ilegítimos e fraudadores da vontade popular. Que a alma da inocente Ana Clara,
mártir dessa conjuntura, ilumine os destinos do Maranhão, com a realização das
mudanças absoluta e cristãmente necessárias.
Soube, agora, que o
MPF vai pedir Intervenção Federal no Maranhão. Não acredito que o Congresso e a
Presidência a acolham. O interesse da politicagem está acima dos direitos e da
vida humana dos maranhenses.
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